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ARTIGO
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Por – Marcella Zambardino*, especial para Neo Mondo
A frequência das tragédias climáticas está cada vez mais curta ao redor do mundo. Estamos no Brasil, em 2024, vivemos uma das maiores enchentes da história, que devastou o estado do Rio Grande do Sul. Agora pouco, em agosto, cinco anos depois, o país é novamente consumido por incêndios em diversas regiões simultaneamente.
As informações sobre esses problemas estão disponíveis em abundância, mas uma coisa é certa: essa turbulência externa afeta profundamente a saúde mental da sociedade, principalmente dos jovens. Um estudo da Universidade de Bath, na Inglaterra, com 10 mil jovens entre 16 e 25 anos, revelou que 75% se sentem ameaçados pelo futuro, e 45% sofrem de ansiedade climática. Termos como “ansiedade climática” ou “ecoansiedade” ganharam popularidade recentemente, descrevendo a angústia provocada pelo futuro incerto do planeta. Inclusive, o termo já foi incorporado pelo dicionário de Oxford e definido pela Associação Americana de Psicologia (APA) como “medo crônico da catástrofe ambiental”.
Com as eleições se aproximando, este é um momento crucial para escolhermos com consciência. Porém, está claro que mobilizar pessoas a tomarem decisões conscientes no dia a dia é ainda mais urgente.
Hoje, as empresas estão sob constante vigilância, e é mais fácil do que nunca cobrar práticas responsáveis e coerentes. As redes sociais criaram um “teto de vidro” que pressiona as marcas a serem transparentes. Um comentário no “Reclame Aqui” pode levar semanas para ser respondido, mas uma crítica em uma postagem ou publicidade de uma influenciadora contratada exige uma resposta imediata. O público observa e cobra.
Desde 2016, defendo que a sustentabilidade não pode mais ser uma área isolada nas empresas, muitas vezes com um orçamento reduzido. Ela deve estar incorporada nas áreas de Pessoas & Cultura e na liderança executiva, fazendo parte de cada decisão. Essa mentalidade é essencial para nos tirar da situação de “mãos atadas” e nos colocar como agentes da mitigação da crise climática.
Nossa conselheira, Natalie Unterstell, especialista em mitigação climática, ensina que é preciso projetar nossas ações com essa mentalidade atualizada em todas as áreas.
Devemos, ainda, destacar a associação entre o consumo e a crise climática. Um produto aparentemente inofensivo, como um pãozinho infantil, contribui para a degradação do solo ao utilizar trigo transgênico e nove tipos de agrotóxicos em sua produção, conforme dados do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Além disso, esse tipo de alimento prejudica tanto a saúde de quem consome quanto a de quem o produz. Como mencionado pela iniciativa @liberteofuturo, esses ultraprocessados deveriam vir com uma tarja de perigo em suas embalagens. Sabemos que regulamentações como essa só ocorrem com a pressão popular, por isso, espalhar informações confiáveis e pró-saúde é o primeiro passo para gerar esse movimento, assim como pressionar as marcas e até conscientizar os funcionários das empresas.
Praticar ESG de verdade não é mais uma opção!
Escrevo este artigo porque sou apaixonada por este planeta e acredito no poder transformador da união de nossas boas intenções. Não quero que você termine esta leitura com a sensação de que “já era”. Quero que sinta: “Estou junto nessa causa. O que posso fazer hoje para contribuir?”
Vamos juntos?
Marcella Zambardino, cofundadora e Diretora de Impacto da Positiv.a e conselheira consultiva na Akatu.