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Escrito por Neo Mondo | 16 de novembro de 2017
POR - SILVIA DIAS, PARA NEO MONDO + GREENPEACE
Subsídios multibilionários aos combustíveis fósseis rendem ao Brasil o prêmio Fóssil do Dia na COP23
Brasil acometido pela febre do petróleo
O Fóssil para hoje (quarta 15/11) vai para o Brasil, por propor um projeto de lei que poderia dar às companhias de petróleo US $ 300 bilhões em subsídios para perfurar suas reservas offshore. Você ouviu isso certo, US $ 300 bilhões. Pensemos sobre isso por um minuto - é aproximadamente o valor de uma Torre Eiffel ou seis torres de Londres. Basicamente, uma quantidade insana de dinheiro. Também é cerca de 360 vezes mais do que o mundo inteiro fornece em apoio anual para financiamento de resiliência climática e desastre nos Pequenos Estados insulares em desenvolvimento, destacando como os fluxos de financiamento do clima atual são diferentes em comparação com os subsídios maciços de combustíveis fósseis. O Brasil, o gigante verde sul-americano, a terra dos biocombustíveis sustentáveis e o orgulhoso portador de uma mistura de energia com baixa emissão de carbono, é a mais nova vítima da febre do petróleo. Uma Medida Provisória enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer, que pode ser votada nas próximas semanas, abre o país a um frenesi do petróleo, dando às empresas um pacote de isenções fiscais que podem ascender a US $ 300 trilhões nos próximos 25 anos. O ministro do Meio Ambiente do Brasil chamou o projeto de lei "inaceitável". A taxa de aprovação pública da Temer é de 3%, aproximadamente a mesma que a margem de erro das pesquisas. Mas certamente, as grandes empresas de petróleo têm uma opinião sobre ele melhor do que os eleitores brasileiros. O objetivo da medida é acelerar o desenvolvimento da camada de pré-sal ultra-profunda, uma reserva do petróleo offshore que se pensa conter 176 bilhões de barris recuperáveis. Se esse óleo fosse queimado, o Brasil sozinho consumiria 18% do orçamento de carbono restante por 1,5 graus, acabando com nossas chances de afastar o mundo de uma catástrofe climática. O engraçado é que o governo brasileiro parece estar totalmente ciente de que está cometendo uma falta. Como um funcionário do governo disse com franqueza, "o mundo está indo em direção a uma economia de baixo carbono. Haverá petróleo no chão, e esperamos que não seja nosso ". O cinismo flagrante da administração Temer está em contraste com a posição bastante progressiva tomada pela delegação brasileira em Fiji-em-Bonn. Enquanto os diplomatas aqui pedem biocombustíveis como uma solução climática e pressionam para a ambição pré-2020, de volta para casa, a atitude é "drill, baby, drill!". Brasil, você faz uma cara boa, mas abaixo daquela camada de tinta verde encontra-se uma petrocracia em construção. É hora de levar subsídios absurdos e destiná-los a um melhor uso, mais verde.GREENPEACE
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