Grupo HARI na torre do MUSA, em Manaus – Imagem:_Harvard Amazon Rainforest Immersion
Por – Claudia Guadagnin, para Neo Mondo
Grupo da HARI – Harvard Amazon Rainforest Immersion, conheceu a Floresta Amazônica acompanhado de integrantes de instituições de países da América Latina para aprender sobre desafios ambientais, sociais e econômicos que envolvem a conservação da biodiversidade no Brasil e no mundo
Entre os dias 7 e 17 de agosto, 35 pessoas, entre professores, alunos e pesquisadores da Universidade de Harvard, e estudantes de diferentes instituições da América Latina, de países como Brasil, Colômbia, Chile, Equador e Peru, participaram de uma imersão na Floresta Amazônica para conhecer o bioma e pensar em oportunidades relacionadas à pesquisa, políticas públicas, conservação da biodiversidade e aos desafios ambientais, sociais e econômicos para o século 21.
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A parceira estratégica para execução da HARI foi a Academia Amazônia Ensina (ACAE), que soma mais de seis anos de experiência, tendo promovido, com diferentes públicos, mais de uma dezena de expedições com mais de 200 pessoas para a Amazônia.
Maria Eugênia Tezza, diretora-executiva da ACAE, conta como a parceria entre a instituição e Harvard se consolidou e o saldo que a viagem deixou.
Maria, conte um pouco sobre o que foi a expedição para a Amazônia com Harvard.
A Harvard Amazon Rainforest Immersion – HARI foi idealizada, planejada e executada entre a Academia Amazônia Ensina e o DRCLAS – David Rockerfeller Center for Latin American Studies, da Universidade de Harvard, que tem escritório em São Paulo, com apoio do Instituto Salata, também de Harvard. A expedição contou com outros apoios institucionais também, como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o IDESAM. Participaram professores, alunos e pesquisadores da Universidade de Harvard, e estudantes de outras instituições de ensino na América Latina, de países como Brasil, Colômbia, Chile, Equador e Peru.
Como essa parceria entre Harvard e ACAE foi fechada? Quando aconteceu?
Essa parceria é motivo de muito orgulho e gratidão pela oportunidade. Orgulho porque sabemos o caminho que trilhamos até aqui, os desafios de se empreender na Amazônia e a expertise e conhecimento adquirido nesse processo, sempre tomando as lições aprendidas de cada vivência. Gratidão porque sempre foi um dos clientes que gostaríamos de atender, é um sonho de empreendedora se realizando. Então, somos gratos pela oportunidade.
Iniciamos os trabalhos juntos em meados de setembro de 2023. Foram muitas reuniões de planejamento e elaboração do conteúdo programático, quebra-cabeça logístico amazônico. E realizamos em onze meses tudo o que foi planejado e a expedição foi um dos processos mais incríveis que já presenciei na Amazônia.
Não foi a primeira vez que a ACAE levou um grupo estrangeiro para uma experiência na Amazonia, certo? Pode recordar quando fez isso anteriormente? E como foram essas experiências?
Já realizamos expedições com diversos públicos, europeus, norte americanos, latino-americanos, entre outros. Entendemos a sustentabilidade como algo transversal a todas as áreas, uma espécie de lente de aumento para tratar das demandas urgentes da civilização no século 21, então já tivemos expedição artística com uma trupe de teatro da Dinamarca e expedição com público estrangeiro para tratar sobre investimento na área de bioeconomia. São todas experiências enriquecedoras, e que nos ensinam muito. Mas vejo um movimento, cada vez maior, do público brasileiro se abrir mais para imersões na Amazônia, e isso é muito bom!
De que modo essa experiência com Harvard foi singular e especial a vocês?
Aprendi muito com os processos. Desde a comunicação interna com os participantes, elaboração de conteúdos, construção das agendas, a viagem técnica. Enfim, foi um processo muito construtivo, pelo menos para mim. Uma das coisas mais especiais da viagem com certeza foi o grupo! Muito bem selecionado, todo mundo se deu muito bem, e a troca de experiencias, e conhecimento foi muito divertido e interessante.
Pretendem fazer outras, com essa instituição ou mesmo outras? Se sim, quando e quais?
Sim, essa é a intenção! Espero que a gente tenha mais expedições juntos pela frente sim… Com Harvard e com outras instituições de ensino. Estamos abertos para esse público que tanto faz jus ao que a ACAE veio fazer, juntar conhecimento & experiência numa só vivência na Amazônia.
Como você enxerga a importância desse intercâmbio de conhecimentos e experiência entre países? O que de mais rico tirou de tudo isso?
Eu acho muito legal a oportunidade que as pessoas podem ter, indo numa expedição como essa, para suas áreas de pesquisa. Na HARI que acabamos de finalizar, com certeza já tem estudante se conectando com professores e pesquisadores da Amazônia para desenvolver seus estudos voltados para áreas correlatas à região. E esse sempre foi um dos objetivos do programa, trazer essa proximidade como central para novas articulações. O network é realmente fantástico!
Quantas expedições a ACAE já promoveu pelo território desde que começou os trabalhos? Quantas pessoas já levou para a Amazônia? E quais são os planos até o fim de 2024 e para 2025?
Já realizamos 16 expedições, e o público total é de 250 pessoas. É pouco se comparar com uma agência de viagem, mas é muito quando se pensa que a Academia Amazônia Ensina só tinha realizado quatro expedições antes da pandemia. Tem sido dias de muito trabalho, mas com certeza já estamos colhendo os primeiros louros dessa jornada. Até o fim de 2024 teremos viagens técnicas e de negócios, com muito planejamento, e as expedições retomam a partir de fevereiro de 2025. Inclusive, nossa próxima expedição Amazônia 21, aberta ao público, vai acontecer de 2 a 9 fevereiro e as inscrições estão abertas pelo nosso site.
Pode comentar um pouco qual será a participação da ACAE na próxima COP?
Ainda não temos todos os detalhes, mas estamos organizando uma expedição para a COP 30 em 2025, em Belém. Mais informações serão disponibilizadas pelas nossas redes sociais e no site. Aguardem!