O arquipélago (Ilhas Cagarras) fica a cerca de 5 km da praia mais famosa do mundo, Ipanema, no Rio de Janeiro – Foto: ATHILA BERTONCINI, Projeto Ilhas do Rio
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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Composta por mini doc e entrevistas, campanha destaca o trabalho de cinco mulheres que fazem parte do projeto de conservação marinha
O Projeto Ilhas do Rio, em parceria com a HStern, lançou dia 28 de março, a campanha pela igualdade de gênero, “As Mulheres das Ilhas”, composta por um mini doc e vídeos que mostram um pouco da vida e do trabalho de algumas profissionais que fazem parte da equipe. Criado em 2010 pelo Instituto Mar Adentro, o Projeto Ilhas do Rio é pioneiro no monitoramento biológico e educação ambiental sobre o Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras), que, em 2021, foi nomeado um Ponto de Esperança (Hope Spot) no mundo pela Aliança Internacional Mission Blue, da Dra. oceanógrafa americana, Sylvia Earle.
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Para conhecer cada vez mais e ajudar a proteger este Ponto de Esperança, o Projeto Ilhas do Rio conta com a força e inteligência feminina de mais de 20 mulheres, que atuam em diversas áreas do projeto. Através da campanha, o projeto vai mostrar a rotina, os desafios, conquistas e histórias de cinco delas, com diferentes conhecimentos e experiências em fases distintas de sua vida profissional. “Queremos mostrar como a dedicação dessas mulheres pela conservação marinha exige tempo e sacrifício, tendo muitas vezes que estar embarcada, viajando longos períodos longe da família e fazendo malabarismos para dar conta de suas responsabilidades”, diz Aline Aguiar, coordenadora científica do Projeto ilhas do Rio.
As entrevistas deram origem a um mini doc de 15 minutos e outros vídeos pequenos que serão divulgados nas redes sociais e no site oficial do projeto. Intercalado aos depoimentos das cinco profissionais, o documentário traz também falas da Dra. Sylvia Earle, que esteve no Rio, ano passado, visitando a região do Hope Spot, que abrange a região do MONA Cagarras e águas do entorno. Considerada uma das principais referências quando o assunto é pesquisa e conservação marinha, Earle abriu caminhos para as mulheres nas ciências do mar e provou que lugar de mulher é onde ela quiser, seja a centenas de metros de profundidade ou nas ilhas do Rio de Janeiro.
É o caso da pesquisadora Liliane Lodi, que há mais de 15 anos dedica sua vida ao estudo de cetáceos (baleias e golfinhos), uma das principais referências da área no Brasil. “Os mamíferos que me chamam a atenção e fazem meus olhos brilharem”, conta em seu depoimento. Já a Dra. Julia Luz, se debruça na pesquisa dos mamíferos terrestres das ilhas, em especial os morcegos. “Grande parte do meu trabalho é a noite e implica alguns desafios, como andar pela escuridão e dormir acampada em lugares inóspitos”, revela.
Já a Dra. Suzana Guimarães, dedica seu tempo para pesquisar tartarugas-marinhas, esses carismáticos animais encontrados com frequência na região. “A gente cria uma relação com elas e pode levar isso pra sociedade”, diz. Quem vive especialmente para essa missão é Maria Clara Campeau, atriz que se transforma em tartaruga-verde na peça “A Batalha da Natureza”, dividindo sua rotina entre as atuações e o cuidado com a filha de um ano. “Eu me transformo em tartaruga justamente pra criar essa relação do animal que vive lá nas ilhas com as crianças, que muitas vezes sequer tem a oportunidade de ir à praia. Se não conseguimos levar todas as crianças às ilhas, nós trazemos as ilhas até as crianças”, comemora.
A Dra. Renata Gomes, Doutora em Zoologia, sabe mais do que ninguém a importância de levar informação para a população. Responsável pelas ações de educação ambiental do projeto, ela também atua no Museu Nacional da UFRJ, ajudando na difusão das pesquisas realizadas pelo projeto em parceria com a instituição. “Junto com o Museu Nacional, a gente leva as exposições e as atividades do projeto às escolas e eventos. Esse é mais um daqueles trabalhos invisíveis que tantas mulheres fazem no dia a dia”, reflete.
A ideia da campanha é justamente mostrar a força e a diversidade das mulheres em todas as suas formas. “A HStern se orgulha de ter a força feminina não apenas como fonte de inspiração, mas também como a maior parte da nossa equipe de trabalho. E este é um dos nossos pontos de conexão com as mulheres do Projeto Ilhas do Rio e com a missão inspiradora da Dra. Sylvia Earle”, diz Roberto Stern, Presidente e Diretor Artístico da HStern.