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Escrito por Neo Mondo | 17 de novembro de 2017
POR - CLAUDIO ANGELO (OBSERVATÓRIO DO CLIMA)/NEO MONDO
Reação do Observatório do Clima à conclusão da conferência de Bonn
A 23a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23) chega a seu encerramento nesta sexta-feira (17) em Bonn cumprindo sua proposta inicial: foram aprovados diversos elementos para a construção, ao longo do próximo ano, do livro de regras que permitirá a implementação efetiva do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Também foi criado um ambiente positivo entre os países para o Diálogo Talanoa, no ano que vem, no qual deverá ser iniciado um esforço global de aumento de ambição. Infelizmente, porém, trata-se de sucessos pífios diante da escala da crise climática, que segue cada vez maior. A COP23 foi bem-sucedida em evitar que o eterno racha entre países desenvolvidos em desenvolvimento produzisse retrocessos na negociação internacional. Também conseguiu isolar os Estados Unidos, desfazendo o temor de que o governo negacionista de Donald Trump pudesse tentar atrapalhar o processo. O Brasil chegou a Bonn tentando vender a imagem de bom moço com a queda na taxa de desmatamento, mas foi desmascarado rapidamente pelos atos do presidente Michel Temer em casa. Acabou levando um raro e merecido Fóssil do Dia pelos subsídios trilionários propostos ao pré-sal. No mesmo dia, se ofereceu para sediar a COP25, em 2019. Pode ser uma chance para o país reinserir o clima em sua agenda de desenvolvimento. No entanto, os debates na COP23 passaram ao largo do que realmente importa: a necessidade de aumentar enormemente as metas de redução de emissões e de financiamento climático antes que a janela de oportunidade ainda aberta para limitar o aquecimento global a 1,5oC se feche. Segundo a ciência, a ambição coletiva precisa ser turbinada até 2020, mas os 195 membros da Convenção do Clima que permanecem fiéis ao Acordo de Paris até agora não se mostraram dispostos a botar as cartas na mesa. O blefe coletivo dos governos pode custar a segurança climática da humanidade neste século.Conferência dos Oceanos da ONU impulsiona ação oceânica
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