Pantanal – Foto: © WWF-Brasil
POR – WWF / NEO MONDO
“Francelmo, o último herói do Brasil”
Assim termina a carta de despedida escrita pelo poeta Manoel de Barros a Francisco Anselmo de Barros, ambientalista que dedicou-se durante 30 anos à luta pela preservação do Pantanal.
Num protesto extremo contra as ameaças que o Pantanal sofria então, Francelmo ateou fogo ao próprio corpo. Tirou sua vida para salvar o Pantanal. Na ocasião um projeto de lei previa a implantação de usinas de álcool e açúcar no Pantanal. Esse episódio ocorreu em 12 de novembro de 2015 e ficou marcado na história como o Dia do Pantanal.
A trajetória de vida de Francelmo foi ligada à defesa do meio ambiente, tendo desenvolvido diversas atividade, entre elas presidiu a Fundação para Conservação da Natureza em Mato Grosso do Sul e foi membro fundador do Conselheiro Nacional de Meio Ambiente (Conama).
Uma das imagens da obra ‘Serra do Amolar’, de Araquém Alcântara
É urgente lembrarmos de Francelmo
Em 2019 o fogo no Pantanal alcançou proporções nunca antes registradas, um aumento de 97% do número de focos de calor em comparação à média dos últimos 10 anos. O cenário é de devastação. A queimada deste ano formou uma linha com mais de 50 km, algo jamais visto pelos antigos pantaneiros e ribeirinhos. Estudos do WWF-Brasil apontam que o total de área queimada passa de um milhão de hectares.
A sociedade mal conseguiu recuperar-se do choque e do prejuízo provocado pelas catastróficas queimadas e o governo brasileiro, por meio do Decreto Nº 10.084, permite não só que a cadeia da cana-de-açúcar se instale no Pantanal, como também na Amazônia.
O Dia de Francelmo, o Dia do Pantanal
O Dia do Pantanal é um dia para homenagearmos este patrimônio nacional, mas é também um dia de luta.
Ficam aqui palavras de despedida do próprio Francelmo:
“Foi difícil tomar essa decisão de sã consciência. Minha vida sempre foi um sacerdócio em defesa da natureza. É a nossa casa e o presente maior de Deus. Se ele deu a vida por nós, eu estou dando a minha vida por ele, defendendo o futuro dos nossos filhos. […] Continuem a luta por mim”.
É hora de lembrarmos de Francelmo, é hora de lutar!