POR – AVIV COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
A maioria da população acredita que a mudança climática é uma “emergência”, mas diz que os políticos não estão conseguindo resolver o problema, de acordo com uma pesquisa de oito países que coloca a crise climática no topo de uma lista de problemas enfrentados pelo mundo, antes da migração, do terrorismo e da economia global
Publicada às vésperas da greve global pelo clima, em que milhões de adultos e jovens se juntarão para pressionar os governos a acelerar os cortes nas emissões de carbono, a pesquisa encontra um alarme generalizado sobre a escalada da crise climática.
Pelo menos 3/4 do público em quase todos os países pesquisados acreditam que o mundo está enfrentando uma “emergência climática”, com a mudança climática em risco de se tornar “extremamente perigosa”, de acordo com a pesquisa da Hope not Hate, um grupo antirracismo com sede no Reino Unido. No Brasil, a cifra é de 47%, a mesma porcentagem do meio ambiente e da poluição (47%), o que é muito semelhante.
A maioria das pessoas agora vê a mudança climática como uma ameaça atual e direta. A esmagadora maioria do público – 80% no Brasil – vê a influência da mudança climática no clima extremo que seus países cada vez mais enfrentam, como as enchentes no Rio este ano, e pelo menos dois terços na maioria dos países a descrevem como uma ameaça direta às pessoas comuns em seu país.
A pesquisa revela alarme generalizado de que a crise está à beira de ficar fora de controle, com 74% no Brasil concordando com a afirmação “o tempo está se esgotando para salvar o planeta” e poucas pessoas acham que seu governo está fazendo o suficiente – no Brasil o número é de 23%.
Os resultados vão pressionar os líderes mundiais que se reunirão na Cúpula de Ação Climática do Secretário Geral da ONU, em Nova York, na próxima semana. António Guterres pediu aos chefes de governo que tragam planos – não palavras – para lidar com a emergência climática antes do prazo de 2020 para que os países aumentem suas metas nacionais no âmbito do Acordo de Paris sobre Mudança Climática.
A sondagem mostra que a maioria das pessoas apoia medidas de longo prazo para reduzir as emissões e prevenir alterações climáticas perigosas.
O público em todos os países pesquisados quer que os governos sejam mais duros com os grandes poluidores e os obriguem a pagar pelos danos que causam (86% no Brasil). Mas o público pode duvidar que isso aconteça, com pelo menos 2/3 – na maioria dos casos, mais de 3/4 – pensando que os políticos colocam os interesses das empresas de petróleo e gás à frente dos das comunidades locais.
Maiorias claras em todos os países dizem que apoiariam uma série de ações governamentais para combater a mudança climática, incluindo a construção de mais turbinas eólicas e painéis solares, fornecendo mais pontos de recarga para carros elétricos e investindo para criar empregos em indústrias limpas.
A pesquisa também encontrou apoio para medidas mais duras para reduzir as emissões, incluindo o fim da mineração e uso de carvão e da perfuração de petróleo e gás (59% no Brasil), e o aumento dos impostos sobre os passageiros frequentes.
Laurence Tubiana, CEO da European Climate Foundation, acrescentou: “Esta sondagem confirma o que dizem os números crescentes de pessoas que lutam pela ação climática: estamos preocupados, sabemos que podemos fazer mais, líderes, precisamos que se unam em torno da ciência.