Topetinho vermelho macho – Foto: Jovani Monteiro
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Iniciativa integra o Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina e inclui enriquecimento florestal de espécies de maior interação com a fauna
O Instituto Serra do Tangará, organização não-governamental que há mais de dez anos trabalha na recuperação de áreas desmatadas da Mata Atlântica em Piraí, região Sul do estado do Rio de Janeiro, plantou, nos últimos dois meses, cerca de 500 mudas de 30 espécies nativas, com destaque para o monjolo, o ipê-amarelo, o jacarandá, o pau-ferro, o guapuruvu, a paineira e o imbiruçu.
A área total restaurada será de cinco hectares, com o plantio de cerca de oito mil mudas de 80 espécies nativas do bioma. O trabalho será finalizado até o final de março de 2025.
“Esse plantio faz parte do Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina, que pretende, até 2050, recuperar mais de 30 mil hectares de mata em um importante corredor de biodiversidade, que conecta a Reserva Biológica do Tinguá ao Parque Nacional da Serra da Bocaina”, explica Jovani Monteiro, biólogo, professor do Ensino Médio e fundador da ONG a qual preside.
Além de participar do programa, o Instituto Serra do Tangará vai mobilizar proprietários da região que tenham interesse em restaurar a mata nativa das suas propriedades. O objetivo é aumentar as florestas da reserva e do entorno, formando um grande bloco de floresta, melhorando a conectividade e aumentando a biodiversidade.
“A Reserva Ecológica Serra do Tangará, onde atualmente funciona a ONG, começou a partir da recuperação de terrenos desmatados de propriedade da minha família. Durante a faculdade de biologia, aprendi que com um trabalho sério e constante essa recuperação da Mata Atlântica seria possível. Espero agora influenciar que outros proprietários de terrenos na região façam a adesão a esse programa de recuperação”, afirma Monteiro.
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Enriquecimento florestal
O Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina realizará também o enriquecimento florestal das áreas já plantadas na reserva ecológica onde funciona o Instituto Serra do Tangará. O trabalho consiste na introdução de espécies que encontram dificuldades de regeneração natural dentro da mata.
Neste processo, serão utilizadas as espécies que produzem frutos para aves e mamíferos, a exemplo da Palmeira Juçara (Euterpe edulis).
“Essa palmeira é importantíssima para alimentar dezenas de espécies de aves e mamíferos, principalmente os de grande porte. Além disso, serão plantadas outras espécies, como Cutieira (Joannesia princeps), Embaúba-branca (Cecropia hololeuca), Brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum), Jatobá (Hymenaea courbaril)e Copaíba (Copaifera langsdorffii).
Sobre o Instituto Serra do Tangará
O Instituto Serra do Tangará é uma organização não-governamental que refloresta área de Mata Atlântica desmatada para a criação de pasto na região Sul Fluminense, protegendo mais de 300 espécies de plantas, 350 tipos de aves e centenas de outros animais que habitam a região. A iniciativa é liderada pelo biólogo e professor de Ensino Médio Jovani Monteiro. Em 2012, transformou a propriedade familiar desmatada em Reserva Ecológica Serra do Tangará e iniciaram o sonho de criar uma grande área protegida. Saiba mais AQUI.