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BRASIL INVESTE EM CIÊNCIA PARA PRODUÇÃO E CONSERVAÇÃO FLORESTAL
[/vc_column_text][vc_empty_space height=”10px”][vc_separator color=”custom” border_width=”3″ accent_color=”#006e39″][vc_empty_space height=”10px”][vc_column_text]POR – KATIA PICHELLI (EMBRAPA FLORESTAS) e JULIANE FERREIRA (INTERACT COMUNICAÇÃO), PARA NEO MONDO[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Pesquisadores de todo planeta vêm ao Brasil conhecer evolução da pesquisa florestal
Em 2019, o Brasil sediará o maior congresso de pesquisa florestal do planeta. O XXV Congresso Mundial da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO, em inglês), deve reunir mais de 3 mil pesquisadores de dezenas de países em Curitiba, PR, de 29 de setembro a 5 de outubro, em torno do título “Pesquisa Florestal e Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável”. Palestras, sessões técnicas, excursões a diversos locais de interesse na temática florestal e agroflorestal, exposição e eventos na cidade fazem parte do Congresso com enfoque em cinco temas: florestas para as pessoas; florestas e mudanças climáticas; florestas e produtos florestais para um futuro mais verde; biodiversidade, serviços ambientais e invasões biológicas.
É a primeira vez que o Congresso acontece na América Latina. Com organização do Serviço Florestal Brasileiro e da Embrapa, este pode ser um grande momento para o Brasil mostrar seu protagonismo e excelência em pesquisa florestal.
O País é destaque no setor de florestas plantadas. Em 2017, a indústria de base florestal fechou o ano com superávit de US$ 9 bilhões, avanço de 15% em relação ao ano anterior. As exportações somaram idêntico valor, US$ 9 bilhões, o equivalente a 3,9% das exportações brasileiras, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
As plantações florestais comerciais ocupam 7,84 milhões de hectares dos 350 milhões de hectares considerados como agricultáveis no país. São plantios de eucalipto, pinus, teca e demais espécies para a produção de painéis de madeira, madeira serrada, portas, pisos, celulose, papel, produção energética e biomassa. As árvores plantadas são responsáveis por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no país − os demais 9% vêm de florestas naturais.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12363″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Década de 1980, os primeiros passos
No caso de plantios florestais, a pesquisa florestal brasileira atuou tanto na adaptação de espécies de rápido crescimento quanto em trabalhos de melhoramento genético. Um dos principais trabalhos foi para a reintrodução de espécies de eucalipto no Brasil, na década de 1980, que serviu de base para os programas de melhoramento genético das empresas. O indicador de produtividade no país chega a 40 m³ por hectare em um ano, podendo chegar até a 60 m³ por hectare por ano em algumas empresas. Na Escandinávia, por exemplo, com economia fortemente baseada em silvicultura, onde as florestas são nativas e passam por invernos rigorosos, esse indicador não ultrapassa 10 m³ por hectare por ano.
A partir desse trabalho realizado por pesquisadores de diversas instituições, capitaneados pela Embrapa Florestas (Colombo, PR) em parceria com as empresas do setor, foi possível determinar o zoneamento para plantios florestais com eucaliptos no país.
Ainda na década de 1980, para combater a vespa-da-madeira, praga que poderia causar sérios prejuízos e até inviabilizar a produção de pinus no Brasil, foi realizado amplo esforço de pesquisa, por meio de parceria público-privada com o Fundo Nacional de Combate a Pragas Florestais (Funcema), que desencadeou em solução baseada em manejo integrado de pragas, com estratégias silviculturais e controle biológico. “A adoção do manejo integrado com controle biológico evita uma perda média de 21,5% de matéria-prima. Outras pragas florestais que hoje poderiam trazer sérios prejuízos ao país também contam com estratégias de controle biológico, que combatem a praga sem prejudicar o meio ambiente”, explica o pesquisador Edson Tadeu Iede, Chefe da Embrapa Florestas.
“O Brasil é o país que mais avançou em melhoramento genético de árvores e hoje detém a maior produtividade florestal do mundo. Há anos o setor investe no desenvolvimento de clones mais eficientes na produção de biomassa e que se adaptem às condições em que se encontram, incluindo déficit hídrico e resistência às pragas e doenças. Tais tecnologias permitem, por exemplo, evitar o uso de defensivos ou demandar menos água durante seu crescimento. Se não houvesse o desenvolvimento destas tecnologias, seria necessária uma área de plantio muito maior”, afirma a Indústria Brasileira de Árvores, Ibá, associação que congrega as empresas do setor de base florestal no país.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12364″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Nanotecnologia
Uma das novas fronteiras para a pesquisa florestal está na nanotecnologia, vista como agregação de valor e criação de nichos de mercado dentro da química verde. Uma das pesquisas mais recentes mostra alternativas ao uso da celulose, o polímero natural de maior abundância no mundo. Estudos do pesquisador da Embrapa Florestas, Washington Luiz Esteves Magalhães, e da mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Francine Ceccon Claro, usou a nanotecnologia para potencializar propriedades físicas e químicas que agregam maior valor à celulose para desenvolver uma membrana para uso no tratamento de queimaduras na pele.
