Serra do Japi – Foto: William Carvalho
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Em 2023 projeto trabalhará sob seis eixos temáticos, com foco na importância da Serra para Jundiaí e toda a bacia hidrográfica
O Projeto Olhos da Serra foi renovado para 2023, com a ampliação da área que será atendida pela inciativa de 2.072 para 14.121 hectares no município de Jundiaí. As atividades serão desenvolvidas no território da Serra do Japi, sob seis eixos temáticos: governança; monitoramento do fluxo de pessoas e gestão dos incêndios florestais; saneamento rural; reflorestamento de matas ciliares; educação ambiental; e comunicação.
Conduzido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com o patrocínio da Coca-Cola FEMSA Brasil e Coca-Cola Brasil, o “Olhos da Serra” prevê, entre outras atividades, a formação de brigadistas, com a aplicação de curso de capacitação profissional pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a promoção de ações de saneamento rural e a implantação de uma propriedade modelo com tratamento de efluentes, gestão de resíduos e de água cinzas.
“A água é a principal matéria-prima de nossos produtos e fundamental para o nosso negócio. Além de assegurar seu uso de forma eficiente em nossas fábricas, temos o compromisso de contribuir com soluções que promovam a segurança hídrica das comunidades onde atuamos. O projeto Olhos da Serra mostra que sociedade civil, poder público e setor privado podem trabalhar juntos em prol do meio ambiente e de um futuro sustentável”, afirma Camila Amaral, VP Jurídica e de Assuntos Corporativos da Coca-Cola FEMSA Brasil.
“A água não é apenas o principal ingrediente da maioria de nossas bebidas, mas também é fundamental para o sucesso de longo prazo de nosso negócio, bem como para a boa saúde de nossas comunidades e bacias hidrográficas. Nossa estratégia holística da água está focada em promover a segurança hidrológica para 2030 em todos os locais em que operamos. A The Coca-Cola Company está trabalhando intensamente para melhorar a conservação das bacias hidrográficas e, para isso, estamos sempre em busca do conjunto de parceiros e atividades mais adequados para cada contexto e região”, explica Rodrigo Brito, Head de Sustentabilidade para Coca-Cola Brasil e Cone Sul.
“A proteção ambiental passa pelas ações de educação para a conscientização das pessoas sobre a importância que a Serra do Japi tem para Jundiaí e as cidades do entorno. Garantir que o remanescente de Mata Atlântica mantenha suas características com água, fauna e flora faz parte das iniciativas da gestão, por isso reeditamos a Lei de Congelamento da Serra do Japi (Lei Complementar 576/2017), para ampliar em 10 anos a proibição de procedimentos administrativos para fins imobiliários no Território de Gestão da Serra do Japi”, relembrou o prefeito Luiz Fernando Machado.
PROTEÇÃO DE NASCENTES E RIOS
Os incêndios florestais causam muita preocupação à população local, e ameaçam a biodiversidade da região, considerada pela UNESCO como Reserva da Biosfera. Para essa nova etapa, o projeto prevê a formação de brigadistas com a aplicação de curso de capacitação profissional pelo ICMBio, e outras formações teórico-práticas, com apoio do Instituto Cerrados e da Fundação Florestal. O curso será oferecido aos brigadistas do município de Jundiaí e aos profissionais dos demais municípios inseridos no território da Serra do Japi (Cajamar, Cabreúva e Pirapora do Bom Jesus). Em continuidade à primeira fase do projeto, neste eixo está prevista também a continuidade do monitoramento do fluxo de pessoas no entorno da área da Reserva Biológica (REBIO), visando reduzir outros impactos florestais além do fogo, como os atropelamentos de fauna, compactação das trilhas, disposição incorreta de resíduos, entre outros.
No eixo da educação ambiental, o projeto realizará atividades como pedágios e feiras ambientais, com objetivo de sensibilizar a comunidade das cidades que circundam a Serra do Japi sobre a importância da área para a sustentabilidade hídrica das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ). Ainda estão previstas a elaboração de cartilhas educativas, maquetes e vídeo animação em apoio às atividades desenvolvidas pela Fundação Serra do Japi e pela DAE Jundiaí com as escolas do município, respectivamente, no Centro de Referência em Educação Ambiental (CREAM) e no Mundo das Crianças. A Unidade de Gestão da Educação, da Prefeitura de Jundiaí, será integrada às ações de governança, assim como outras instituições que realizam trabalhos com as escolas da região, para multiplicação dos conhecimentos construídos pelo projeto.
Outra novidade do projeto nessa segunda fase, é a promoção de ações de saneamento rural. Está prevista a implantação de uma propriedade modelo com tratamento de efluentes, gestão de resíduos e de água cinzas, que será utilizada para ações de capacitação com os proprietários rurais, visando trazer melhorias ao efluente lançado nas nascentes e pequenos cursos d’água localizados na Serra do Japi e, por consequência, na qualidade das águas para o abastecimento da comunidade ao redor.
Outra propriedade modelo será lançada no território da Serra do Japi visando a proteção de nascentes e rios, a partir da elaboração de Planos Integrados de Propriedade (PIP) e a realização de reflorestamento ciliar. Tais ações visam contribuir com a qualificação dos proprietários rurais em Programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), sejam eles do município ou do estado de São Paulo.
No eixo da governança, o Projeto Olhos da Serra seguirá ouvindo a comunidade local e os parceiros através do Conselho de Acompanhamento das atividades, instituído na primeira fase, buscando soluções e ações conjuntas para a execução do projeto. Para ampliar as ações de comunicação, as postagens e interações nas mídias sociais e o marketing digital serão retomados, e serão produzidos outros materiais educomunicativos, como vídeos, flyers digitais e infográficos, buscando unir os moradores da área e sensibilizar a comunidade em geral sobre a riqueza biológica e hídrica do local.
As atividades do projeto se iniciam junto com a primeira reunião do Conselho de Acompanhamento, no dia 29 de março. Para abril, está previsto o início das ações de educação ambiental, com a realização do primeiro pedágio ambiental.
“A Serra do Japi é de uma riqueza incomensurável para a biodiversidade e para a sustentabilidade hídrica de toda a nossa bacia hidrográfica. A região é considerada um castelo de águas, devido à quantidade de nascentes que irão alimentar diversos cursos d’água. A chegada do Projeto Olhos da Serra e sua continuidade busca preservar essa área estratégica para o presente e futuro”, atenta o gestor do projeto pelo Consórcio PCJ, Eduardo Paniguel, acrescentando que os resultados da primeira etapa serão expostos em três painéis dentro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Água, que acontecerá em Nova York, de 22 a 24 de março.
O Olhos da Serra é realizado também em parceria com as seguintes instituições: Prefeitura Municipal de Jundiaí (Diretorias de Meio Ambiente e de Parcerias Estratégicas, Guarda Municipal – Divisão Florestal e Defesa Civil); Fundação Serra do Japi; DAE Jundiaí; Fundação Florestal; Embrapa; Instituto Cerrados; Associação dos Amigos dos Bairros de Santa Clara, Vargem Grande, Caguassu e Paiol Velho (SAB Santa Clara); Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA); Conselho de Gestão da Serra do Japi (CGSJ); e Aliados pela Água.
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