Palestrantes Alessandro Saade, Andressa Borba e Juliana Luciana – Foto: Divulgação
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Evento em São Paulo destaca a importância da humanização das estratégias de negócios entre empresas e organizações da sociedade civil
Desenvolver uma agenda de ESG é uma preocupação de um número cada vez maior de organizações. No entanto, os esforços ainda estão predominantemente focados no ambiental – o “E” da sigla em inglês – e nem tanto nos pilares do Social e da Governança. Em um evento realizado em São Paulo no dia 13 de junho, o Espro (Ensino Social Profissionalizante) e representantes de empresas compartilharam experiências para o desenvolvimento de culturas organizacionais mais responsáveis.
“A causa do Espro é o desenvolvimento do jovem para que ele assuma o protagonismo de sua vida pessoal e profissional, tornando-se um cidadão pleno. Estratégias empresariais que utilizam uma abordagem ESG completa, com foco nas pessoas, potencializa e perpetua os impactos ambientais, validados pela camada de governança”, afirmou Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro e mediador do debate.
O evento marcou a primeira edição do projeto “Na Trilha da Revolução ESG”, idealizado pelo Espro – referência na inclusão de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho. O local do encontro foi o Habitat – Bradesco Inovabra, na capital paulista.
“Agora é o nosso momento de mudar. E as empresas e organizações podem escolher se a mudança será pela dor ou pela estratégia”, comentou a debatedora Andressa Borba, líder da área de Impacto Positivo da LEROY MERLIN no Brasil. “Entendemos que precisamos ter coerência, ou seja, fazer a nossa lição de casa para influenciar o mercado e nossos parceiros de negócios, levando ao compartilhamento de ganhos e de responsabilidade”.
Para Andressa, a capacitação profissional aliada à educação é o caminho para desenvolver cidadãos mais conscientes e, consequentemente, gerar impacto mais positivo para o mundo. “Esse é um ponto muito claro para mim, até pelo fato de eu ser professora de formação”, contou a executiva.
Por sua vez, a advogada ambiental Juliana Luciana, CEO e fundadora da Zoe’s Eco-Energy, destacou que a valorização do ser humano é fundamental para a execução de um trabalho mais sustentável. “A falta de humanização dos processos é um dos principais problemas no Brasil”, afirmou. Segundo ela, esse é um foco de atenção da sua startup, uma greentech focada em simplificar processos de compliance e sustentabilidade.
Juliana lembrou um estudo da IBM apontando que consumidores aceitam pagar em média 35% a mais por produtos sustentáveis e de procedência transparente. “Por que alguém pagaria mais caro por um produto? Porque é bom para a pessoa, faz bem para a sua saúde e garante o futuro das próximas gerações”, pontuou a convidada.
Alessandro Saade ressaltou que a adoção de uma agenda ESG não deve ser vista por empresas e organizações como algo supérfluo ou para se pensar no futuro. “O ESG reduz desperdícios, aumenta a eficiência e maximiza o desempenho financeiro dos negócios, além de ampliar a consciência dos diversos públicos de interesse”, lembrou o superintendente executivo do Espro.