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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Três autores indígenas participam este ano do projeto Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras, maior circuito literário do país. O evento conta com a participação de 51 escritores em uma programação composta por bate-papos, oficinas, narração de histórias e performances poéticas, entre outras atrações. Até dezembro, o projeto vai percorrer 140 cidades de todas as regiões brasileiras, totalizando cerca de 500 atividades.
O Arte da Palavra busca formar plateias em todo o Brasil e levar a elas as manifestações mais diversas da cultura do país, como a dos povos originários. “A seleção de artistas para o Arte da Palavra é realizada em curadoria coletiva, com representantes do Sesc de todo o país, de modo a contemplar todas as diversidades possíveis. Isso torna o projeto um retrato da pluralidade literária do Brasil. Além de valorizar a produção literária nacional, o Arte da Palavra busca incentivar a prática da leitura e abrir espaço para novos autores”, disse a Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Janaína Cunha.
Entre os autores está o escritor indígena Olívio Jekupé, do povo Guarani, autor de 22 livros publicados, que destacam o povo indígena e a forma como vivem e pensam. “As queixadas e outros contos guaranis”, “Tekoa, conhecendo uma aldeia indígena” e “Iarandu, o cão falante” são algumas de suas obras. Ele participa do Arte da Palavra no Circuito dos Autores, que promove encontros e bate-papos entre escritores de localidades distintas, propiciando uma troca de experiências entre os profissionais e o público. Além das mesas de debates nas Unidades do Sesc, os autores também realizam visitas a escolas, apresentando aos alunos suas obras e discutindo aspectos da vivência literária, fomentando o gosto pela leitura e escrita.
Aliã Wamiri Guajajara é contadora de histórias e poeta da Aldeia Ukair, em Teresina (PI). Nathalia Leal é poeta de origem indígena Kariri, moradora da comunidade tradicional do Corumbê, em Paraty (RJ). Elas fazem parte do Circuito de Oralidades, focado em manifestações literárias que remetem, especialmente, à narração de histórias e à veiculação oral da poesia. O circuito pretende valorizar a riqueza e multiplicidade de vozes, ideias e costumes, por meio de saraus, performances, slam poetry, repentes e outras manifestações que se multiplicam Brasil afora. Em cada cidade contemplada pelo projeto são realizadas duas apresentações por dia: uma durante a tarde, voltada para escolas, e outra à noite, aberta para o público.