Foto – João Marcos Rosa
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Animais não possuem pigmentação azul, sendo esta a cor mais rara da natureza
O azul é a cor mais rara da natureza. E isso não é uma exceção em animais, sejam eles aves, mamíferos ou répteis. A arara azul, por exemplo, possui a penugem com coloração preta. Mas, então, por que é que enxergamos a cor azul nelas?
Enxergamos a cor azul nesta espécie de araras típica do Pantanal brasileiro por conta de um fenômeno visual fascinante chamado iridescência, que ocorre em certas espécies de animais, como é o caso das araras azuis. Essas aves têm penas que exibem um brilho especial e uma variedade de cores quando expostas à luz.
A iridescência nesses animais é causada por uma combinação de fatores. A estrutura de suas penas é composta de uma série de pequenos filamentos dispostos de forma ordenada. Essa estrutura microscópica age como um prisma, refratando e refletindo a luz, fazendo com que o azul se sobressaia aos nossos olhos.
Além disso, as penas das araras têm pigmentos especiais, como melanina, que absorvem e refletem a luz de maneira seletiva. Esses pigmentos interagem com a estrutura das penas, fazendo com que certas cores sejam suprimidas ou amplificadas. Quando a luz atinge as penas das araras azuis, ela é refratada, refletida e dispersa em várias direções. Isso cria um fenômeno de interferência, onde diferentes comprimentos de onda da luz se encontram e se reforçam ou se cancelam mutuamente. Como resultado, podemos ver não apenas o azul tão característico da espécie na penugem originalmente preta, como também as cores verde, roxa e ou flashes metálicos, a depender do ângulo em que o observador se encontra.
Não é só a cor da arara azul que é rara na natureza. Até o ano de 2014, a espécie possuía o status de ameaçada. Entretanto, por conta do trabalho realizado por diversos programas e projetos, como o Projeto Arara Azul, o status da espécie melhorou e, agora, ela é considerada como vulnerável pela International Union for Conservation of Nature (IUCN).
Criado em 1990, o projeto Arara Azul busca promover a conservação das araras-azuis e da biodiversidade do Pantanal. No início, a iniciativa contava com o apoio da Toyota e, a partir de 2009, passou a ser patrocinada pela Fundação Toyota do Brasil.
Dentre as principais atividades do Projeto estão o monitoramento de ninhos e de filhotes de araras-azuis, o manejo de ninhos naturais e artificiais e ações voltadas para a educação ambiental.
Ao longo dessas três décadas, foram realizados mais de 12 mil monitoramentos e com observação de mais de 800 filhotes nascendo. Devido aos esforços realizados, houve um aumento considerável na população de araras-azuis no Pantanal Mato-grossense.