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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Com padrões de certificação cada vez mais específicos e consumidores antenados em todo o ciclo dos produtos, ingredientes são pontos de atenção para indústrias
Falar de impactos ambientais na indústria de beleza no Brasil é algo ainda complexo, segundo Cleber Barros, especialista técnico da in-cosmetics Latin America, evento 100% dedicado a matérias-primas. Ele afirma, que muita gente ainda associa o tema apenas às embalagens recicláveis, mas a mudança real começa bem antes. “A escolha da matéria-prima e o modo como ela é obtida impactam diretamente o meio ambiente. É ali, na origem, que a sustentabilidade precisa ser desenhada”, afirma.
O especialista ainda comenta que a geração de resíduos, principalmente plásticos, entram como um dos principais tópicos. É natural, uma vez que, segundo levantamento da ONG WWF, das 11,3 milhões de toneladas de lixo plástico produzidas por ano no Brasil, cerca de 10,3 milhões são coletadas, mas só 145 mil são reaproveitadas. Contudo, o especialista destaca que cada ingrediente cosmético carrega uma responsabilidade.
“É importante entender de onde ele vem, como é cultivado, se há impacto sobre ecossistemas sensíveis, quanta água e energia são consumidas no processo. Isso tudo precisa estar no radar de quem desenvolve produtos”, explica.
Nesse contexto, a inovação sustentável vem ocupando papel de destaque. Segundo o especialista, tecnologias como o upcycling de resíduos agroindustriais, o uso de ingredientes biodegradáveis e sistemas de produção com menor pegada de carbono têm sido incorporados por laboratórios e empresas atentas às mudanças de comportamento do consumidor. Para Cleber “sustentabilidade não pode ser só um rótulo bonito na frente do frasco. Ela precisa estar no processo, na fórmula e nas decisões técnicas que tomamos todos os dias”.
Mercado unido para a mudança
Em 2024, a in-cosmetics Latin América, apresentou a primeira edição do Sustainability Display Award, um reconhecimento de mercado para matérias-primas que resolvem questões ambientais ou verdadeiramente ajudam a mitiga-las. Além disso, essa será a primeira edição do evento que irá medir a pegada de carbono a partir das montagens do evento.
Em outra frente, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) destaca os resultados do programa Mãos Pro Futuro, que desde 2006 já recuperou mais de um milhão de embalagens envolvendo 197 organizações de catadores em 26 estados e no Distrito Federal, sendo mais de 165 mil toneladas só em 2023.
Sobre a importância da matéria-prima para produtos finais realmente sustentáveis, Cleber Barros conclui: “não se trata apenas de causar menos impacto, mas de gerar impacto positivo. Isso exige coragem para rever rotas, investir em novas tecnologias e se comprometer com uma cadeia mais transparente e ética desde o início”, diz.
Em um universo científico, as certificações, inclusive, cumprem um papel muito importante, que é garantir que produtos, processos e empresas seguem normas específicas relacionadas à sustentabilidade. E no nicho de beleza, há diferentes recortes, como de produtos naturais e orgânicos, logística reversa e compensação ambiental de embalagens, selos veganos, comércio justo, contra a crueldade, entre outras.
No mês de setembro, a edição 2025 da in-cosmetics Latin America adicionará novas camadas a essa e outras discussões que impulsionam o futuro da indústria. Esse ano, com o objetivo de se tornar ainda mais sustentável, será a primeira vez que o evento passa a medir a pegada de carbono desde as montagens. Para acompanhar o anúncio da programação completa, acesse: https://www.in-cosmetics.com/latin-america/pt-br.html.