Leonardo de Mattos, produtor da bebiba Pi Kombucha Tropical, que é beneficiado pelo reflorestamento do Projeto Guapiaçu – Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil
POR – OSCAR LOPES, PUBLISHER DE NEO MONDO
Com o apoio do Projeto Guapiaçu, que tem a Petrobras como parceira, Leonardo de Mattos revela como a recuperação de 3,8 hectares de áreas degradadas garantiu água, biodiversidade e sustentabilidade para o negócio e a comunidade
Em um mundo cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade, empresas que aliam produção de qualidade com práticas ambientais responsáveis destacam-se no mercado. A Pi Kombucha Tropical, uma bebida fermentada à base de chá, é um exemplo inspirador dessa união harmoniosa. Com presença nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, a empresa não apenas oferece um produto saudável e saboroso, mas também demonstra um compromisso sólido com a preservação ambiental.
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Leonardo de Mattos, sócio da Pi Kombucha Tropical, compartilha conosco a trajetória de recuperação ambiental promovida pelo Projeto Guapiaçu, com o apoio da Petrobras. A iniciativa foi fundamental para a restauração de 3,8 hectares (aproximadamente 5 campos de futebol) de áreas degradadas na propriedade onde a kombucha é produzida. Este reflorestamento não só garantiu a sustentabilidade hídrica necessária para a produção, como também revitalizou a biodiversidade local, beneficiando tanto o ecossistema quanto a comunidade no seu entorno.
Nesta entrevista, Leonardo detalhou os desafios enfrentados, os resultados alcançados e a importância de ações como o Projeto Guapiaçu para negócios sustentáveis. Descubra como a Pi Kombucha Tropical está replantando o futuro, unindo paixão pelo que faz com responsabilidade ambiental, e inspire-se a promover mudanças positivas em seu próprio entorno.
Bom dia, Leonardo! Obrigado por nos receber. Para começar, você poderia nos contar um pouco sobre a Pi Kombucha Tropical e sua atuação no mercado do Rio de Janeiro e São Paulo?
Bom dia! Claro, é uma satisfação recebê-los aqui. A Pi Kombucha Tropical é uma bebida fermentada à base de chá que produzimos há 8 anos, desde 2016. Inicialmente, começamos na Lapa, no Rio de Janeiro, mas devido ao crescimento e à demanda, nos mudamos para cá, Cachoeiras de Macacu, uma propriedade no interior do Rio de Janeiro, próximo a São Paulo. Atualmente, atendemos principalmente essas duas grandes cidades, oferecendo uma alternativa saudável e sustentável para os consumidores.
Interessante! Como surgiu a ideia de reflorestar áreas da propriedade onde vocês produzem a Pi Kombucha Tropical?
A propriedade pertence à família do meu sócio, Bruno, e no passado era usada para pasto. Não era uma produção rentável, e sempre houve o sonho de reflorestar. A necessidade de agir surgiu com uma grande seca há quatro anos, quando o olho d’água da propriedade secou completamente. Isso nos alertou sobre a importância de cuidar do ecossistema.
Poderia detalhar como foi o processo de recuperação ambiental e qual foi o impacto?
O primeiro reflorestamento foi pequeno, apenas em torno do olho d’água. Plantamos árvores arbustivas, e, já no ano seguinte, o olho d’água se regenerou. Isso mostrou o quão rápido a natureza responde quando é bem cuidada. Depois, com o apoio do Projeto Guapiaçu, em parceria com a Petrobras, reflorestamos 3,8 hectares adicionais, incluindo barrancos íngremes que antes eram áreas improdutivas. Hoje, essas áreas são fontes de água, ajudam a regular o clima e abrigam uma rica biodiversidade.
Como o Projeto Guapiaçu contribuiu para esse trabalho?
O Projeto Guapiaçu foi crucial. Ele proporcionou assistência técnica e suporte para plantar espécies nativas da Mata Atlântica, criando um mosaico de florestas conectadas. Nossa propriedade agora forma um corredor ecológico com terras vizinhas, incluindo a propriedade da UFF (Universidade Federal Fluminense) e a Fazenda Vital Brazil, permitindo o fluxo gênico entre espécies e promovendo maior biodiversidade.
Quais foram as principais mudanças que você observou na biodiversidade local?
A transformação foi incrível. Há mais pássaros, diversos polinizadores, incluindo abelhas nativas sem ferrão, que antes estavam ausentes. Essas abelhas são essenciais para a polinização e produção sustentável, além de indicarem um ecossistema saudável. Esses dias avistamos um tamanduá. Nunca imaginamos que fossemos ver um animal desses por aqui.
