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Artigo
Por – Prof. Fabian Salum* e Prof. Karina Coleta* , para Neo Mondo
De tempos em tempos, as mudanças (ou a necessidade delas) trazem consigo termos novos. Rapidamente eles se propagam de boca em boca mesmo que muitos ainda fiquem se perguntando: mas o que é isso mesmo?
ESG (em Inglês: enviromental, social, and governance) é a expressão da vez, mas as preocupações por trás dela não são novas, apenas se tornaram urgentes. Como afirma John Elkington – que há 25 anos cunhou o conceito de Triple Bottom Line ou tripé da sustentabilidade – “já ultrapassamos alguns limiares críticos, por isso seremos forçados a tomar ações de emergência ao longo dos próximos anos”.
Em 2004, o acrônimo ESG surgiu quando o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, desafiou CEOs de instituições financeiras a pensarem na integração de questões sociais, ambientais e de governança. Esse desafio ecoou ao longo do tempo, provocando reflexão para uns, prática para outros e nada para a maioria.
Em janeiro de 2020, a carta anual de Larry Fink aos CEOs de empresas investidas pela Black Rock trouxe a relação entre propósito e lucro para o centro das decisões de investimento. No mesmo ano, o Manifesto do World Economic Forum declarou que a criação de valor de uma empresa deve ir além dos shareholders, e conciliar as expectativas de todas as partes interessadas, inclusive de seu entorno social e ambiental. Mais tarde, a crise global instaurada em função da pandemia COVID-19 tratou de reforçar a relevância deste caminho. Nesta esteira, o debate de 2021 no encontro anual do World Economic Forum deu destaque às métricas de ESG como forma de apoiar o enfrentamento dos desafios globais persistentes.
No entanto, mesmo com a urgência e a importância da aplicação do conceito, há empresas que ainda não conseguiram aplicá-lo. Na verdade, sua prática começa com o entendimento de que não basta entrar no debate, estampar o acrônimo e incluir elementos pontuais para garantir reputação, isso significa aderir a um modismo. A tripla dimensão do ESG envolve responsabilidade e compromisso com o contexto que influencia e é influenciado pela maximização do retorno para os acionistas; isso significa inserir o conceito na gestão e rotina empresarial.
Uma das boas práticas compartilhadas pelos professores e pesquisadores de escolas de negócio ao redor do mundo, está correlacionada à agenda 2030 da ONU. Pratica essa de aproximação entre as startups e as empresas já estabelecidas. Esse é o formato mais dinâmico da aplicação dos conceitos do ESG. Empresas de diferentes setores, e que necessitam aplicar o conceito do ESG, têm com as startups de impacto socioambiental uma oportunidade de acelerar a prática dos conceitos tornando-se mais ágeis e com reputação reconhecidas pela sociedade. Nota-se cada vez mais, exemplos de sucesso em regiões ou países que promovem essa aproximação. Ora promovida por uma agenda de desenvolvimento de agências multilaterais, ora promovida pelas convocatórias dos hubs de inovação aberta com representatividade regional.
De forma prática identificamos padrões de comportamento para cada um das dimensões do ESG nas empresas. Uma boa parte das empresas que se relacionam com a FDC – Fundação Dom Cabral, demonstram maturidade e bons exemplos de avanço na temática de Governança (G). Contudo, há uma oportunidade de evolução das duas outras dimensões Enviroment (E) e Social (S), por isso, os professores Fabian Salum e Karina Coleta da FDC em parceria com Innovation Latam vêm desenvolvendo, desde 2020, o projeto intitulado iImpact. Um selo de reconhecimento do impacto socioambiental gerado pelas startups latino-americanas e reconhecido por seus stakeholders.
*Prof. Fabian Salum – Professor Titular da FDC nas áreas de Estratégia e Inovação
*Prof. Karina Coleta – Professora Convidada da FDC na área de Estratégia
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