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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Grupo de Desenvolvedores de projetos REDD+/NBS Brasil cria Associação com o objetivo de fortalecer o setor e estabelecer pauta constante com os Governos Federal e Estaduais
A Aliança Brasil em Soluções Baseadas na Natureza (NBS BRAZIL ALLIANCE) tem a finalidade de promover e estimular uma agenda de combate ao desmatamento e degradação florestal que contribuem para acelerar o aquecimento global e as mudanças climáticas. A NBS Brazil Alliance é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, e conta entre os seus associados e membros fundadores com a Agrocortex, Bioassets, Biofílica, Carbonext, Carbon Securities, Ecosecurities, BVRio, FAS, First Climate, IDESAM, Mirova Natural Capital – Althelia Funds, Permian, Sustainable Carbon e South Pole.
Entre seus objetivos, a NBS Brazil Alliance acredita que:
Escalar o potencial do REDD+ é fundamental para alcançar as metas climáticas alinhadas com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A Aliança procura incentivar o financiamento climático privado nacional e internacional ao Brasil e recompensar os atores locais pela redução das emissões por meio do desmatamento e degradação evitados, conservação, manejo sustentável das florestas e melhoria dos estoques de carbono florestal (coletivamente conhecido como REDD+).
Créditos de carbono de alta qualidade devem ser priorizados para combater as mudanças climáticas. A Aliança tem o objetivo de compartilhar boas práticas e desenvolvimentos técnicos para produzirem créditos de alta qualidade para o mercado de carbono, respeitando também regras e metodologias reconhecidas internacionalmente.
As críticas contra compensações são frequentemente acompanhadas de mau-entendimentos sobre o REDD+ e o setor terrestre. A Aliança irá abordar as críticas gerais ao mercado de carbono com uma comunicação mais clara, criando melhor capacitação para todos os atores e desmistificando questões técnicas.
A presidente da Aliança e sua cofundadora, Janaina Dallan, que também é fundadora e CEO da Carbonext e integra o time de especialistas da ONU/UNFCCC/RIT no Brasil para mudanças climáticas, afirma que o projeto representa a união de instituições com o mesmo objetivo, especialmente voltado a trocas de boas práticas. “Nosso objetivo é trazer mais transparência e voz para o setor. A criação da Aliança surgiu da necessidade de se criar diretrizes e boas práticas para NBS gerando assim um ambiente de negócios seguro e confiável, destacando o Brasil nesse mercado internacionalmente. Os projetos devem ser sólidos, com respeito às regras já estabelecidas, seguindo as metodologias, critérios e diretrizes reconhecidas como, por exemplo, do VCS/VERRA”, comenta.
De acordo com Plínio Ribeiro, cofundador e CEO da Biofílica Ambipar Environment, a percepção de que precisavam organizar melhor o ambiente de negócios de investimentos em Soluções Baseadas em Natureza, projetos de carbono, conservação e restauração da floresta, e, principalmente, assegurar a união dos desenvolvedores de projetos para fins de melhor posicionamento e maior influência nas políticas públicas relacionadas ao tema foram os alicerces para a criação da entidade.
A presidente da Aliança e sua cofundadora, Janaina Dallan – Foto: Divulgação
“Com a Aliança também buscamos dar um crivo de qualidade aos projetos dentro de um ambiente saudável e receptivo para investimentos em desenvolvimento, conservação e restauração florestal no Brasil de modo que se possa exercer todo o potencial competitivo e comparativo que as empresas nacionais já têm. Existe uma preocupação de que os projetos que venham a ser desenvolvidos no país tenham qualidade e credibilidade e façam sentido do ponto de vista climático e da biodiversidade. Além disso, queremos, também, incentivar e debater o início das concessões florestais e o importante papel dos serviços ambientais”, pontua Ribeiro, que foi eleito como o vice-presidente da Aliança.
Órgão técnico e consultivo
Entre as principais diretrizes da nova associação estão representar as associadas em assuntos estratégicos de carbono e biodiversidade nos órgãos reguladores ambientais, Ministério do Meio Ambiente, Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, órgãos públicos e demais entidades. Além de desempenhar o papel de órgão técnico consultivo em questões relacionadas aos projetos REDD+ e NBS, a Aliança tem o papel de estabelecer vínculos de cooperação e informação com entidades congêneres (nacionais e internacionais) para uma atuação ampla e irrestrita no que diz respeito ao universo dos créditos de carbono.
Para Mariama Vendramini Quirino, secretária geral da associação e representante da Ecosecurities, a Aliança se torna um marco no mercado e mostra a maturidade dos players, dos projetos, do mercado de carbono, ao mesmo tempo em que estabelece base segura para que os projetos alcancem novas escalas, com qualidade e liquidez. Um sinal da evolução dos mercados de carbono e um veículo para fortalecer ainda mais os projetos NBS e seus impactos positivos ambientais e sociais:
“As empresas se uniram frente a um crescimento de mercado e da necessidade de uma articulação organizada que represente adequadamente o setor. Muito tem acontecido nos últimos anos, senão meses, e esta é a oportunidade de termos voz única e fortalecermos o ecossistema. Queremos promover o amadurecimento do mercado e viabilizar o potencial brasileiro de ser um grande ofertante de créditos de projetos baseados na natureza”, assinala Mariama.
Ponto de partida, onde tudo começa
O mecanismo REDD+ (Redução das Emissões provenientes de Desmatamento e da Degradação florestal, incluindo a conservação dos estoques de carbono florestal, o manejo sustentável de florestas e o aumento dos estoques de carbono florestal) promove a redução de emissões de carbono a partir de atividades de conservação florestal.
Baseado em um modelo de desenvolvimento econômico local que valoriza a “floresta em pé”, os projetos REDD+ contam com uma combinação de atividades desde o manejo sustentável e a promoção do agroextrativismo até o monitoramento de biodiversidade, todos financiados a partir da comercialização de créditos de carbono.