Como a recuperação das áreas degradadas afetou a produção da kombuchá em termos de qualidade e quantidade?
A recuperação das áreas degradadas teve um impacto direto e positivo em nossa produção. A disponibilidade de água aumentou em 40%, permitindo uma produção mais estável e de maior qualidade. Além disso, a presença de um ecossistema mais equilibrado, a influência de opiniões, controla a necessidade de intervenções químicas e garante uma kombucha mais pura e saudável. Em termos de quantidade, conseguimos aumentar nossa produção em 30% nos últimos dois anos, atendendo melhor a demanda do mercado.
Além da produção, quais outros aspectos do seu negócio se beneficiam com o reflorestamento?
Outro grande benefício foi a criação de um ambiente mais agradável e sustentável para nossos colaboradores. Empregamos 8 pessoas, incluindo famílias da região, onde muitos ainda trabalham na mão de obra por cerca de R$ 30-40 por dia, em condições precárias. Além disso, mostramos que é possível aliar a preservação ambiental à produtividade. O que não só fortalece a economia local, mas também promove um ambiente de trabalho mais harmonioso. A recuperação ambiental também melhorou a imagem da nossa marca, destacando nosso compromisso com a sustentabilidade, o que é valorizado por nossos consumidores.
Você aborda a importância da biodiversidade. Poderíamos falar mais sobre isso?
Claro. A biodiversidade é crucial para manter o equilíbrio ecológico da propriedade. Com o reflorestamento, vimos um aumento significativo na presença de polinizadores como abelhas e pássaros, o que melhorou a fertilização das plantas e a produção de frutos. Além disso, a circulação de animais como o tamanduá ajuda na dispersão das sementes, promovendo uma regeneração natural das áreas reflorestadas. Conectar fragmentos florestais é essencial. Isso permite o movimento dos animais, o fluxo gênico e a regeneração natural das áreas. Estamos criando um corredor biológico que já está beneficiando não só nossa propriedade, mas também os vizinhos. Esse ciclo virtuoso não só sustenta a produção da kombucha, mas também contribui para a conservação da fauna local.
Quais desafios vocês enfrentaram durante esse processo de recuperação e como os superaram?
Um dos maiores desafios foi convencer a família a investir na recuperação das áreas degradadas, especialmente após o falecimento do pai do Bruno, Mário Honório Teixeira. Foi necessário mostrar que a sustentabilidade a longo prazo traria mais benefícios do que a manutenção do pasto para gado, que não era rentável. Com a ajuda do Projeto Guapiaçu, conseguimos implementar técnicas de reflorestamento eficazes e demonstrar os benefícios tangíveis, como a recuperação do olho d’água. Outro desafio foi a resistência inicial da comunidade, mas com o tempo, a recuperação ambiental mostrou que traz vantagens para todos, como a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida na região.
O que você diria para outros produtores que ainda resistem ao reflorestamento?
Reflorestar não significa perder terras produtivas, mas sim criar um ciclo virtuoso. A floresta traz benefícios diretos, como água, ar puro e polinizadores, além de ajudar na adequação ambiental da propriedade. É possível integrar a produção agrícola e florestal, gerando ganhos econômicos e ambientais.
Para finalizar, quais são os planos futuros da Pi Kombucha Tropical em relação à sustentabilidade e ao reflorestamento?
Estamos comprometidos em continuar expandindo nosso reflorestamento, esperamos recuperar mais 10 hectares nos próximos três anos. Além disso, queremos criar corredores biológicos conectando nossa propriedade com outras áreas restauradas, facilitando a circulação da fauna e promovendo ainda mais biodiversidade. Também planejamos implementar um banco de sementes para garantir a diversidade genética das plantas reflorestadas e colaborar com universidades e instituições de pesquisa para monitorar e melhorar continuamente nossas práticas sustentáveis. Nosso objetivo é ser um modelo de produção sustentável no setor de bebidas fermentadas, contribuindo para a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico local.
Muito obrigado, Leonardo, por compartilhar sua experiência e visão. Desejamos muito sucesso para a Pi Kombucha Tropical e seus projetos de sustentabilidade.
Eu que agradeço pelo espaço. É sempre importante compartilhar essas iniciativas para inspirar mais pessoas a adotarem práticas sustentáveis.
*Oscar Lopes, publisher de NEO MONDO, viajou para Cachoeiras de Macacu (RJ) a convite da Petrobras
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