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ARTIGO
POR – ELLEN CARBONARI*, PARA NEO MONDO
A chamada Economia de Impacto lançou um convite para a reflexão de lideranças estratégicas: a quem nos aliamos e como temos conduzido nossos processos e relações profissionais? Para as lideranças pautadas em boas práticas das primeiras ondas de inovação, o assunto pede atenção e mãos na massa, uma vez que é testando e prototipando que cada organização encontrará os caminhos mais adequados e frutíferos para si.
A agenda de impacto é uma agenda propositiva que anuncia: “coisas melhores estão por vir”. Talvez os novos anos 20 sejam justamente a década do novo sonho, de refundar as esperanças em terra arrasada. Esta agenda discorre sobre um tipo de organização social, financeira e governamental na qual os sujeitos individuais e coletivos atribuem a mesma prioridade a três orientações: sociedade, meio ambiente e resultados financeiros.
Pode até nos parecer sonho de uma nova geração que acredita ter superado a anterior, como é lugar de direito de qualquer geração para registrar sua passagem na curta história dos homens, mas, desta vez, a tecnologia, a comunicação e a informação estão mais afiadas do que nunca. Também estão os abismos em termos de concentração de renda e o olhar atento às desigualdades de raça, gênero e classe àqueles dispostos a observar a dureza do que pede para ser transformado.
Kate Raworth, economista autora do best-seller Economia Donut nos convida a imaginar um mundo onde toda a economia do planeta é usada para regeneração, um mundo em que as decisões sejam tomadas respeitando os limites do planeta, um mundo em que a riqueza seja compartilhada por todos e que vivamos em abundância. Mais do que um movimento inspiracional, a autora propõe um modelo prático e felizmente adotado pelo governo de Amsterdam e já difundido na academia internacional. No campo corporativo, Ann Mei Chang, em sua obra “Lean Impact”, lança mão de suas experiências como chefe executiva de grandes startups do Vale do Silício para unir a bem-sucedida experiência de Startup Enxuta com a onda de investimento que atribui igual significância a resultados financeiros e socioambientais positivos provenientes da ação direcionada de uma organização privada.
Ambas literaturas promovem frames práticos para que a inovação possa ser avaliada, aplicada e prototipada em ambientes institucionais. E desde então, fundos, empresas privadas, aceleradoras e hubs de inovação espalhados pelo Brasil estão desenvolvendo melhores práticas para a efetivação de resultados inovadores que reforçam o brilhantismo da agenda.
Do imaginário a ação o caminho apresenta aprendizados particulares a depender do território, tipo de instituição, histórico setorial e/ou territorial, maturidade e capacidade de inovação instalada. Não por acaso uma abordagem para avançar na agenda considera a inclusão e expansão dos saberes e cultura instalada como mecanismo de alavanca para resultados. Outro aprendizado crucial tem sido construir parcerias entre pares, que podem até mesmo sobrepor linhas de serviço no mercado e que, entretanto, avaliam o componente de competição como secundário mediante o ganho de eficiência ao encontrar soluções para o avanço da cultura e da governança organizacional.