Foto: Divulgação
ARTIGO
Os artigos e informes publicitários não representam necessariamente a posição de NEO MONDO e são de total responsabilidade de seus autores. Proibido reproduzir o conteúdo sem prévia autorização
Por- Conrado Santos*, articulista de Neo Mondo
Você já ouviu falar no termo subconsumo? Pois é, este termo ganhou destaque nas páginas do Estadão no último dia 9 de janeiro, em uma matéria replicada da Fortune. O texto explica como milionários permanecem milionários em um mundo onde tudo e todos nos empurram para consumir mais e mais.
Leia também: 2025: Um Ano de Esperança, Reflexão e Valores Coletivos para Transformar o Mundo
Leia também: O despertar de uma nova consciência empresarial: transformando a sociedade por meio dos negócios
Segundo a reportagem, indivíduos com grandes patrimônios, com ganhos acima de US$ 100 mil por ano, revelaram à Fortune que se mantêm ricos ao manterem seus gastos essenciais o mais baixos possível.
Hábitos como comer fora são substituídos pela compra de alimentos para cozinhar em casa, inclusive preferindo alimentos congelados, que são mais baratos do que os frescos.
Com relação ao meio de transporte, muitos optam por não terem carros e, os que têm, compram veículos usados e os consertam quando necessário. Isso, entre outras escolhas, como a compra de itens usados, incluindo roupas e brinquedos para os filhos.
Esses indivíduos que adotam esse estilo de vida estão vivendo um padrão de baixo consumo ou subconsumo. Essa expressão tem se espalhado em sites de redes sociais, principalmente no TikTok, onde é comum observar o oposto: muitos compartilham suas imensas listas de compras de supermercados ou presentes.
Vale muito a pena ler a reportagem na íntegra, pois são apresentados pelo menos três exemplos de famílias de milionários que adotaram esse padrão de consumo. Chamou-me a atenção o caso da americana Shang Saavedra e seu marido, que construíram um patrimônio líquido de milhões como resultado de um estilo de vida que aprenderam a manter desde a infância: um estilo mais frugal.
Eles moram em bairros mais simples de Los Angeles, andam em um carro de 16 anos de uso, fazem suas compras em um mercado com preços mais acessíveis (acredito eu, pois na matéria citam o mercado Aldi) e compram itens congelados. Seus filhos, de cinco e dois anos, vestem roupas usadas, adquiridas em marketplaces como o Facebook.
Entretanto, vale destacar que a família se permite alguns caprichos: sua casa possui algumas marcas de alta renda, seus filhos estudam em escola particular, e seus gastos são voltados para investimentos em educação e ações filantrópicas, o que me chamou muito a atenção.
O resultado disso tudo é que, segundo a pesquisa da Harris Poll, que é a base do artigo, enquanto mais de 58% dos americanos afirmam que seus gastos aumentam durante o período festivo de final de ano, Saavedra diz que seus gastos durante as festas costumam aumentar por conta das doações que realiza, e não pelo consumo.
A matéria continua com outros exemplos que apresentam diferentes hábitos que se encaixam no subconsumo, com variados objetivos. Vale muito a leitura.
Particularmente, ao ler a matéria, fiquei me questionando: será que realmente devemos colocar esse estereótipo do subconsumo? Esse termo é adequado quando consideramos que existe um padrão de consumo ao qual esse modelo adotado pelas famílias é comparado e está abaixo. Mas, sinceramente, será que o padrão de consumo não está muito elevado, para não dizer exagerado?
Penso que, se repensarmos os padrões de consumo, é possível verificar uma mudança significativa em nossas vidas. Perceberemos que, para manter esse chamado “padrão”, cometemos excessos que nos custam caro e, muitas vezes, não nos proporcionam realizações verdadeiras. Há inúmeras pesquisas que mostram que a felicidade não está associada à riqueza, muito menos ao consumo.
Chamam-me a atenção as escolhas da família Saavedra, que destina parte de um valor que outra família qualquer destinaria ao consumo para aliviar o sofrimento de outras pessoas que, provavelmente, não podem consumir. E a pergunta que se faz é exatamente esta: eles são menos felizes por isso?
Temos que ter em vista que a desigualdade que persiste no mundo não é, em tempo algum, fruto da escassez de recursos necessários para oferecer uma vida digna a toda a humanidade. Pelo contrário, existem recursos em abundância. O problema está no excesso e na concentração das riquezas, que levam ao consumo exagerado de poucos, em escalas estratosféricas, sustentadas por aquisições desnecessárias e desperdícios, gerando falta e escassez para a maior parte da população.
A Sabedoria Divina não nos proporcionaria um mundo incapaz de prover recursos necessários à humanidade. Porém, a ganância e o egoísmo, que nos levam aos excessos, nos enveredam por caminhos sombrios, causando sofrimento a muitos.
Para concluir, mesmo que você não seja milionário, que tal se pautar nos exemplos apresentados no artigo e começar a pensar que, talvez, o caminho para um mundo mais justo nem seja o subconsumo de alguns, mas o despertar de todos para um consumo equilibrado, que busque o necessário e não o supérfluo?
Será que muitos de nós não somos adeptos do HIPERCONSUMO?
Repensemos: o mundo precisa de novas escolhas.
*Conrado Santos é CO e CHO (Chief happiness officer) da Consciência S/A, um entusiasta na busca pela Espiritualidade na vida e nos negócios. Empresário, profissional de marketing e voluntário no Grupo Espírita Cairbar Schutel, Folha Espírita e AME-SP.