Reflorestamento feito pelo Projeto Guapiaçu com árvores nativas da Mata Atlântica na Fazenda Escola da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, para restauração da Mata Atlântica – Imagem: Fernando Frazão
POR – OSCAR LOPES*, PUBLISHER DE NEO MONDO
Parceria entre Ação Socioambiental (ASA) e Petrobras restaura 261 hectares da Mata Atlântica, promove reintrodução de espécies, educação ambiental e conservação dos recursos hídricos no Rio de Janeiro, beneficiando 2,5 milhões de habitantes da região metropolitana do Rio de Janeiro
A parte leste da Baía de Guanabara é crucial para o equilíbrio ecológico e o abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro. O município de Cachoeiras de Macacu, responsável por fornecer água para aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, depende das nascentes e dos rios que alimentam o sistema Imunana-Laranjal, uma das principais fontes de abastecimento da região. Nesse contexto, o Projeto Guapiaçu, realizado pela Ação Socioambiental (ASA) em parceria com a Petrobras, tem desempenhado um papel fundamental na preservação e recuperação ambiental desde sua primeira fase, que ocorreu entre julho de 2013 e janeiro de 2016.
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Desde sua criação, o projeto Guapiaçu já restaurou 267 hectares de florestas degradadas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, onde 71,6% de sua cobertura original foi desmatada, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e aproximadamente 70% da população brasileira vive nessas áreas. Essas ações de reflorestamento são realizadas em propriedades privadas e incluem a reintrodução de espécies nativas para garantir a biodiversidade local. O projeto Guapiaçu contribui significativamente para a mitigação desse cenário, promovendo a recuperação de áreas degradadas e a conscientização da população sobre a importância da conservação ambiental.
Além das iniciativas de reflorestamento e educação ambiental, o projeto Guapiaçu, em parceria com o Projeto Refauna, apoiou a reintrodução de quatro antas (Tapirus terrestris), extintas na região desde 1900, nas áreas do Parque Estadual dos Três Picos (PETP) e na região da Régua. Essa iniciativa não apenas reforça a fauna local, mas também sensibiliza crianças e jovens para a importância da preservação ambiental. Em outubro de 2022, iniciou-se a quarta edição do projeto, com ações previstas até 2025, abrangendo os municípios de Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Guapimirim e Maricá. As atividades incluem restauração florestal, educação ambiental para todos os ciclos da educação básica e monitoramento da biodiversidade.
As ações vão além das crianças, envolvendo também a comunidade local em debates e práticas de conservação. O Parque Estadual dos Três Picos, maior parque estadual do Rio de Janeiro, concentra dois terços das florestas e 60% das águas que abastecem a bacia do rio Guapi-Macacu (formada pela união do rio Macacu com o rio Guapimirim), reforçando a ligação entre os esforços ambientais e a qualidade de vida regional.
A partir de 2025, a educação ambiental será integrada ao cotidiano de todas as escolas brasileiras, conforme estabelece a Lei 14.926, sancionada em 2024. Essa nova legislação representa um marco no avanço da Política Nacional de Educação Ambiental, originalmente criada em 1999, ao incorporar de forma explícita o estudo de questões climáticas, socioambientais e de sustentabilidade nos objetivos da educação nacional.
Um exemplo inspirador dessa prática pode ser encontrado em Cachoeiras de Macacu, a educação ambiental é promovida em espaços naturais como o Parque Estadual dos Três Picos e a Prainha do Rio Guapiaçu, áreas que possuem polos de aprendizado e lazer. Maria Alice Domingos Picoli, gestora do Parque Três Picos, ressalta a importância das parcerias para a preservação ambiental: “Precisamos fazer essa rede com todos para conseguir preservar, pois não somos ilhas”. A educação ambiental, agora reforçada pela Lei 14.926 de 2024, está integrada ao dia a dia das escolas, incentivando a participação em ações de prevenção e mitigação das mudanças climáticas. O destaque fica para o projeto de reflorestamento que transformou a paisagem de uma antiga área de pastagem em um refúgio verde repleto de árvores nativas. Esse esforço não apenas revitalizou o ecossistema local, mas também criou um espaço de convivência que combina lazer com conscientização ambiental. Angelita Ferraz, profissional do lar, compartilha sua experiência: “Tá muito lindo, tá bem arborizado, com muita sombra. É gratificante ver tudo isso aqui”, demonstra emocionada após visitar a área restaurada após 26 anos.
A nova diretriz vai além do ensino teórico, exigindo que as escolas incentivem os alunos a se engajarem em ações práticas para mitigar as mudanças climáticas e promover a preservação ambiental. Nos projetos pedagógicos, tanto na educação básica quanto no ensino superior, deverão ser incluídos atividades externas à gestão de riscos e emergências socioambientais, bem como ao enfrentamento de desafios climáticos e ecológicos. Essa abordagem busca formar cidadãos mais conscientes, preparados para lidar com os impactos das mudanças climáticas e comprometidos com a sustentabilidade.
A iniciativa de integrar educação ambiental às atividades escolares reflete um compromisso nacional em enfrentar os desafios ambientais de forma coletiva e proativa. Além de oferecer aos estudantes uma base sólida de conhecimento, a proposta visa conectar teoria e prática, mostrando que a transformação começa com ações locais, como o reflorestamento realizado pelo Projeto Guapiaçu, e pode escalar para mudanças globais significativas. Ao longo do tempo, essa política promete não apenas mudar o perfil educacional do país, mas também contribuir para uma cultura de respeito e cuidado com o meio ambiente em todas as esferas da sociedade.
A quarta edição do projeto, iniciada em outubro de 2022, prossegue até 2025, expandindo as ações de restauração florestal, educação ambiental e monitoramento de biodiversidade para novos municípios, como Itaboraí, Guapimirim e Maricá.
O projeto Guapiaçu demonstra que a união de esforços entre governos, empresas e comunidades é essencial para enfrentar os desafios ambientais e sociais. Com números expressivos e histórias de transformação, ele se consolida como exemplo de integração entre conservação ambiental e desenvolvimento humano.
*Oscar Lopes, publisher de NEO MONDO, viajou para Cachoeiras de Macacu (RJ) a convite da Petrobras
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