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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Estudo feito pela FGV entendeu que o consumo resultou em ganho de 80g no final da gestação
Um estudo divulgado pela Escola de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), com uma base de 5.000 respondentes, apontou que gestantes atendidas pelo Programa de Cisternas no semiárido brasileiro deram à luz, entre 2011 e 2017, a crianças mais saudáveis, em comparação com aquelas que não tiveram acesso ao benefício no decorrer da gravidez.
Intitulado como: “Políticas de Adaptação Climática e Saúde Infantil”, o levantamento entendeu que a cada semana que a gestante consumiu água vinda das cisternas, o bebê ganhou dois gramas de peso, resultando em um ganho de 80 gramas no final da gestação. Ao todo, foram instalados 400 mil equipamentos no período.
Segundo informações da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro), cerca de 40 mil famílias pernambucanas não têm água de cisterna para consumo. Em todo o semiárido, são 350 mil famílias. No Brasil, mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 100 milhões sofrem com falta de tratamento de esgoto.
Maria Helena Cursino, CEO da PWTech, ressalta: “O programa de cisternas é fundamental para garantir a segurança hídrica e o bem-estar das comunidades locais, pois o sistema não apenas capta e armazena a água da chuva, mas também representa uma solução sustentável para a escassez de recursos hídricos, promovendo a autonomia das famílias”.
Sem rios perenes, o Semiárido apresenta o menor percentual de água reservada no país, próximo a 3%, o que torna a água de chuva – com médias entre 400 a 800 milímetros anuais – a principal fonte de abastecimento.
As informações disponibilizadas no estudo da FGV foram cruzadas com dados do Sinasc (Sistemas de Informações sobre Nascidos Vivos), do Ministério da Saúde, para alcançar os resultados finais. Conforme sinalizado no documento, o Programa de Cisternas não possui como público-alvo as gestantes, e sim famílias rurais de baixa renda, tendo como prioridade povos de comunidades tradicionais. A especialista finaliza frisando a vitalidade do recurso para a qualidade de vida da comunidade: “Ao reduzir a necessidade de deslocamento para buscar água, as cisternas contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Entretanto, é importante atentar-se ao tratamento adequado da água armazenada, seja por meio de sistemas de filtragem, cloração ou outros métodos apropriados, a fim de garantir a eliminação de contaminantes e reduzir o risco de doenças por veiculação hídrica, como diarreia e infecções gastrointestinais”.