Imagem – © Mostra Ecofalante
Por – WWF-Brasil e Mostra Ecofalante / Neo Mondo
O mais importante evento sul-americano dedicado ao cinema socioambiental terá 101 filmes este ano – entre eles, Cinzas da Floresta, do artivista Mundano
Considerada como um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema acontece em São Paulo de 1 a 14 de junho, com entrada franca. Entre os destaques do festival e exibido em estreia mundial no festival está Cinzas da Floresta, documentário que integra um projeto multimídia de arte e meio ambiente baseado no artivismo como ferramenta de denúncia de crimes e sensibilização para a causa ambiental.
O filme registra a saga de mais de 10 mil quilômetros percorrida por Mundano durante três semanas (junho e julho 2022) para a coleta de cinzas das queimadas, restos de árvores e animais carbonizados. Essas cinzas foram usadas na produção das tintas que colorem um painel de 1000 metros quadrados no centro da cidade de São Paulo com uma releitura de um dos mais icônicos quadros de Cândido Portinari, O Lavrador de Café. Na releitura da obra modernista, o artivista Mundano retratou um personagem real: Vinicius Curva de Vento, da Brigada Voluntária de São Jorge, que combateu as queimadas da Chapada dos Veadeiros.
A coleta de cinzas foi feita nos quatro principais biomas brasileiros, que são vítimas recorrentes de queimadas criminosas: Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. A expedição visitou as cidades de Poconé (bioma Pantanal, Mato Grosso), Colíder (bioma Amazônia, Mato Grosso divisa com Pará), São Jorge na Chapada dos Veadeiros (bioma Cerrado), Alto Paraíso de Goiás (bioma Cerrado) e Amparo (São Paulo, bioma Mata Atlântica).
Nas mãos de Mundano, vida e arte se misturam numa interrogação: até quando os crimes ambientais servirão como base para sua arte? “Resíduos de crimes ambientais infelizmente são matéria prima abundante pelo Brasil. Testemunhar as queimadas foi essencial na pesquisa com as cinzas que se transformarão em uma denúncia desse tempo de destruição ambiental”, ressalta o artivista.
O painel, o dia a dia da equipe e todos os esforços de apoio aos brigadistas foram registrados no Cinzas da Floresta, com direção de André D’Elia.
Para Gabriela Yamaguchi, diretora de Sociedade Engajada do WWF-Brasil, “o projeto Cinzas da Floresta representa a diversidade de esforços da sociedade em agir concretamente diante de tantos retrocessos socioambientais que vivemos, e busca oferecer apoio às pessoas que protagonizam a luta pela natureza em seu dia a dia”.
Exibição do Cinzas da Floresta na mostra Ecofalante:
Espaço Itaú de Cinema:
02/06 – 18h15 – Sala 3 – Augusta
09/06 – 18h30 – Sala 3 – Augusta
14/06 – 21h – Sala 4 – Augusta
12ª Edição da Mostra Ecofalante
Questões relacionadas aos povos indígenas e ao racismo são destaques nesta edição, que acontece em São Paulo de 1 a 14 de junho, com entrada franca. No total, 26 títulos programados discutem questões relacionadas ao universo dos povos originários, parte deles assinados por cineastas indígenas. Um dos destaques é o longa-metragem brasileiro “Escute, A Terra Foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal, exibido em estreia mundial no evento. Está programada também uma apresentação em realidade virtual: “Amazônia Viva”, assinada por Estêvão Ciavatta. A temática também está presente em outras seções do evento, como a Competição Latinio-americana, Panorama Internacional Contemporâneo, Concurso Curta Ecofalante e a Mostra Histórica: Fraturas (pós-)coloniais e as lutas do Plantationoceno.
Considerado como um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema tem suas projeções sediadas no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Biblioteca Roberto Santos. Completam o circuito de exibição unidades do Centro Educacional Unificado – CEU, Casas de Cultura, Fábricas de Cultura e Centros Culturais.
O Concurso Curta Ecofalante promove competição entre curtas-metragens realizados em universidades e cursos audiovisuais. Em 2023, participam 18 produções, representando os estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Ela tem patrocínio da White Martins, da Valgroup, do Mercado Livre e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da Evonik e da Drogasil. Tem apoio institucional do WWF-Brasil, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.
