Bolsistas e equipe da Fundação Dom Cabral – Foto: Homero Xavier / Fundação Dom Cabral
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Evento de concessão de bolsas marca início da jornada de participantes; dentro dos bolsistas em programas próprios da FDC, 94% se autodeclaram negros e 96% do gênero feminino
Nesta terça-feira, 30 de abril, a Fundação Dom Cabral realizou o evento híbrido de boas-vindas oficiais aos 230 bolsistas do primeiro semestre deste ano. Estiveram no Campus Aloysio Faria, em Nova Lima (MG), o cofundador e presidente da Diretoria Estatutária da FDC, professor Emerson de Almeida; a vice-presidente de Educação Social, Ana Carolina de Almeida; diretores e representantes das 07 instituições de ensino superior e técnico parceiras; e a palestrante Bia Santos (CEO e fundadora da Barkus e bolsista do MBA). Também estiveram presentes a procuradora Dra. Valma Leite da Cunha e a promotora Dra. Tatiana Pereira, coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Terceiro Setor (CAOTS). O presidente executivo da FDC, Antonio Batista da Silva Junior, falou remotamente aos participantes. “O programa de bolsas está na veia da Fundação Dom Cabral; foram mais de 8 mil bolsas em 40 anos. Nós acreditamos que a educação é o caminho mais sustentável para transformações individuais e sociais”, declarou. Segundo ele, a concessão de bolsas é parte essencial dos esforços da Fundação Dom Cabral para diminuir as desigualdades sociais no Brasil.
Dentro dos cursos oferecidos pela própria FDC, são 52 bolsas em programas de curta e média duração, cursos de pós-graduação, MPA (Mestrado Profissional em Administração) e Executive MBA. Destes bolsistas, 94% se autodeclaram negros (pretos e pardos) e 96% mulheres. Também há duas pessoas com deficiência. No primeiro curso de graduação em Administração de Empresas da escola de negócios, estão mais três bolsistas, sendo duas mulheres.
Entre os 52 bolsistas da FDC deste primeiro semestre, vale ressaltar que estão as 31 mulheres negras participantes do Pacto Transforma, parceria entre a Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial e a B3, a bolsa do Brasil, para promover e fortalecer a qualificação e inserção das mulheres negras em posição de liderança nas empresas brasileiras. A Fundação Dom Cabral está ministrando a elas o curso Liderança Transformadora: Jornada de Desenvolvimento para Mulheres Negras.
O evento de concessão de bolsas, que acontece semestralmente, sempre chama palestrantes com trajetórias de vida marcantes para falar aos bolsistas. Desta vez, Bia Santos contou sua história, que se cruza com a Fundação Dom Cabral, no programa Raízes, quando leciona a jovens, e agora como bolsista do MBA. Atualmente, ela é conselheira da cidade do Rio de Janeiro, Forbes Under 30 na área de Ciência e Educação e reconhecida pela Power List 100 como uma das pessoas mais influentes da lusofonia. Pioneira na Educação Financeira entre jovens, Bia sempre foi “única” nos ambientes que começou a circular no mercado financeiro. “Eu decidi então ser a referência dos lugares que eu habitava e não existia ninguém como eu. Eu ia ser a ‘Bia Santos’, assim como daqui a pouco vai ter o José, a Gabi, o Bruno. A gente pode chegar de qualquer lugar”, disse ela se direcionando aos bolsistas. “Eu vim no propósito de abrir portas e deixar elas escancaradas. Espero que esse momento seja um grande catalisador de novas conquistas de vocês”.
Além dos cursos próprios, o Programa de Bolsas da Fundação Dom Cabral também concede oportunidades de Graduação e Ensino Técnico em instituições de ensino parceiras, ampliando o acesso à educação em diferentes momentos e áreas de formação. Neste campo, são 175 bolsas com representatividade de 55% de pessoas negras. Os cursos abarcam formações de Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Fisioterapia, Engenharia, Enfermagem, Agronomia, entre outras.
Jennifer Leite é aluna de Psicologia da PUC-MG. “O apoio que é dado não é somente financeiro, é um apoio moral, psicológico, uma força para muitos estudantes continuarem os estudos”, diz. Ela ressaltou ainda que se trata de uma mudança para a vida toda e na vida de diversas pessoas, não só dos alunos em si, mas de todas as comunidades.
De geração a geração, as oportunidades abertas pelo programa de bolsas tendem a ser escalonáveis e contribuir para o desenvolvimento sustentável e amplo. É o caso de Jane Maria Bittencourt, que foi bolsista na Graduação de Enfermagem na Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, e agora vê seu filho estudar em uma escola técnica de qualidade por meio do mesmo programa. “Eu vejo o comprometimento da Fundação Dom Cabral em promover educação e inclusão; quando a gente é um exemplo, as pessoas vão vendo que é possível e sonham também”, conclui.
A concessão de bolsas de estudo é tradicional dentro da Fundação Dom Cabral e cresceu nos últimos anos. Em 2023, foram concedidas 547 bolsas de estudos em escolas parceiras e em programas próprios da FDC; 10% a mais do que em 2022.
A iniciativa, liderada pela Educação Social da Fundação Dom Cabral, garante bolsas de até 100% para os Programas da FDC de Pós-graduação (Especialização, Mestrado e MBA) e outros de curta e média duração, além de cursos técnicos e graduações em instituições parceiras.
Semestralmente, a Educação Social da FDC realiza o processo seletivo para o programa de bolsas que pode ser acompanhado no site. A seleção do programa prioriza negros, mulheres, grupo LGBTQIA+ e pessoas com deficiência.