O uso de membranas de celulose bacteriana como pele artificial é comum desde a década de 1980, mas o processo de fabricação tem baixo rendimento e alto custo. “O objetivo deste trabalho foi desenvolver membranas de nanofibrilas de celulose vegetal com adição de agente cicatrizante e bactericida como calêndula e nanopartículas de prata”, explica Magalhães. A pesquisa utilizou o pinus como fonte da celulose e mostrou que, por não ter porosidade, a membrana é adequada para aplicações como barreira.
A nanotecnologia está presente no cotidiano da sociedade muito mais do que se imagina. E o setor de base florestal pode utilizar muito mais este tipo de tecnologia, seja tendo a floresta como matéria-prima, seja melhorando seus processos fabris.
Outro exemplo de aplicação da nanotecnologia está no aumento da resistência de alguns tipos de papel a partir de nanofibrilas de celulose, na produção de suplementos alimentares, embalagens comestíveis, uso em compósitos, tratamento nanométrico para aplicação em superfícies hidro-repelentes, cerâmica avançada, cimento de alto desempenho entre outros.
O pesquisador acredita que a nanotecnologia pode ser uma grande aposta para o desenvolvimento do setor florestal, deixando de trabalhar somente com uma commodity para focar em produtos de maior valor agregado. “Quanto mais tecnologia temos, maior o valor agregado aos nossos produtos. Consequentemente, maior valor de venda, maior lucro, maiores salários. É uma cadeia que só vai fazer crescer o setor”, afirma Washington.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12366″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Florestas e conservação do meio ambiente
Um dos tabus no uso da madeira e dos produtos não-madeireiros passa por questões ligadas aos impactos dos cultivos florestais ao meio ambiente. Dados apresentados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) revelam que, quando o assunto é proteção de áreas naturais, o Brasil destaca-se de forma positiva. São mais de cinco milhões de hectares em Áreas de Preservação Permanente (APPs), áreas de Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs).
Para cada hectare plantado com árvores para fins industriais, segundo a associação, outro 0,7 hectare é destinado à preservação. Quase 14% dos 50 milhões de hectares de habitats naturais preservados no Brasil fora de unidades de conservação são de responsabilidade da indústria de árvores plantadas.
“Ainda há certa visão de que a silvicultura é um agente potencialmente poluidor. As pesquisas mostram que essa atividade, quando realizada com critérios técnicos, está aliada ao meio ambiente e fundamentada no respeito às leis ambientais”, afirma o pesquisador da Embrapa Florestas Edilson Batista de Oliveira.
O consumo sustentável de produtos vindos de florestas plantadas oferece inúmeras vantagens à sociedade. Estes tipos de plantios, quando bem planejados e conduzidos, ajudam a proteger os habitats e os ecossistemas naturais; reduzem a pressão sobre as florestas nativas; protegem e mantêm a biodiversidade; fixam e sequestram carbono, contribuindo para a redução e mitigação do efeito estufa e regulação climática; protegem e regularizam o regime hídrico pela conservação de mananciais e de bacias hidrográficas, com melhoria da qualidade da água; mantêm a fertilidade do solo e reciclagem de nutrientes; entre outros.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12367″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Mudanças climáticas
Entender os impactos gerados pela atividade florestal e estudar como os plantios florestais contribuem para reduzir os efeitos negativos das mudanças climáticas, também estão no radar de pesquisadores e empresas.
Estima-se, por exemplo, que os 7,8 milhões de hectares de área de plantios florestais no Brasil são responsáveis pelo estoque de aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) − medida métrica utilizada para comparar as emissões dos vários gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um. Além do estoque de carbono das árvores plantadas, o setor gera e mantém reservas de carbono da ordem de 2,48 bilhões de toneladas de CO2eq e em 5,6 milhões de hectares na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e outras áreas de conservação, como apontam dados divulgados pela Ibá.
Estratégias do setor visando contribuir com esse fim passam pela redução de emissões por desmatamento e por degradação florestal, aumento da capacidade de armazenamento de carbono (como técnicas para melhor conservação do solo, por exemplo) e substituição de produtos.
