Lohane Dafne – Foto: Divulgação
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Iniciativa forma jovens em situação de vulnerabilidade e os conecta ao mercado de trabalho
Já estão abertas as inscrições para o Recode Pro, iniciativa da ONG Recode que forma gratuitamente pessoas em situação de vulnerabilidade social em programação full stack. Pela primeira vez, pessoas de todo o Brasil poderão participar da formação, que já encaminhou para o mercado de trabalho cerca de 84% dos formados nos ciclos anteriores. Ao todo, serão 420 vagas disponibilizadas.
O projeto conta com 540 horas de atividades, tempo maior do que de algumas pós-graduações. Ele disponibiliza aulas técnicas, palestras e mentorias com profissionais experientes da tecnologia e ajuda no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, valorizadas pelos recrutadores no momento de efetuar contratações.
“Mais do que uma formação em desenvolvedores full stack, nosso foco é colocar esses profissionais no mercado de trabalho, conectando-os com grandes empresas, para que possam ser vetores de transformação em suas famílias e comunidades, gerando benefícios para todos”, conta o CEO e fundador da Recode, Rodrigo Baggio.
Criado em 2019, o projeto vai ao encontro de uma demanda do mercado de tecnologia que, segundo pesquisa da Brascomm, abrirá 800 mil novos postos de trabalho nos próximos cinco anos. Apenas pouco mais de 53 mil profissionais, no entanto, se formam anualmente no Brasil. Por isso, após a conclusão do curso, é realizada uma feira de talentos onde profissionais de recrutamento das empresas conhecem os formandos e têm acesso aos currículos e trabalhos realizados, podendo realizar entrevistas e fechar contratações.
Para participar é necessário ter entre 18 e 39 anos e renda per capita de até um salário mínimo. A inscrição, assim como o regulamento completo, pode ser realizada pelo site www.recodepro.org.br.
Valorização da diversidade
O projeto valoriza a diversidade, recebendo mulheres, negros, PCDs e pessoas que se identificam como LGBTQIA+. É o caso da travesti Nathally Souza, que realizou a transição de gênero durante o programa e hoje trabalha com tecnologia em uma grande empresa: “É um mercado formado majoritariamente por homens. Quando tem uma travesti, como eu, que está criando conteúdo técnico, estou falando com mulheres, pretos e pessoas cis ou trans que elas também podem ocupar esse espaço”, afirma a desenvolvedora.
Quem também conseguiu um emprego como programadora após concluir o Recode Pro foi a jovem Lohane Dafne. Moradora da periferia de São Paulo, ela viu na iniciativa uma chance de oferecer um futuro melhor para a família: “Não sabia nada de programação quando entrei no projeto. Hoje, estou trabalhando com tecnologia. Eu só precisava de uma oportunidade, e consegui”, ressalta.