Mural da artista Mama Quilla – Foto: Carlos Borges
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Empreendedores que se preparam para a COP poderão conhecer de perto e se apropriar da linguagem do movimento que Belém protagoniza na arte urbana
Criada para concentrar os trabalhos de apoio aos pequenos negócios que irão participar da Conferência das Partes, em novembro de 2025, na cidade de Belém, a Agência Sebrae COP 30 – localizada na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae no Pará, transformou-se também em uma galeria de arte que aproxima a linguagem da Street Art do público que visita o local diariamente.
Oito artistas de cinco municípios do Pará (Belém, Marabá, São Caetano de Odivelas, Viseu e Parauapebas), muitos deles com obras espalhadas por Belém, mas também outras cidades no Brasil e no mundo, foram os responsáveis pela customização do espaço.
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Mama Qilla, Brenda Ilustra, Regilanne Guajajara, Jonatas Amorin, And Santtos, Zachart e Débora Magalhães, são artistas representativos de grupos sociais – LGBTQIA+, mães solo, pessoas com deficiência, indígenas, pretos e pretas. Para a direção artística, o Sebrae convidou o artista visual Sebá Tapajós.
“A conferência do clima será uma oportunidade única de divulgação da cultura paraense e do restante da Amazônia. A Agência que criamos exclusivamente para apoiar os empreendedores que desejam se preparar para esse momento e para o legado subsequente, não poderia deixar de valorizar essa forma de arte, que tem conquistado tanto espaço na nossa região”, explica o diretor-superintendente do Sebrae/PA, Rubens Magno.
Na ilustração das paredes da Agência, há elementos da fauna e da flora da região, como raízes, que foram pensadas numa analogia ao nascimento do relacionamento do Sebrae com a COP 30; grafismo do casco de Jabuti, que é muito utilizado por povos indígenas, arte que simboliza força e resistência; e imagens que retratam o cotidiano de ribeirinhos.
O trabalho também presta homenagem a Belém, em tipografias regionais que falam de cultura, gastronomia e costumes – banho de rio, tucupi, maniçoba, açaí, tacacá, calor, chuva da tarde.
A Criação de Adão, um afresco pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Vaticano, inspirou uma das ilustrações. O artista Zachart fez uma releitura da obra, inserindo elementos e cores da Amazônia, como o verde e o açaí.
A 30ª edição da COP acontece exatamente 10 anos após um marco importante para a Street Art na capital paraense. Em 2015, Sebá Tapajós idealizou uma galeria fluvial na Ilha do Combu e ganhou os holofotes do mundo ao transformar as tradicionais palafitas, casas de comunidades ribeirinhas, em murais para artistas visuais.
“Esse projeto, o Street River Amazônia, foi importante, na época, porque lançou olhares para as populações ribeirinhas e chamou a atenção do poder público para aquela população tão perto e ao mesmo tempo tão longe do alcance das políticas públicas de então”, diz Sebá. Nos anos seguintes, outros projetos grandiosos de Street Art continuaram a surgir em Belém, tornando-a um marco importante na rota da arte urbana do país. Sebá acredita que a escolha da Street Art pelo Sebrae/PA é um reconhecimento, uma coroação do trabalho de artistas nortistas.