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Mãe contra racismo estrutural: da história vivida por filha surge um livro infantil sobre negritude

Escrito por Neo Mondo | 5 de outubro de 2023

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Imagem - Divulgação

POR - REDAÇÃO NEO MONDO

Em "Menina bonita, que cor você tem?", Aline Carvalho trabalha a autoestima de crianças negras em uma história ancestral com reis, rainhas e guerreiros pretos

Menina bonita, que cor você tem? é um livro infantil inspirado em uma história real, vivida pela filha da autora, Aline Carvalho. Quando a menina passou por uma situação em que se sentiu inferiorizada devido à sua cor, a mãe recorreu à contação de histórias para dialogar sobre a negritude, a importância da diversidade e o respeito às diferenças.

Na narrativa, Giovana é uma garota alegre, extrovertida e inteligente que, depois de um dia comum no colégio, retorna entristecida por causa do comentário de uma professora. Durante uma aula, a educadora afirmou que todas as crianças na sala tinham uma “cor natural”, menos Gi, porque ela tinha cor marrom. 

A partir disso, a mãe da protagonista busca reconstruir a autoestima da menina ao narrar a trajetória de seus ancestrais africanos, compostos por reis, rainhas e guerreiros pretos. Ainda explica a importância da diversidade nas pessoas, além de mostrar como essas diferenças são comuns na vida. 

Então a mamãe explicou que cada um é de uma cor. Mamãe contou para Gi que seus ancestrais vieram
da África e que lá, na África, tinham muitos reis, rainhas e guerreiros, todos de pele pretinha. 
(Menina bonita, que cor você tem?, pg. 21) 

Com ilustrações de personagens racialmente diversos, produzidas por Xande Pimenta, a obra utiliza diálogos coloquiais e linguagem simples para o público da primeira infância e as crianças em fase de letramento compreenderem a narrativa.  

O intuito da autora é tornar Menina bonita, que cor você tem? uma ferramenta de conversa entre pais e filhos sobre o enfrentamento de preconceitos e a defesa da pluralidade. O livro também tem sido utilizado por psicólogos para dialogar com crianças que sofreram algum tipo de discriminação. 

Aline Carvalho - Foto: Divulgação

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