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Escrito por Neo Mondo | 7 de novembro de 2018
Nações outrora economicamente estagnadas, como China, Índia e alguns países do Leste Europeu, perceberam no comércio exterior um mecanismo de aceleração econômica. Nos Estados Unidos, cada US$ 1 bilhão de crescimento das exportações gera mais de 20 mil empregos. Como apontou Tamer Cavusgil, graças ao comércio internacional “o rápido crescimento econômico dos países emergentes está estimulando sólidas conquistas nos padrões de vida. A crescente prosperidade acarreta melhorias nos índices de alfabetização, nutrição e saúde.”
Por isso vale tanto à pena dedicar-se aos negócios internacionais. Nessa área, cada país, possui vantagens competitivas na produção de certos itens. Enquanto a China – graças a sua larga mão de obra – se destaca na produção de manufaturados, o Brasil, por seu tamanho continental e sua variedade climática, é bastante competitivo no campo: de soja a açúcar, passando por proteínas animais. Assim, possuímos uma clara vantagem na exportação de commodities, o que se percebe com facilidade ao olhar a balança comercial.
Esses fatores, em conjunto, travam a assinatura final de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que vem sendo negociado há quase 20 anos. Os europeus querem proteger seus pequenos agricultores, obviamente ameaçados pela escala e eficiência produtiva brasileira no setor agrícola. Os países membro do Mercosul, em especial o Brasil, esperam manter a quebra de patente de medicamentos e conseguir vender um número maior de produtos na Europa.
Todas essas divergências de posição levam em conta os fatores internos de ambos os blocos, sendo absolutamente naturais. É dever dos governos estimular seus setores produtivos, em especial aqueles mais vantajosos e rentáveis. Ao mesmo tempo, os países tentam proteger, de alguma forma, as áreas consideradas mais vulneráveis. Ainda assim, também é necessário ampliar os mercados para os nossos produtos, o que ocorreria através do acordo.
Nesse cenário, o acordo comercial que poderia facilitar a inserção dos produtos brasileiros no continente europeu, se arrasta vagarosamente. Uma vez que a internacionalização de nossas empresas é facilitada, a produção, o emprego e a industrialização aumenta. Tradicionalmente, empresas que atuam nos mercados externos são menos suscetíveis a crises econômicas, e por muitas vezes confrontarem-se com mercados mais exigentes, aumentam a qualidade de seus produtos e serviços.
Seja como for, com ou sem tratado, há outra forma de estimular as exportações: desburocratizando o comércio exterior, que sofre hoje com mais de 3.600 normas diferentes, aumentando a eficiência aduaneira para envio e recebimento de mercadorias; e buscando melhorar nossas relações comerciais com a China e com os países da Aliança do Pacífico. Talvez seja esse um dos papéis do próximo ou da próxima mandatária da nação: aumentar a inserção dos produtos e das empresas brasileiras nos mercados mundiais. Se isso acontecesse, certamente teríamos um país mais próspero.
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