Imagem de Андрей Корман por Pixabay
POR – AGÊNCIA CONVERSION, PARA NEO MONDO
Novo ecossistema foi encontrado a 500 metros de profundidade e surpreendeu pela grande diversidade submarina
As Maldivas estão entre os destinos turísticos mais desejados em todo o mundo, graças a suas praias de grande beleza. A região tem vários hotéis e recebe viajantes de várias partes do globo. Localizado no oceano Índico, esse país insular está chamando a atenção de cientistas por um motivo inesperado, mas que condiz com o encanto da localidade.
Ao mapear os 26 atóis que circundam o país, uma missão científica foi surpreendida por um ecossistema inédito. Batizado de “The Trapping Zone”, que pode ser traduzido como “zona de armadilha”, ele foi encontrado pela equipe a 500 metros de profundidade, sendo descrito como um grande oásis de vida submarina.
No entanto, esse ecossistema já havia dado indícios de sua existência, a ponto de ter uma teoria formulada antes mesmo de ser descoberto. A Missão Nekton, com cientistas de uma pesquisa sem fins lucrativos, começou a desenvolver a teoria de sua existência ao coletar amostras que mostravam a existência de grande quantidade de micronektons, pequenas criaturas que habitam terraços marinhos.
Os micronektons fazem parte da alimentação de diversos predadores da megafauna; por isso, ao encontrarem essas criaturas em grande quantidade, os cientistas perceberam que a região oferecia um grande banquete a tubarões e peixes maiores.
Como o ecossistema foi formado
Os famosos atóis, que são os cartões-postais das Maldivas, são compostos por extratos vulcânicos e belos recifes de carbonato fossilizado. Isso cria penhascos profundos e íngremes, em que os nektons ficam presos após migrarem do fundo do mar para a superfície durante a noite.
Isso formou um novo ecossistema, porque as características do ambiente fizeram com que peixes que só eram encontrados em águas rasas, como tubarões branquiais, tubarões-tigre-de-areia, tubarões-gulper, peixes-cão, entre outros, também pudessem habitar essa região mais profunda, graças às características específicas do ambiente.
A descoberta deste novo ecossistema poderá levar a uma mudança no que se acreditava sobre esses animais, levando novos conhecimentos para áreas como a biologia e a medicina veterinária.
Por enquanto, os vídeos e as amostras biológicas coletadas no ecossistema estão sendo processadas em vários laboratórios parceiros da equipe nas Maldivas. A ideia é que essas informações ajudem a entender e proteger o oceano, principalmente mediante às mudanças climáticas e ao avanço da exploração humana em algumas regiões, motivadas especialmente pelo turismo e pelo setor pesqueiro.