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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
O Programa Black STEM busca apoiar a permanência de estudantes brasileiros nos cursos de graduação STEM no exterior
O Baobá – Fundo para Equidade Racial, com apoio da B3 Social, lança a segunda edição do Programa Black STEM, iniciativa que concederá 3 (três) bolsas complementares de R$ 35 mil a estudantes negros aprovados em cursos de graduação no exterior na área de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). As inscrições ficam abertas até 30 de abril.
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Em sua primeira edição, o programa ofereceu bolsa a cinco estudantes: Camilla Ribeiro, de Vitória (ES), que está em Portugal cursando Pilotagem; Diovanna Stelmam, de São Paulo (SP), na China, estudando Computação; Melissa Simplicio, do Rio de Janeiro (RJ), nos EUA, fazendo Ciência da Computação; Rilary Oliveira, de Diadema (SP), na Argentina, cursando Medicina; e Eric Ribeiro, de Caieiras (SP), nos EUA, estudando Engenharia Aeroespacial.
“A presença negra na ciência é relevante para a humanidade. Por isso afirmamos que o Black STEM não é “apenas” um programa de bolsas complementares para apoiar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Por exemplo, a primeira médica da história da humanidade era uma mulher egípcia; o pai da engenharia no Brasil, André Rebouças, é um homem negro. O Baobá, ao instituir o Black STEM recupera a memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial e reitera que, no futuro, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras”, afirma Fernanda Lopes, Diretora de Programa do Fundo Baobá.
O programa tem o foco de apoiar a permanência de pessoas negras em universidades no exterior, grupo que historicamente contribui para a produção de conhecimento científico. Exemplos como o de Enedina Alves, primeira mulher negra a se formar em Engenharia no Brasil pelo Instituto de Engenharia do Paraná; Sonia Guimarães, primeira mulher negra brasileira a chegar ao doutorado em Física pela University of Manchester – Institute of Science and Technology. Ela é também professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o baiano Milton Santos, que foi doutor em Geografia pela Universidade de Estrasburgo (França) e professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT), mostram a relevância dessa contribuição e a importância de apoiar a nova geração de cientistas negros.
“Para a B3Social, investir em projetos que promovem a equidade racial e incentivam a permanência de estudantes negros nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática é fundamental para construir um cenário acadêmico e científico mais inclusivo e diversificado. Acreditamos que essa iniciativa não apenas capacita a nova geração de talentos, mas também resgata e valoriza a histórica participação negra na ciência, reforçando que o futuro das grandes descobertas será construído por profissionais diversos e inspiradores”, afirma Fabiana Prianti, Head da B3.
O professor Fernando Caixeta, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), um dos especialistas que participou do processo seletivo na primeira edição do Black STEM, afirma que o sonho de estudar no exterior é muito mais palpável do que se imagina. “Muitas universidades estrangeiras consideram o ponto de onde você partiu até o ponto em que você chegou. Se você teve acesso a estudo de línguas, fez várias viagens, você tem uma bagagem cultural e de experiência muito maior que aqueles que não tiveram essa chance. Então, é muito mais o que você fez com aquilo que você tinha do que as notas que você alcançou. Tem que ter vontade e estar habilitado a receber não. A vida de quem se candidata a uma oportunidade no exterior é de muitos nãos até que se obtenha um sim. É importante entender que isso faz parte do processo”, diz.
O edital conta também com a parceria da BRASA (Brazilian Student Association), uma instituição liderada por estudantes brasileiros no exterior e oferece bolsas de estudo para pessoas que desejam estudar fora do Brasil.
Sobre o Fundo Baobá
O Baobá – Fundo para Equidade Racial é o maior fundo dedicado, exclusivamente, à promoção da equidade racial para a população negra no Brasil. Criado em 2011, o Baobá mobiliza pessoas e recursos, no Brasil e no exterior, para apoiar projetos, iniciativas e ações de enfrentamento ao racismo, promoção da justiça social e da equidade racial para a população negra. Até 2024, o Baobá investiu mais de R$ 21,8 milhões em 1209 iniciativas e ações ao longo dessa jornada. Já são mais de 1 milhão e 300 mil beneficiários indiretos, com investimentos nas cinco regiões do país.
Sobre a B3
A B3 Social é uma associação sem fins lucrativos, responsável pela atuação social da B3, a bolsa do Brasil. Tem como o propósito contribuir com a redução de desigualdades sociais no Brasil e, para isso, a principal estratégia é financiar organizações e projetos que atuem de forma estruturante na melhoria da educação pública brasileira.
As inscrições para o Programa Black STEM podem ser feitas até o dia 30 de abril. O resultado com a lista de classificados será divulgado em 11 de julho.
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