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O impressionante sucesso da Suécia como país livre do tabagismo

Escrito por Neo Mondo | 12 de abril de 2023

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Foto - Pixabay

POR - REDAÇÃO NEO MONDO

Especialistas em saúde pública pedem que países de todo o mundo sigam o exemplo sueco

Especialistas em saúde pública lançaram um importante relatório para evidenciar o fato de a Suécia estar próxima do marco histórico de se tornar o primeiro país ‘livre do tabagismo' da Europa. O país está a caminho de ter uma taxa abaixo de 5% em termos de prevalência de tabagismo nos próximos meses. Esse nível está abaixo do determinado para considerar o local oficialmente ‘livre do tabagismo’. Nenhum outro país da União Europeia está perto de replicar essa conquista e nenhum está efetivamente no caminho de alcançá-la conforme a meta estabelecida pela UE para 2040, daqui a 17 anos.

A inovadora estratégia do país para minimizar os efeitos prejudiciais do tabagismo está detalhada em um novo relatório intitulado “A experiência sueca: um roteiro para uma sociedade livre do tabagismo”, apresentado recentemente em um seminário internacional de pesquisas em Estocolmo.

Combinação de controle do tabagismo com minimização de danos

O modelo sueco combina as recomendações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (FCTC) que prevê a redução de danos como uma política de controle de tabaco.

“Trata-se de combinar o controle do tabagismo com a minimização de danos”, explica o Dr. Delon Human, um dos autores do relatório. “Não existem produtos de tabaco isentos de riscos, mas os cigarros eletrônicos, por exemplo, são 95% menos prejudiciais que os cigarros. É muito melhor para um fumante mudar de cigarros comuns para cigarros eletrônicos ou sachês de nicotina oral do que continuar fumando".

Benefícios de saúde pública para o indivíduo e a sociedade

Os benefícios da estratégia da Suécia são visíveis, com o país tendo a menor porcentagem de doenças tabaco-relacionadas na União Europeia e uma incidência de câncer 41% menor do que outros países europeus. O relatório também descreve como a porcentagem de fumantes na Suécia caiu de 15% para 5,6% da população em 15 anos, colocando-a no caminho para alcançar o status de livre do tabagismo 17 anos antes da meta da UE para 2040.

“A Suécia tem uma estratégia para o tabaco muito bem-sucedida que precisa ser exportada”, diz o professor Karl Fagerström, também autor do relatório. “Seria um benefício enorme para o mundo se mais países fizessem como a Suécia, com incentivos para mudar de cigarros para alternativas menos prejudiciais”, acrescentou o Dr. Fagerström.

Mais sobre o relatório:

O relatório foi encomendado pela Health Diplomats, uma organização internacional que trabalha para melhorar o acesso aos cuidados de saúde, incentivar a inovação e o uso da redução de danos para minimizar o impacto negativo do álcool, alimentos, nicotina e drogas. O material completo está disponível no site.

Algumas conclusões do relatório e sugestões para a implementação em outros países.

1. Reconhecer os produtos alternativos de entrega de nicotina, por exemplo cigarros eletrônicos, como sendo menos prejudiciais e que representam um risco significativamente menor do que fumar. Incentivar os fumantes a mudarem de cigarros convencionais para alternativas menos prejudiciais.

2: Fornecer informações baseadas em fatos. Não se trata de um produto isento de riscos mas, por exemplo, os cigarros eletrônicos são 95% menos prejudiciais do que os cigarros convencionais. Obviamente, é melhor para um fumante mudar de cigarros convencionais para cigarros eletrônicos.

3: Decisões de regulação que tornam as alternativas de menor risco mais acessíveis do que os cigarros convencionais.

Autores do relatório:

Dr. Anders Milton, ex-presidente da Associação Médica Sueca, da Cruz Vermelha Sueca e da Associação Médica Mundial.

Prof. Karl Fagerström, docente e especialista reconhecido internacionalmente por suas pesquisas sobre vícios e cessação do tabagismo.

Dr. Delon Human, médico especializado em questões globais de saúde pública. Ex-assessor em questões de saúde pública de, entre outros, três diretores-gerais da OMS e o secretário-geral da ONU.

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