Foto: Fabio Risnic
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Premiação reconheceu a jornalista Zileide Silva como a jornalista negra mais admirada do Brasil
Na noite de segunda (13), a Unibes Cultural, em São Paulo, foi palco da cerimônia de premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, uma iniciativa inédita que reconheceu os profissionais e os veículos de comunicação que se destacaram na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista. O evento contou com a presença de jornalistas e autoridades, além de transmissão ao vivo pela internet.
O prêmio nasceu das inquietações de seus realizadores diante da necessidade de promover a inclusão, enfrentar o preconceito racial e dar voz às comunidades marginalizadas. Surge então uma costura inédita do Jornalistas&Cia, compondo um quarteto editorial, com as participações estratégicas de 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela diversidade na comunicação, o que representa um marco na promoção da inclusão e da luta antirracista no campo da comunicação.
O prêmio contou com duas fases de votação, nas quais os próprios jornalistas e colegas da comunicação corporativa indicaram e elegeram os jornalistas e veículos de comunicação +Admirados do país. Na categoria TOP 10 +Admirados Jornalistas, que elegeu os dez jornalistas negros e negras mais admirados do Brasil, a presença feminina foi o grande destaque, com oito das dez colocações.
A vencedora foi Zileide Silva, da Rede Globo, seguida por Maju Coutinho, também da Rede Globo, e Semayat Oliveira, do Nós, Mulheres da Periferia. Completaram o ranking Roberta Garcia, do ICL, Tiago Rogero, do Projeto Querino, Valéria Almeida, da Rede Globo, Silvia Nascimento, do Mundo Negro, Pedro Borges, do Alma Preta, Flávia Oliveira, de O Globo/GloboNews, e Basília Rodrigues, da CNN. Para Zileide Silva, a sua premiação é motivo de muita alegria.
“Esse prêmio, particularmente, é muito importante para nós, porque quando eu comecei nessa profissão, nós contávamos nos dedos de uma mão quantos jornalistas negros e negras ocupavam esse espaço. Hoje, nós estamos aqui recebendo esse prêmio”, completa a jornalista. Ela também conta que houve momentos em que mães a abordaram e contava a ela que dizia aos seus filhos que se eu estava naquela posição, eles também poderiam ocupar esse mesmo espaço. Para ela, esse é o principal objetivo do prêmio, “mostrar como pessoas pretas são capazes de ocupar felizes esses espaços”, conta Zileide.
Semayat Oliveira, ganhadora do 3º lugar, consultora analítica do podcast Mano a Mano e representante do Nós, mulheres da Periferia, também destacou a importância do prêmio e a honra de fazer parte de uma geração que está conseguindo se estruturar no jornalismo. “Eu fiz toda a minha trajetória na mídia independente, como uma jornalista autônoma e gestora de um veículo de comunicação, e foi o jornalismo preto e periférico brasileiro que me capacitou para estar aqui. É uma luta coletiva”, ressalta a vencedora.
Na categoria Veículo Liderado por Jornalistas Negros, o vencedor foi a Revista Raça, que há 25 anos se dedica a divulgar a cultura, a história e as conquistas da população negra no Brasil e no mundo. Já na categoria “Veículo Geral”, a vencedora foi a TV Cultura, reconhecida por sua programação diversa e de qualidade, que aborda temas relevantes para a sociedade, como educação, cultura, meio ambiente e direitos humanos.
Na categoria Profissionais de Imagem/Foto e Vídeo, a vencedora foi Andreza Oliveira, da Rede Globo, que se destacou por seu trabalho como repórter cinematográfica em diversas coberturas jornalísticas. Além das categorias nacionais, o prêmio também homenageou os jornalistas negros mais admirados em cada região do País. Os vencedores foram: Vinícius Veloso, do Metrópoles, pelo Centro Oeste; Luana Souza, da TV Bahia, pelo Nordeste; Cley Medeiros, de A Crítica, pelo Norte; Larissa Alves, da BandNews FM, pelo Sudeste; e Aline Reis, do Jornal Plural, pelo Sul.
O evento também contou com homenagens especiais aos Decana e Decano do Jornalismo Rosane Borges e Flávio Carrança, que receberam o Troféu Luiz Gama por suas trajetórias de mais de 40 anos no jornalismo, com destaque para a defesa dos direitos humanos e da igualdade racial. A jornalista Rebeca Borges, do portal Metrópoles, foi agraciada com o Troféu Tim Lopes como Revelação do Ano. Já o Troféu Glória Maria destacando a Personalidade do Ano teve como vencedor o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, que possui uma trajetória de luta pela igualdade racial e social no Brasil. O ministro não pôde comparecer à cerimônia de entrega do troféu, mas deixou uma mensagem em agradecimento ao reconhecimento de seu trabalho.
“É com grande entusiasmo que participo de um evento que celebra um projeto tão relevante e pioneira que busca reconhecer e premiar jornalistas negros e negras, e veículos de comunicação que possui um compromisso com as causas raciais e da diversidade. O reconhecimento desses profissionais é um passo crucial para a construção de uma imprensa verdadeiramente plural e inclusiva”, declara o ministro.
A cerimônia recebeu o patrocínio de Bayer, Unilever e DOW, apoio de Latam e Embaixada e Consulados dos Estados Unidos; e apoio institucional de ABI, Conajira/Fenaj, Redemar Brasil e Unibes Cultural.
Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras
O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira é uma iniciativa inédita que reconhece e celebra jornalistas negros e negras, assim como veículos de comunicação que se destacam na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista. Promovido por Jornalistas&Cia em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação., o prêmio destaca a excelência no jornalismo e promove a diversidade e inclusão nas redações, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.
*Texto de Ghabriella Costermani, da SiComunicação, assessoria de imprensa do prêmio.
Racismo não é uma questão de ponto de vista nem mimimi, é crime!
LIGUE 100 E DENUNCIE