Carolina da Costa, autora do artigo “ESG” como motor de inovação e longevidade nos negócios – Foto: Divulgação
ARTIGO
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Por – Carolina da Costa*, articulista de Neo Mondo
É essencial entender que ESG não se resume em seguir normas ou padrões (ambientais, sociais e de governança) e, sim, em robustecer a estratégia de negócio para geração de valor a longo prazo: resultados positivos, beneficiando mais pessoas por mais tempo. Significa expandir a visão de ecossistema e de horizonte temporal.
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A inovação é fundamental nessa jornada. E isso envolve planejamento e investimentos. Empresas de diferentes setores podem desenvolver projetos na intersecção entre negócio e ampliação de benefícios ambientais e sociais, gerando diferenciais competitivos e fortalecendo relações que apoiam a longevidade do negócio. Isso se reflete em novos produtos, novos serviços, novas embalagens, novas formas de captação de recursos e até criação de novos mercados ao incluir mais consumidores que hoje não acessam este mercado.
Na Stone cujo foco é apoiar o desenvolvimento e crescimento do empreendedorismo no país, nossas teses de sustentabilidade e impacto estão orientadas para inclusão produtiva e educação financeira, por exemplo, ajudando microempreendedores a superar suas vulnerabilidades sociais e econômicas ou criando programas de geração de renda. Quando fortalecemos o ecossistema local, também criamos novas oportunidades para a companhia, em um ciclo benéfico para todo o ecossistema. Investimos também no desenvolvimento de jovens talentos em situação de vulnerabilidade, apoiando-os em toda a jornada, desde a educação até o primeiro emprego, permitindo que retornem seus ganhos às suas comunidades.
Existem diversas fontes de recursos para empresas desenvolverem e alavancarem projetos de impacto positivo para as pessoas e o meio ambiente, como orçamento de P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e linhas de fomento à inovação (ex. Embrapii e FINEP), uso estratégico de recursos filantrópicos (por exemplo, via renúncia fiscal e outras fontes), sabendo orientar os veículos filantrópicos para financiar projetos que potencializam benefícios sociais e ambientais nas suas interfaces de atuação. Por exemplo, modelos de blended finance, combinando capital buscando retorno com recursos filantrópicos mais “pacientes” em termos de retorno e prazo, com o objetivo de viabilizar e catalisar investimentos sociais e ambientais.
Finalmente, vale destacar o ecossistema de startups na agenda de impacto e sustentabilidade. Esses empreendedores já nascem com o propósito de resolver problemas ambientais ou sociais, o que acaba desafiando o mercado, muitas vezes dominado por grandes companhias com práticas já estabelecidas. Esses novos negócios trazem mudanças importantes, forçando os incumbentes a se moverem e buscarem inovações.
Mas vale frisar que essas ações precisam ser genuínas e com compromisso de longo prazo. As pessoas estão cada vez mais críticas em relação a promessas vazias e empresas que não cumprem o que prometem certamente serão cobradas pela opinião pública e pelos consumidores.
O futuro do impacto e da sustentabilidade é inovador e altamente integrado ao DNA da empresa que busca gerar prosperidade para o máximo de pessoas por um longo tempo. Essas são as empresas com quem queremos compartilhar e construir projetos conjuntos já que a cooperação é fundamental nessa agenda.
*Carolina da Costa é chief impact officer na StoneCo., formada em Administração Pública, com mestrado pela Fundação Getúlio Vargas e Ph.D Cognição pela Rutgers University, nos Estados Unidos.