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ARTIGO
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Por – Renata Chagas, diretora-presidente do Instituto Neoenergia, especial para Neo Mondo
O Brasil abriga um dos maiores ecossistemas de biodiversidade do planeta, mas proteger essa riqueza natural tornou-se um enorme desafio nos últimos anos. Isso não se refere apenas à necessidade de implementar práticas que favoreçam esse tipo de iniciativa, mas também ao compromisso com o bem-estar das pessoas e ao enfrentamento das mudanças climáticas.
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Um mapeamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em dados do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), revelou que o Brasil é um dos 17 países que abrigam mais de 70% das espécies conhecidas no mundo.
Essa abundância de registros de fauna e flora em território nacional evidencia a urgência de uma ação articulada para garantir a preservação das espécies nativas, em consonância com os desafios contemporâneos. Cuidar do meio ambiente é, também, uma forma de promover justiça social. Por isso, apoiar iniciativas em prol da proteção e da valorização da biodiversidade contribui para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Nessa direção, proteger os ecossistemas brasileiros significa, também, garantir um futuro mais justo e sustentável para todas as formas de vida — inclusive a vida humana.
O Instituto Neoenergia atua com esse olhar. Por meio de iniciativas como o Flyways Brasil, no Rio Grande do Norte; o Coralizar, em Pernambuco; e o Observatório das Baixadas, jovens lideranças mobilizam a juventude em todo o território nacional para ações de preservação da biodiversidade e de relacionamento com comunidades locais. São exemplos concretos de atuação direta em ecossistemas sensíveis e de integração com as populações locais.
Esses territórios são verdadeiros santuários de vida para diferentes espécies, mas sofrem com a interferência humana e os efeitos das mudanças climáticas. Por isso, é fundamental conscientizar as comunidades locais sobre a importância de hábitos que favoreçam a conservação desses ambientes e garantam sua resiliência ecológica.
Em 2024, mais de 19 mil aves foram registradas na bacia do Rio Grande do Norte, e 3.400 pessoas participaram de ações educativas, como oficinas, saídas de campo e formações. São sinais de um convívio mais harmonioso e respeitoso com a natureza. No mesmo sentido, em Pernambuco, a biodiversidade marinha se destaca: no ano passado, uma técnica inovadora ajudou a preservar 70 colônias e a cultivar cerca de três mil corais.
Nas periferias das grandes cidades, o desafio é complementar. É preciso conscientizar as populações que vivem em áreas alagadiças e regiões vulneráveis sobre os riscos de desastres ambientais e sobre como se adaptar à nova realidade imposta pelas mudanças do clima. Ao mesmo tempo, é necessário estimular a adoção de hábitos que ajudem a mitigar os efeitos do aquecimento global.
Os últimos anos demonstraram que o aquecimento do planeta é uma realidade inegável e que suas repercussões sobre o cotidiano das populações ao redor do mundo são devastadoras — especialmente para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Nesse sentido, é essencial que governos e sociedade atuem de forma coesa e colaborativa, para que as ações de redução de danos sejam implementadas de maneira eficaz e estratégica.
É urgente proteger a biodiversidade, criar condições para a regeneração dos ecossistemas e garantir a manutenção das cadeias de vida que deles dependem. Simultaneamente, é indispensável pensar em formas de sobrevivência adequadas para as populações mais impactadas por eventos climáticos extremos — que se tornaram cada vez mais frequentes — e construir estratégias de convivência harmônica entre a vida humana, a fauna e a flora.
É dessa união — entre a preservação da biodiversidade, o fortalecimento das comunidades e a valorização das suas relações com o meio ambiente — que surgirá uma nova forma de promover o desenvolvimento sustentável nos próximos anos. Sempre com o compromisso de cuidar da geração atual, sem esquecer das futuras.