Biodiversidade Ciência e Tecnologia Destaques Emergência Climática Política Saúde Segurança
Escrito por Neo Mondo | 17 de dezembro de 2024
Capitão Paul Watson - Foto: Divulgação
POR - REDAÇÃO NEO MONDO
O herói ambiental e estrela da “Guerra das Baleias” Capitão Paul Watson é solto na Groenlândia após Ministro de Justiça da Dinamarca negar extradição ao Japão
Na manhã de 17 de dezembro, a equipe de defesa do Capitão Paul Watson, fundador da Sea Shepherd Brasil e reconhecido ativista pela preservação dos oceanos, recebeu a decisão do Ministério da Justiça da Groenlândia sobre a extradição de Paul Franklin Watson. O ofício, endereçado à Polícia da Groenlândia e enviado por e-mail oficial, oficializa a recusa da extradição do cidadão americano-canadense Paul Franklin Watson para um processo criminal no Japão.
Leia também: Bye Bye Shark: Sea Shepherd Brasil alerta sobre o risco do consumo de tubarões e raias
Leia também: Conheça a Sea Shepherd Brasil
Paul Watson foi preso pela polícia da Groenlândia em 21 de julho de 2024, após a reativação de um alerta vermelho da Interpol solicitado pelo Japão. O pedido de extradição, baseado em incidentes ocorridos há mais de 14 anos, alegava atividades que incluíam “ferimentos pessoais”, “obstrução de negócios”, “invasão de navio” e “danos à propriedade” relacionados às campanhas de conservação lideradas por Watson contra a caça de baleias no Oceano Antártico.
No entanto, após meses de detenção e revisão do caso, o Ministério da Justiça da Groenlândia concluiu que:
Com base em uma análise cuidadosa das circunstâncias, o Ministério determinou que a extradição não seria permitida sob a legislação de extradição vigente na Groenlândia.
Watson, que lutou contra a extradição desde sua prisão, declarou:
“Esta decisão representa não apenas uma vitória para mim, mas também para aqueles que acreditam na justiça e na proteção do oceano. Agradeço profundamente o apoio de meus advogados, aliados e defensores em todo o mundo. Continuarei a lutar pelo do oceano e pela preservação das espécies marinhas.”
A Sea Shepherd Brasil reconheceu a consideração ética e jurídica das autoridades da Groenlândia sobre o caso e reafirmou o compromisso da organização com a conservação marinha:
“A perseguição a Paul Watson é uma tentativa clara de criminalizar ações legítimas de proteção ao meio ambiente. O trabalho de Paul tem sido fundamental na proteção das baleias e da vida marinha. Sua dedicação à preservação dos oceanos é um exemplo de coragem e integridade, e sua luta é essencial para a preservação das espécies e do nosso planeta”, afirmou Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil, que se encontra na Groenlândia neste momento para receber Paul Watson em sua saída do confinamento.
Paul Watson será libertado imediatamente e poderá retornar às suas atividades como defensor da vida marinha.
A Sea Shepherd Brasil agradece profundamente a todos que se mobilizaram em apoio ao Capitão Paul Watson durante sua prisão. Graças ao apoio de todos, Paul Watson foi finalmente libertado, e sua luta pela preservação do oceano e das espécies que nele habitam segue firme.
Agradecemos a todos que assinaram a petição, compartilharam informações e se dedicaram a essa causa. A sua mobilização foi crucial para garantir que a justiça fosse feita.
Leia na íntegra o ofício do Ministro da Justiça da Dinamarca enviado para polícia da Groenlândia:
Polícia da Groenlândia
Enviado por e-mail
Data: 17 de dezembro de 2024
Escritório: Atlântico Norte
Gerente do caso: Rune Kistrup
Nº do arquivo: 2024-09554
Doc: 3526745
Recusa de extradição do cidadão americano-canadense Paul Franklin Watson para processo criminal no Japão
O pedido de extradição está sujeito às regras sobre extradição de infratores, conforme a Lei nº 249 de 9 de junho de 1967, alterada pela Portaria nº 668 de 8 de junho de 2016, que, de acordo com o artigo 23 da Lei, é válida para a Groenlândia com as modificações previstas na Lei de Administração da Justiça para a Groenlândia (doravante “Lei de Extradição”). Isso significa, entre outras coisas, que as referências na Lei de Extradição à legislação dinamarquesa devem ser interpretadas como referências à legislação da Groenlândia e que, na interpretação dos termos da Lei de Extradição, o direito da Groenlândia deve ser considerado prioritário.
Notifica-se que o pedido não pode ser concedido, conforme detalhado abaixo na seção 6.
Após sua prisão, ele foi detido, com sua detenção prorrogada várias vezes, incluindo em 2 de dezembro de 2024, quando o Tribunal da Groenlândia a estendeu provisoriamente até 18 de dezembro de 2024. O Tribunal Superior da Groenlândia manteve a decisão.
Paul Franklin Watson foi interrogado várias vezes e, por meio de seus advogados, apresentou informações adicionais, além de se pronunciar em audiências relacionadas às extensões de sua detenção.
Paul Franklin Watson não consentiu com sua extradição para o Japão.
Anta no Xingu: um sinal de esperança na floresta que resiste
Os desafios do desenvolvimento sustentável para a preservação da biodiversidade
Campanha aborda o papel das redes sociais no estímulo ao tráfico de animais silvestres