A substituição de combustível fóssil para geração de energia a partir de plantios florestais, além do uso da madeira no lugar de cimento, aço e alumínio, por exemplo, é uma das possibilidades. Florestas e produtos florestais têm um papel fundamental na mitigação e adaptação às mudanças do clima, não apenas por seu papel duplo como dreno e fonte de emissões, mas também pelo potencial de uso mais amplo de produtos de madeira em substituição a produtos de uso intensivo de combustíveis fósseis ou recursos minerais.
Por outro lado, as florestas também podem sofrer impactos das mudanças climáticas.
Ou seja, além do seu papel de mitigação, também são necessárias estratégias de adaptação das florestas às mudanças do clima. Por isso, a importância de entender que é um processo inevitável e que as diferentes espécies responderão individualmente às mudanças climáticas. Para isso, é necessário manter a biodiversidade das espécies, incluindo variedades de culturas tradicionais e melhoradas e seus parentes silvestres. Neste cenário, pensar em conservação é cada vez mais fundamental.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12368″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Integração com pecuária e lavouras
Ainda no assunto mudanças climáticas, produtores rurais têm feito a sua parte com a adoção da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, com cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação. Esta prática busca otimizar o uso da terra, com diversificação da produção. “A adoção da ILPF também auxilia na mitigação dos gases de efeito estufa, um dos compromissos brasileiros diante das mudanças climáticas”, explica o pesquisador Vanderley Porfírio-da-Silva. Por isso, sua adoção virou política pública e produtores rurais contam com linha de crédito dentro do Programa ABC.
Estimativas da Plataforma ABC indicam hoje cerca de 14,6 milhões de hectares com cultivos em sistemas ILPF no pais, sendo que cerca de 17% com árvores. “Um desafio é aumentar esse percentual com cultivos florestais. Para isso, nosso trabalho de pesquisa deve se debruçar na escolha de espécies, melhoramento genético e no manejo das árvores no sistema”. A presença de árvores com sistemas pecuários, por exemplo, além de contribuir para o sequestro de carbono e mitigação da emissão do metano entérico produzido pelos animais, traz benefícios como o conforto térmico, essencial para a sanidade e produtividade dos rebanhos.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12369″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Uso da madeira na construção civil
A tendência de substituição de produtos não-renováveis já é uma realidade na construção civil, uma das atividades humanas que mais consome recursos naturais. Estima-se que entre 40% e 75% dos recursos existentes são absorvidos por esse setor no mundo. Só no Brasil, a construção gera cerca de 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades.
Em relação às emissões de carbono, a cadeia produtiva da construção tem grande peso. Segundo a Unep (United Nations Environment Programme), as edificações respondem por 40% do consumo global de energia e por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) relacionadas ao consumo de energia.
Se no Brasil a ideia de construção com madeira ainda é uma novidade, o país busca se espelhar nas experiências de várias partes do mundo. Alguns países vêm se destacando na construção com produtos de madeira industrializados – para os quais o desenvolvimento das pesquisas é fundamental. São países como a Austrália, Estados Unidos, Chile, Argentina e Canadá.
Por aqui, os principais avanços tratam do uso do sistema construtivo wood frame, para o qual está sendo desenvolvida uma norma técnica no âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A iniciativa reúne especialistas, instituições empresariais, universidades e centros de pesquisa, agentes financeiros, entre outros, na Comissão de Estudos para discussão do texto da norma.
O sistema construtivo wood frame e outros sistemas que utilizam produtos de madeira industrializados no Brasil já contam com uma série de empresas em atuação no mercado, muitas delas premiadas mundialmente por sua ação inovadora na industrialização de construção civil. Diversas obras já foram financiadas por programas de habitação do governo federal e o sistema se mostra como uma alternativa viável – econômica e ambientalmente – para suprir grande parte do déficit habitacional brasileiro, que chega a 7,757 milhões de moradias, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de forma rápida e com alta qualidade técnica, garantem especialistas, como o engenheiro civil, Guilherme Stamato, pós-doutorado em Estruturas com ênfase em Estruturas de Madeira pela USP da São Carlos.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12371″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Manejo de Florestas Nativas
Para os especialistas, o abastecimento de madeira está mudando de florestas naturais para plantações florestais comerciais. Prevê-se, assim, que as plantações florestais comerciais irão contribuir cada vez mais para o mundo, com o fornecimento de madeira, fibra, combustível e produtos florestais não madeireiros usados na alimentação, e que essa mudança pode reduzir a pressão sobre as florestas naturais.
