Foto – Pixabay
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Como eliminar o ‘spam’, problema global que responde por 85% do volume total de e-mails do mundo
Para cada e-mail enviado são gerados 20 gramas de CO2. O dado é da Validity, fornecedora líder de soluções de inteligência de e-mail marketing e gestão de dados de CRM, e equivale a 1.500 quilômetros percorridos de carro por ano, considerando-se uma média diária de envio de 30 mensagens.
“Nossa empresa entende como poucos a importância de enviar um e-mail para o destinatário correto. De nada adianta se comunicar com todas as pessoas de uma imensa base de e-mails. Além de ser ambientalmente incorreto, só prejudica o negócio. A começar pela imagem da empresa, que se deteriora quando um destinatário recebe e-mails em excesso de um mesmo remetente”, explica Cecília Belele, vice-presidente de Vendas LATAM da Validity.
De acordo com ela, há também o risco de os ESPs (Provedores de Serviços de E-mail) acabarem considerando o conteúdo automaticamente como spam. É consenso que o e-mail é uma ferramenta de marketing digital essencial, amplamente utilizada pelas características de imediatismo e baixo custo.
“Cada etapa do processo de envio de e-mails é uma questão de responsabilidade humana e consciência do impacto ambiental. Poucas pessoas hoje entendem a jornada de um e-mail e a extensão da sua pegada de carbono, pois a maioria dos elementos geralmente está oculta”, analisa a executiva. O tema foi bastante discutido durante a COP26, conferência do clima realizada em novembro passado, em Glasgow, na Escócia.
Segundo Cecília, não se pode dourar a pílula. “Sabemos que o e-mail polui, mesmo que seja em uma proporção infinitamente menor do que o papel. Por isso, grandes empresas ao redor do mundo incentivam seus clientes a adotarem políticas de governança interna que aperfeiçoem suas práticas de e-mail, reduzindo sua pegada de carbono, e que permaneça no centro das estratégias das empresas”, complementa.
Tal empenho está alinhado ao que dispõe, no Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD, nº 13.709/2018), que regula as atividades de tratamento de dados pessoais e possui como principal objetivo proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade na internet.
Para isso, a Validity lançou o Guia do E-mail Marketing para a LGPD (clique aqui e baixe o documento, gratuitamente), que esclarece as normas para coleta, tratamento, armazenamento e uso de dados pessoais. A lei já está em vigor desde 2020, assim como as suas penalidades.
Confira abaixo cinco dicas simples de como reduzir a pegada de carbono no envio e armazenamento de e-mails e auxiliar na eliminação do ‘spam’, problema global que responde por 85% do volume total de e-mails do mundo.
1)A importância de ter dados de qualidade
O primeiro elo da cadeia diz respeito à qualidade dos bancos de dados nos quais as marcas baseiam suas campanhas. Para isso, três são os pilares:
– Identifique assinantes inativos. Por exemplo, aqueles que não clicaram ou abriram e-mails por mais de 90 dias e limite o volume de envios para esses alvos;
– Apague e-mails que geram erros automáticos. É aconselhável limpar as listas de discussão excluindo endereços que geraram erros automáticos para maximizar o impacto sem enfraquecer a reputação do remetente;
– Permita e facilite o cancelamento (opt-out). Trata-se de uma regra de ouro. E, infelizmente, é muito comum que mesmo após solicitar o descadastramento as pessoas continuem a receber e-mails que não lhes interessam. Isso faz com que as taxas de desempenho negativas sejam inevitáveis.
2)Qualidade acima de quantidade
Visto como um canal de marketing barato e rápido de implantar, o e-mail muitas vezes sofre com a má prática de enviar mensagens para uma base completa de e-mails, muitas vezes mal qualificados, na esperança de atingir o maior público possível. Isso não apenas tem um impacto ambiental negativo considerável, mas também reduz significativamente o desempenho da campanha e a reputação do remetente, ameaçando a entregabilidade de todo o programa.
Quando você sabe que apenas 5% do volume de mailings automáticos resultantes de um direcionamento preciso (por exemplo, abandono de carrinho) geram 50% das receitas da campanha, a regra da qualidade não deve mais ser debatida.
Além de evitar o envio massivo para listas completas, sem segmentação, a quantidade também pode ser limitada, identificando as mensagens essenciais e aquelas mais genéricas e muitas vezes consideradas inúteis pelo assinante.
Saber identificar os períodos em que o envio de e-mails pode ser desnecessário também é particularmente interessante. Presenciamos isso durante o auge da pandemia da Covid-19, na qual alguns players da área do turismo decidiram parar de enviar campanhas.
3) Um ecossistema muito mais amplo que o de envio
É claro que o impacto ambiental de um e-mail pode parecer, à primeira vista, depender apenas do remetente. No entanto, toda a cadeia é afetada.
Só é possível começar a entender o real impacto do envio de um e-mail quando se considera todos os servidores usados pelos provedores de e-mail, os equipamentos de telecomunicações e até mesmo o fato de muitos consumidores terem seus dispositivos conectados 24 horas por dia.
4) A necessidade de educar os consumidores e as equipes de marketing
É importante aumentar a conscientização sobre boas práticas entre consumidores individuais e equipes de marketing nas empresas. No contexto individual, o remetente deve se perguntar, por exemplo: qual é sua pegada de carbono? Um “obrigado” enviado a um colega é realmente um agradecimento? São necessários tantos anexos? É realmente necessário “responder a todos” ou manter um número elevado de pessoas em cópia?
Ao enviar campanhas de um remetente profissional, as mesmas perguntas devem ser feitas, mas em escala diferente. Portanto, é essencial que todos estejam cientes dessas questões para garantir uma abordagem responsável.
5) Iniciativas para limitar, mas também para aumentar o envio de e-mails – por que esse paradoxo?
Embora o envio de um e-mail tenha seu impacto ambiental, não se deve esquecer que é muito menos poluente do que uma carta, por exemplo. Se as alternativas ao e-mail forem mais poluentes, a questão da responsabilidade ambiental deve prevalecer para garantir a consistência da abordagem.
Tomemos o exemplo da abolição dos recibos de papel e sua substituição pelo documento por e-mail, iniciativa que está sendo tomada em muitas empresas no Brasil. Embora isso possa aumentar o número de e-mails enviados, o impacto ambiental dos recibos em papel é muito maior do que enviá-los por e-mail.
“Enviar mais e-mails, portanto, nem sempre é uma má ideia, se for uma alternativa melhor e mais controlada. Assim, o valor de um e-mail deve ser bem entendido, a fim de incentivar a destinação de notas fiscais por e-mail e coibir envios em massa com mensagens puramente promocionais e não segmentadas, que geram uma taxa de engajamento muito baixa”, finaliza a vice-presidente de Vendas LATAM da Validity.
Foto – Pixabay