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Escrito por Neo Mondo | 13 de setembro de 2022
Queimadas em floresta no Canadá - Foto: Unsplash/Landon Parenteau
POR - ONU NEWS / NEOMONDO
Chefe das Nações Unidas avalia resultados de relatório publicado pela Organização Meteorológica Mundial; esforços precisam ser sete vezes maiores para alcançar as metas do Acordo de Paris; últimos sete anos foram os mais quentes já registrados
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avalia que o mundo “vai na direção errada” na questão climática. Ele comentou os resultados do relatório publicado pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, nesta terça-feira.
Para Guterres, as enchentes, secas, ondas de calor, incêndios e tempestades extremas que só pioram e batem recordes são “o preço da dependência de combustíveis fósseis”.
O relatório mostra que as concentrações de gases de efeito estufa continuam subindo em níveis recordes: as taxas de emissão de combustíveis fósseis estão agora acima dos níveis pré-pandêmicos após uma queda temporária. A ambição das promessas de redução de emissões para 2030 precisa ser sete vezes maior para estar de acordo com a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.
Segundo o levantamento da OMM, sem uma ação muito mais ambiciosa, os impactos físicos e socioeconômicos das mudanças climáticas serão cada vez mais arrasadores.
A publicação aponta que os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados e existe uma chance de 48% de que, durante pelo menos um ano nos próximos cinco anos, a temperatura média anual seja temporariamente 1,5°C superior à média de 1850-1900.
O alerta da OMM é que, à medida que o aquecimento global aumenta, “pontos de inflexão” no sistema climático não podem ser descartados.
O documento também revela que as cidades que abrigam milhões de pessoas, responsáveis por até 70% das emissões produzidas por ação humana, enfrentarão impactos socioeconômicos crescentes. As populações mais vulneráveis sofrerão mais, afirma o relatório que dá exemplos de climas extremos em diferentes partes do mundo este ano.
Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, a ciência do clima é cada vez mais capaz de mostrar que muitos dos eventos climáticos extremos que o mundo enfrenta se tornaram mais prováveis e mais intensos devido às mudanças climáticas induzidas pelos humanos.
Ele citou os episódios deste ano e afirmou que é fundamental intensificar os sistemas de alerta precoce para construir resiliência aos riscos climáticos atuais e futuros em comunidades vulneráveis.
O chefe da ONU apresentou dados que reforçam a posição de Taalas: o número de desastres relacionados ao clima aumentou cinco nos últimos 50 anos e as perdas diárias já podem superar US$ 200 milhões.
Guterres afirma que os resultados da pesquisa da OMM é um lembrete vergonhoso de que a construção de resiliência é a metade negligenciada da equação climática.
Para ele, é “escandaloso” que os países desenvolvidos não tenham levado a sério a adaptação e tenham “desprezado seus compromissos de ajudar o mundo em desenvolvimento”.
O secretário-geral das Nações Unidas lembrou que as necessidades de financiamento de adaptação devem crescer para pelo menos US$ 300 bilhões por ano até 2030.
Guterres esteve recentemente o Paquistão, onde disse que testemunhou a destruição causada pelas inundações. Assim, ele destacou a importância de garantir que pelo menos 50% de todo o financiamento climático seja destinado à adaptação.
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