2024 foi considerado o ano mais quente da história já registrada – Foto: Divulgação
POR – OSCAR LOPES, PUBLISHER DE NEO MONDO
Secas extremas, incêndios incontroláveis, tempestades devastadoras: a humanidade testa os limites da natureza enquanto o planeta responde com sinais cada vez mais alarmantes
O Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março, ocorre em um momento de emergência global. Após 2024 ter sido confirmado como o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias superando em 1,48°C os níveis pré-industriais, o planeta se encontra perigosamente próximo de um limiar irreversível. O agravamento das secas, o aumento da frequência de incêndios florestais e a intensificação de eventos climáticos extremos revelam que os impactos da crise climática não são mais uma ameaça futura – eles já estão moldando nossa realidade.
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A atmosfera terrestre carrega um alerta evidente: as emissões de gases de efeito estufa continuam a elevar as temperaturas globais, colocando em risco ecossistemas essenciais à regulação climática e à manutenção da vida. A Amazônia, por exemplo, já apresenta sinais de colapso, com partes significativas de sua floresta entrando em um processo de “savanização”. O derretimento acelerado das geleiras nos polos, a acidificação dos oceanos e a perda acelerada da biodiversidade são marcos de um cenário que pode ultrapassar pontos de não-retorno.
O custo da inação e os desafios para a humanidade
Os impactos da mudança do clima afetam diretamente a economia, a segurança alimentar e hídrica, a saúde pública e a estabilidade social. Ondas de calor recordes já contribuem para o aumento de mortes e hospitalizações, enquanto tempestades destrutivas causam prejuízos bilionários. No Brasil, a seca histórica na Amazônia, no ano de 2023, levou rios inteiros a secarem, comprometendo comunidades ribeirinhas e biodiversidade local. No Sul, eventos climáticos extremos, como ciclones e enchentes, passaram a ocorrer com frequência alarmante.
A inação diante dessa realidade pode custar caro. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que, se o aquecimento global ultrapassar os 2°C, danos irreversíveis se tornarão inevitáveis. Entre eles, o colapso de recifes de corais, o desaparecimento de florestas tropicais e a liberação massiva de carbono pelo derretimento do permafrost – um ciclo que amplificaria ainda mais o aquecimento global.
A última oportunidade: como reverter o rumo
Diante desse cenário, o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas deve ser encarado como um marco para a ação. A transição para uma economia de baixo carbono, o investimento em energias renováveis, a recuperação de ecossistemas e o fim do desmatamento ilegal são medidas urgentes. No Brasil, a preservação da Amazônia e a expansão de fontes energéticas sustentáveis podem posicionar o país como protagonista na luta contra a crise climática.
No entanto, é necessário ir além dos compromissos formais. Governos, empresas e sociedade civil devem agir de forma coordenada para reduzir drasticamente as emissões e ampliar a resiliência climática. O futuro da humanidade depende de escolhas feitas agora – e a ciência já demonstrou que ainda há tempo para evitar o pior.
Neste 16 de março, o recado é claro: não se trata apenas de “conscientização”, mas de uma chamada urgente para transformar o modo como vivemos e nos relacionamos com o planeta. A mudança do clima não é um problema do futuro – é um desafio do presente, e o tempo para agir está se esgotando.