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Seis dos nove limites ecológicos da Terra já foram ultrapassados, diz estudo

Escrito por Neo Mondo | 17 de setembro de 2023

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Foto - Freepik

POR - CLIMAINFO / NEO MONDO

O planeta Terra está operando “bem fora do espaço operacional seguro para a vida humana”, com seis dos nove “limites planetários” já superados, alertam cientistas

Uma análise divulgada nesta 5ª feira (14/9) apresentou a primeira sistematização sobre a situação das nove fronteiras planetárias (os limites dos principais sistemas naturais essenciais para a vida humana na Terra), e o quadro não é agradável. As atividades humanas causaram desequilíbrios irreversíveis em seis desses nove limites, com riscos significativos para o futuro da humanidade.

De acordo com o estudo, publicado na revista Science Advances, as condições globais já se afastaram do padrão considerado seguro para a vida humana no que tange a mudança do clima, integridade da biosfera, mudanças nos sistemas terrestres, estoques de água potável, ciclos biogeoquímicos e “novas entidades” (a introdução e o acúmulo de novos compostos químicos pela humanidade, como microplásticos, pesticidas e resíduos nucleares).

A fronteira da acidificação do oceano está próxima de ser superada, com o limite da carga de aerossóis atmosféricos se aproximando do mesmo quadro. O único limite em situação relativamente segura é o da degradação da camada de ozônio, beneficiada pelas ações internacionais tomadas no âmbito da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal.

A base dessa análise é a proposição de “fronteiras planetárias” apresentada pelo cientista Jonah Rockström, em 2009, quando ele dirigia o Centro de Resiliência de Estocolmo, na Suécia. Em 2015, o quadro das fronteiras foi atualizado, mas com dados de sete das nove definidas. O estudo mais recente é o primeiro a oferecer um panorama abrangente de todas as fronteiras.

“Não sabemos por quanto tempo poderemos continuar a transgredir esses limites fundamentais antes que as pressões combinadas conduzam a mudanças e danos irreversíveis”, destacou Rockström, atual diretor-adjunto do Instituto de Potsdam para Investigação do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, e coautor do novo estudo.

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