Destaques Tecnologia e Inovação
Escrito por Neo Mondo | 6 de fevereiro de 2018
POR - CENÁRIO AGRO / NEO MONDO
Estudo pode contribuir para o rastreamento e combate à exploração clandestina da madeira de uma das árvores brasileiras mais belas e emblemáticas, além de ser ferramenta para preservação do Cerrado
Ferramentas para a conservação de espécies nativas
O sequenciamento do genoma de espécies nativas do Cerrado otimiza e reduz os custos de conservação em todas as etapas, começando pela coleta de material genético, explica Orzenil. No caso do ipê-roxo – espécie encontrada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, estendendo-se até a Bolívia e regiões secas dos Andes no Peru até o México, com um número de subgrupos geneticamente diversos – as ferramentas genômicas podem auxiliar a racionalizar a coleta, reduzindo custos e esforços, permitindo a organização das ações de acordo com o conhecimento da diversidade genética dessa árvore.
Para a conservação e uso sustentável do ipê-roxo, o conhecimento molecular pode ajudar a selecionar genótipos, além de evitar redundância.
A equipe comemora ter conseguido estabelecer uma plataforma de alto desempenho para genotipagem de espécies de Handroanthus, abrindo caminho para a análise genética de outras espécies nativas do Cerrado. “Está claro, atualmente, que cada genoma conta uma história particular, mas o conhecimento adquirido facilita os novos desafios, especialmente no campo da análise. Em menos de quatro anos, já temos uma base de ativos biológicos para investigar variantes genéticas descobertas em cerca de 17 mil de 28 mil genes bem anotados no genoma da espécie”, afirma o pesquisador da Embrapa. Estudos com outras plantas do Cerrado, como caju, mangaba, baru, cagaiteira e a ameaçada dedaleiro, já foram iniciados.
Avanços genômicos sobre espécies nativas do Cerrado representam mais uma esperança para este bioma, que, depois da Mata Atlântica, é o ecossistema brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Hoje, apenas 0,85% do Cerrado encontra-se oficialmente em unidades de conservação. Cerca de 80% já foram modificados pelo homem em decorrência da expansão agropecuária, urbana e construção de estradas e somente 19,15% da área mantém a vegetação original.
Conferência dos Oceanos da ONU impulsiona ação oceânica
Educação pelo Clima: Green Skills podem transformar o futuro dos jovens?
O Silêncio das Ostras: ficção cravada na lama da realidade