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Inteligência artificial contra fast fashion: conheça a tecnologia que favorece o consumo sustentável

Escrito por Neo Mondo | 21 de dezembro de 2022

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Foto - iStock

POR - AGÊNCIA CONVERSION, PARA NEO MONDO

A inteligência artificial servirá para melhorar, cada vez mais, a relação dos consumidores com a indústria da moda sustentável e circular 

Cada vez mais, as pessoas estão criando percebendo que os recursos naturais do planeta são finitos e, por isso mesmo, precisa-se consumir conscientemente e cuidar do meio ambiente. Segundo um relatório apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a indústria da moda é a segunda maior poluente do mundo, perdendo apenas para a indústria petrolífera. Entre as principais consequências da produção em massa está a poluição das águas com produtos químicos e microfibras, emissão de gases tóxicos em larga escala e o descarte irregular de peças que estão produzindo cemitérios gigantescos de roupas, como o que está ocorrendo no deserto do Atacama.

Para tentar diminuir os impactos que essa indústria tem causado no meio ambiente e na sociedade, algumas pessoas utilizam a inteligência artificial como instrumento tecnológico para facilitar o consumo consciente, como, por exemplo, extensões de navegadores que sugerem produtos de segunda mão semelhantes ou idênticos em uma janela pop-up como alternativa à compra original, incentivando a moda sustentável. Além de contribuir para a proteção ambiental, ainda ajuda empresas menores de desapegos ou brechós online. 

A inteligência artificial já é uma ferramenta essencial no combate ao fast fashion, mas ela também servirá para melhorar, cada vez mais, a relação dos consumidores com a indústria da moda sustentável e circular. Isso porque, a maior reclamação das pessoas é que, para conseguir encontrar uma roupa de qualidade, com preço e tamanhos ideias, precisa-se garimpar muito pela internet e gasta-se, com isso, muito tempo e é por isso que acabam comprando em lojas de fast fashion, que é bem mais rápido, apesar de não ser tão bom para o planeta. Assim, a tecnologia pode e deve melhorar a relação tempo-benefício para o consumidor, que poderá encontrar o que busca com muito mais facilidade e rapidez.

Alternativas sustentáveis ao fast fashion

O consumo sustentável e consciente gerou novos nichos de investimento para muitos empreendedores, como a moda circular e a reutilizável. A moda circular faz parte da chamada slow fashion (moda lenta), uma forma de produção de peças com consciência ambiental, sem uso de exploração de trabalho e menos produtos poluidores. Já a moda de reuso é fundamentada na reutilização de vestimentas, permitindo prolongar a vida útil das peças que já possuíram donos anteriores. Normalmente essas peças podem ser encontradas em brechós, lojas de aluguel de trajes, ou em sites de empréstimo, trocas e permutas.

Uma das principais críticas à moda circular é o preço, muitas vezes, inacessível dos produtos, enquanto nos brechós os preços são convidativos, mas dependendo da quantidade de vezes que o produto foi utilizado, pode ter uma vida menor do que o esperado.

Há ainda quem opte pela autocostura, mesmo que não se tenha experiência, existem cursos online, básicos e avançados, para produção de peças, tendo apenas que investir nos itens básicos, como máquina de costura (que também pode ser reutilizada), agulhas, linhas, tesouras e fitas. Ao aprender a costurar, pode-se produzir peças novas ou aplicar o upcycling, que é o reaproveitamento e transformação de materiais ou peças já existentes, dando um novo sentido a elas. 

Cemitério gigantesco de roupas no deserto do Atacama - Foto: Nicolás Vargas

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