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COP-26: Indígenas discutem impactos do garimpo

Escrito por Neo Mondo | 3 de novembro de 2021

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O garimpo ilegal é uma ferida aberta na Amazônia - Foto: © Araquém Alcântara/WWF-Brasil

Por - Bruno Taitson (WWF-Brasil), de Glasgow, Escócia / Neo Mondo

 

A deputada federal Joênia Wapichana, o advogado Luiz Eloy Terena e as lideranças Nara Baré, Alessandra Munduruku e Maurício Ye’kwana vão debater nesta sexta (5), na Conferência Mundial do Clima (COP-26), os impactos do garimpo ilegal nos territórios indígenas

  A mesa-redonda acontece no espaço do WWF no evento (Panda Hub), começa às 19h, em Glasgow (16h em Brasília) e terá transmissão ao vivo na plataforma YouTube, no perfil da prática de Clima da Rede WWF. O garimpo ilegal na Amazônia tem avançado em um ritmo sem precedentes e os territórios indígenas estão entre os principais alvos dessa atividade criminosa, que deixa um rastro de mortes e destruição por onde passa. Dentre os impactos devastadores, estão doenças causadas pelo mercúrio, que atingem especialmente crianças, rios contaminados e destruídos, desmatamento e ruptura dos tecidos sociais e dos modos de vida tradicionais, por meio de álcool, drogas, prostituição e violência. Os territórios indígenas, comprovadamente, representam o principal escudo contra o desmatamento da Amazônia. Considerando que a destruição das florestas é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil – quarto país que mais emite no mundo – a conservação das terras dos povos originários e manutenção de seus modos de vida torna-se essencial para conter o avanço das mudanças climáticas. A deputada Joênia Wapichana vai apresentar as principais ameaças legislativas em tramitação no Congresso, que correm o risco de ampliar a presença de atividades predatórias como garimpo, mineração e agronegócio dentro das terras indígenas. Eloy Terena comenta como o julgamento da tese do marco temporal no Supremo Tribunal Federal e outros casos emblemáticos em avaliação pelo Judiciário podem agravar o atual problema das invasões das terras indígenas. Nara Baré, por sua vez, deve comentar o contexto socioeconômico do garimpo ilegal na Amazônia enquanto Alessandra Munduruku e Maurício Ye’kwana apresentam um panorama de como a atividade garimpeira vem impactando a saúde de seus povos, bem como os recursos naturais, a biodiversidade e os modos de vida tradicionais nos territórios.
Sobrevoo regista áreas de garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Munduruku, no Pará - Foto: Christian Braga/Greenpeace

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