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POR – OSCAR LOPES, PUBLISHER DE NEO MONDO
No Dia Mundial da Reciclagem, a operação brasileira da multinacional comprova que é possível aliar responsabilidade, inovação e impacto real em escala industrial
Num mundo sufocado por plásticos e marcado pela cultura do descarte, a reciclagem ainda é tratada por muitos como um gesto simbólico. Mas para a Unilever Brasil, ela se tornou um pilar estratégico de transformação ambiental e social — e os números falam por si.
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Ao longo de 2024, a companhia conseguiu coletar e processar 115% do volume de plástico correspondente ao total de suas embalagens comercializadas no país. Ou seja: para cada embalagem que chegou às mãos dos consumidores, mais de uma foi reciclada. Um feito que ultrapassa metas, desafia paradigmas e projeta o Brasil como referência global em economia circular dentro do grupo Unilever — à frente até mesmo de operações na Índia, Indonésia e Vietnã.
Da promessa à prática: a nova lógica do plástico
Essa conquista, alcançada com um ano de antecedência em relação à meta global da companhia, é fruto de uma engenharia sofisticada que vai muito além do marketing verde. A Unilever investe pesadamente em parcerias com cooperativas de reciclagem, pontos de coleta, certificadoras independentes e empresas especializadas em resina pós-consumo (PCR) — garantindo que o ciclo de vida do plástico não termine no lixo.
A cadeia é auditada por organismos como a AcePlas, assegurando transparência, legalidade e respeito às condições de trabalho de milhares de profissionais da reciclagem. Um dos destaques é a adesão ao programa Mãos para o Futuro, da ABIHPEC, que já beneficia quase 6 mil catadores em mais de 200 organizações pelo país.
Economia circular com escala industrial
A ambição da Unilever não para na coleta: ela está incorporando a circularidade ao próprio design de seus produtos. Entre 2021 e 2024, foram 57 mil toneladas a menos de plástico virgem utilizadas nas embalagens, o que representa a evitação de aproximadamente 100 mil toneladas de CO₂ — um impacto ambiental comparável à retirada de milhares de carros das ruas.
Além disso, 37% das embalagens da companhia já são feitas com plástico reciclado, superando com folga a meta de 25% estabelecida para 2025. Marcas como OMO, Comfort, Brilhante e Cif já operam com embalagens 100% recicladas. E a Hellmann’s, desde 2022, entrega potes de ketchup compostos integralmente por material reciclado. Aqui, a inovação se converte em hábito, e o hábito em legado.
A força de quem está em 100% dos lares
Juliana Marra, diretora de Assuntos Corporativos da Unilever Brasil, sintetiza com clareza o compromisso:
“Por estarmos em 100% dos lares brasileiros, mais do que cumprir a lei, temos a responsabilidade de liderar a transformação. Reciclar plástico é mais do que uma exigência — é uma escolha que molda o futuro.”
A frase revela o espírito por trás da estratégia da companhia: sustentabilidade como parte estrutural do negócio, e não como acessório de reputação. É esse tipo de postura que separa quem apenas declara intenções de quem realmente move as engrenagens da mudança.
Reciclar é verbo de ação — e de futuro
Neste Dia Mundial da Reciclagem, a história da Unilever Brasil mostra que é possível — e urgente — fazer da indústria uma aliada da regeneração ambiental. Ao transformar resíduos em novos ciclos produtivos, ao investir na dignidade dos trabalhadores da reciclagem e ao incorporar inovação em cada etapa da cadeia, a empresa demonstra que reciclar é também uma forma de cuidar da vida, da sociedade e das próximas gerações.