Floresta Amazônica em Alter do Chão, no Pará, é atingido pelas queimadas – Foto: © Brigada de Alter do Chão
POR – WWF BRASIL
O WWF-Brasil vem a público manifestar sua indignação com a ação da Polícia Civil em Alter do Chão, no dia 26 de novembro de 2019, quando foram feitas acusações infundadas contra organizações que apoiam o combate aos incêndios na região este ano. E com a manutenção da prisão preventiva de quatro brigadistas, que não foi relaxada na audiência de custódia que aconteceu na manhã de hoje, 27 de novembro
A falta de clareza sobre as investigações, a falta de fundamento das alegações usadas e, por consequência, as
dúvidas sobre o real embasamento jurídico dos procedimentos adotados pelas autoridades contra os acusados,
incluindo a entrada e coleta de documentação nas sedes das organizações Projeto Saúde e Alegria e Instituto
Aquífero Alter do Chão – onde funciona a Brigada de Alter do Chão –, são extremamente preocupantes do ponto
de vista da democracia e configuram claramente medidas abusivas.
O Projeto Saúde e Alegria, juntamente com várias organizações da sociedade civil, denunciou os grileiros e os
loteamentos que ameaçavam as áreas de proteção ambiental de Alter do Chão. Os integrantes da Brigada
fizeram denúncias, levando informações para os investigadores, incluindo imagens de queimadas.
A corrupção é e sempre foi uma das principais causas da destruição da Amazônia, das queimadas – grilagem
para tomar terras, violência contra comunidades locais e povos indígenas, muitas atividades ilegais, roubo de
madeira. O que se espera das diversas instâncias do governo é coragem de resolver o problema das queimadas
e da especulação imobiliária na região de Alter do Chão.
O WWF-Brasil repudia os ataques a seus parceiros e as mentiras envolvendo o seu nome, como a série de
ataques em redes digitais com base em mentiras, como a compra de fotos vinculada a uma doação do ator
Leonardo DiCaprio.
Queimadas na Amazônia atingem Alter do Chão, no Pará, em setembro de 2019 – Foto: © Brigada de Alter do Chão
Como o WWF-Brasil já informou em nota no dia 26 de novembro, não houve compra de imagens da Brigada
Alter do Chão. O fornecimento de fotos por qualquer parceiro da organização é inerente à comprovação das
ações realizadas, essencial à prestação de contas dos recursos recebidos e sua destinação no âmbito dos
Contratos de Parceria Técnico-Financeira.
O papel de organizações da sociedade civil como o WWF-Brasil é dar transparência a conflitos e soluções que
apoiem o desenvolvimento sustentável do país, por meio de conteúdos como relatórios, registros fotográficos,
pesquisas, estudos, infográficos e mapas. Também para este fim, em setembro deste ano, o WWF-Brasil realizou
sobrevoo na Amazônia para captar imagens, posteriormente usadas para fins de comunicação e divulgadas à
imprensa para mostrar a dimensão das queimadas.
Nos momentos críticos de dramático avanço das chamas por toda a Amazônia, Cerrado e Pantanal, o WWFBrasil concentrou seus esforços no apoio a entidades locais envolvidas no combate às chamas e defesa dos
territórios indígenas e outras áreas protegidas. Todos os recursos recebidos numa rede de solidariedade global
foram integralmente repassados a organizações locais.
Entre os apoios realizados, há o valor de R$ 70.654,36 que foi repassado integralmente no Contrato de Parceria
Técnico-Financeira com o Instituto Aquífero Alter do Chão a fim de viabilizar a pronta aquisição de equipamentos
para equipar a Brigada, e selecionado porque tem atuado no apoio ao combate a incêndios florestais, em
parceria com o Corpo de Bombeiros desde 2018.
O referido contrato foi assinado em outubro de 2019 e possui vigência até março de 2020. A primeira prestação
de contas com a apresentação de relatórios técnico e financeiro pelo Instituto Aquífero Alter do Chão está
prevista para o próximo mês.
O WWF-Brasil expressa sua confiança nesta organização, que tem colaborado desde o início das investigações
policiais sobre a origem dos focos de incêndio em Alter do Chão, tendo sido ouvida pela Polícia Civil, e
fornecendo informações e documentos às autoridades policiais de forma voluntária.