Mas o manejo de florestas nativas continua tendo importância para o país. Considerada uma das principais atividades econômicas da região Amazônica, o manejo florestal sustentável (MFS) de florestas nativas está no foco de uma série de pesquisas. Assunto muitas vezes polêmico, a principal indagação dos pesquisadores é como manejar a floresta e garantir a sua sustentabilidade. Segundo o pesquisador Evaldo Braz, “o manejo florestal sustentável é a única atividade de uso do solo que realmente garante a manutenção de acima de 80% da cobertura florestal, com uma extração calculada do que pode ser retirado da floresta e o que pode recuperar essa mesma floresta perenemente. Então, o manejo florestal que nós estamos considerando se baseia em taxas de extração compatíveis com a capacidade de recuperação da floresta”.
Para isso, trabalhos de pesquisa têm estudado ciclos de corte e regeneração da floresta. Segundo Rafael Mason, do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Matogrosso (Cipem), “a pesquisa possibilitou maior conhecimento sobre como acontece a formação e o desenvolvimento das florestas, a relação entre o ciclo de colheita e a regeneração natural de cada espécie, além da definição do potencial de uso de cada uma. Esse conhecimento é indispensável para o aprimoramento do Manejo Florestal Sustentável, permitindo a perenidade das espécies e a conservação da floresta e dos serviços ecossistêmicos por ela prestados”. “Onde há MFS, não há desmatamento”, conclui Evaldo.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12372″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Futuro
Diante de tantos desafios e oportunidades para o desenvolvimento do setor florestal, a pergunta que fica é: o que esperar para os próximos anos da pesquisa florestal brasileira? A resposta passa pelo conceito da economia baseada em sistemas biológicos e de baixo impacto, que vem sendo chamada de bioeconomia. Essa linha deve orientar os projetos de pesquisa e desenvolvimento e inovação da Embrapa até 2030.
Além do potencial ambiental do Brasil, esse direcionamento leva em conta as possibilidades criadas a partir desse novo modelo econômico – como novos insumos da química verde e novos serviços ecossistêmicos – e o atendimento aos compromissos do país com a agenda mundial para o desenvolvimento sustentável.
Esse panorama faz parte de um trabalho realizado pelo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, que envolveu mais de 400 profissionais da instituição, do setor privado e da academia, e estão reunidas no documento Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira, lançado no final de abril, durante as comemorações dos 45 anos da Embrapa.
O diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Luiz Moretti, explica que o documento aponta sete megatendências para o futuro da pesquisa em agricultura, pecuária e produção florestal. Essas tendências estão associadas a mudanças socioeconômicas e espaciais da agricultura; intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola; mudanças de clima; riscos na agricultura; agregação de valor às cadeias produtivas agrícolas; à convergência tecnológica e dos conhecimentos na agricultura; e ao protagonismo dos consumidores.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12373″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]“Nosso entendimento é de que a bioeconomia é a agricultura que se conecta com uma multifuncionalidade, não mais dedicada apenas à produção de alimentos, mas à produção de fibras, de energia, de serviços ambientais, serviços ecossistêmicos, biomassa, biomateriais e à química verde”, pontuou Moretti, referindo-se às novas possibilidades que podem estar nas inovações de base florestal.
Segundo a Ibá, com as perspectivas de aumento de população e fortalecimento da economia de baixo carbono, com a necessidade de redução de emissões e os compromissos assumidos pelos países para não aumentar a temperatura do mundo, o setor florestal pode ser uma alternativa para produtos mais sustentáveis e renováveis substituindo os fósseis.
Estimativas indicam que a demanda por madeira em 2050 deve triplicar para 10 bilhões de m³. Será preciso, então, consolidar a produção e o consumo a padrões que garantam às gerações futuras recursos naturais, fontes de energia, clima equilibrado e alimento, entre outras necessidades essenciais à sobrevivência.
Este é apenas um retrato de parte do que envolve a temática florestal no Brasil. Certamente os pesquisadores reunidos em 2019 durante o Congresso terão muito a debater e a conhecer da experiência brasileira com pesquisa florestal. “Esperamos que seja uma oportunidade para troca de experiências e conhecimento em inovações tecnológicas, além de uma visão sobre as tendências para o futuro da pesquisa florestal”, afirma o diretor de Pesquisa e Informações Florestais do Serviço Florestal Brasileiro, Joberto Freitas, Presidente do Comitê Organizador do Congresso (COC). “Temos instituições de pesquisa e universidades fortes e atuantes, que contribuem para o destaque do Brasil no cenário internacional, que podem ampliar esta capacidade técnica. O Congresso será um ótimo espaço para promover cooperação e fortalecimento de redes de pesquisa”, completa Yeda Oliveira, pesquisadora da Embrapa Florestas e vice-presidente do COC.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_single_image image=”12374″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row]