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Replantando o futuro: como o reflorestamento transformou a produção da Pi Kombucha Tropical

Escrito por Neo Mondo | 8 de dezembro de 2024

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Leonardo de Mattos, produtor da bebiba Pi Kombucha Tropical, que é beneficiado pelo reflorestamento do Projeto Guapiaçu - Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

POR - OSCAR LOPES, PUBLISHER DE NEO MONDO

Com o apoio do Projeto Guapiaçu, que tem a Petrobras como parceira, Leonardo de Mattos revela como a recuperação de 3,8 hectares de áreas degradadas garantiu água, biodiversidade e sustentabilidade para o negócio e a comunidade

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade, empresas que aliam produção de qualidade com práticas ambientais responsáveis ​​destacam-se no mercado. A Pi Kombucha Tropical, uma bebida fermentada à base de chá, é um exemplo inspirador dessa união harmoniosa. Com presença nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, a empresa não apenas oferece um produto saudável e saboroso, mas também demonstra um compromisso sólido com a preservação ambiental.

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Leonardo de Mattos, sócio da Pi Kombucha Tropical, compartilha conosco a trajetória de recuperação ambiental promovida pelo Projeto Guapiaçu, com o apoio da Petrobras. A iniciativa foi fundamental para a restauração de 3,8 hectares (aproximadamente 5 campos de futebol) de áreas degradadas na propriedade onde a kombucha é produzida. Este reflorestamento não só garantiu a sustentabilidade hídrica necessária para a produção, como também revitalizou a biodiversidade local, beneficiando tanto o ecossistema quanto a comunidade no seu entorno.

Nesta entrevista, Leonardo detalhou os desafios enfrentados, os resultados alcançados e a importância de ações como o Projeto Guapiaçu para negócios sustentáveis. Descubra como a Pi Kombucha Tropical está replantando o futuro, unindo paixão pelo que faz com responsabilidade ambiental, e inspire-se a promover mudanças positivas em seu próprio entorno.

Bom dia, Leonardo! Obrigado por nos receber. Para começar, você poderia nos contar um pouco sobre a Pi Kombucha Tropical e sua atuação no mercado do Rio de Janeiro e São Paulo?

Bom dia! Claro, é uma satisfação recebê-los aqui. A Pi Kombucha Tropical é uma bebida fermentada à base de chá que produzimos há 8 anos, desde 2016. Inicialmente, começamos na Lapa, no Rio de Janeiro, mas devido ao crescimento e à demanda, nos mudamos para cá, Cachoeiras de Macacu, uma propriedade no interior do Rio de Janeiro, próximo a São Paulo. Atualmente, atendemos principalmente essas duas grandes cidades, oferecendo uma alternativa saudável e sustentável para os consumidores.

Interessante! Como surgiu a ideia de reflorestar áreas da propriedade onde vocês produzem a Pi Kombucha Tropical?

A propriedade pertence à família do meu sócio, Bruno, e no passado era usada para pasto. Não era uma produção rentável, e sempre houve o sonho de reflorestar. A necessidade de agir surgiu com uma grande seca há quatro anos, quando o olho d'água da propriedade secou completamente. Isso nos alertou sobre a importância de cuidar do ecossistema.

Poderia detalhar como foi o processo de recuperação ambiental e qual foi o impacto?

O primeiro reflorestamento foi pequeno, apenas em torno do olho d'água. Plantamos árvores arbustivas, e, já no ano seguinte, o olho d'água se regenerou. Isso mostrou o quão rápido a natureza responde quando é bem cuidada. Depois, com o apoio do Projeto Guapiaçu, em parceria com a Petrobras, reflorestamos 3,8 hectares adicionais, incluindo barrancos íngremes que antes eram áreas improdutivas. Hoje, essas áreas são fontes de água, ajudam a regular o clima e abrigam uma rica biodiversidade.

Como o Projeto Guapiaçu contribuiu para esse trabalho?

O Projeto Guapiaçu foi crucial. Ele proporcionou assistência técnica e suporte para plantar espécies nativas da Mata Atlântica, criando um mosaico de florestas conectadas. Nossa propriedade agora forma um corredor ecológico com terras vizinhas, incluindo a propriedade da UFF (Universidade Federal Fluminense) e a Fazenda Vital Brazil, permitindo o fluxo gênico entre espécies e promovendo maior biodiversidade.

Quais foram as principais mudanças que você observou na biodiversidade local?

A transformação foi incrível. Há mais pássaros, diversos polinizadores, incluindo abelhas nativas sem ferrão, que antes estavam ausentes. Essas abelhas são essenciais para a polinização e produção sustentável, além de indicarem um ecossistema saudável. Esses dias avistamos um tamanduá. Nunca imaginamos que fossemos ver um animal desses por aqui.

foto da produção da bebiba Pi Kombucha Tropical é beneficiada pelo reflorestamento do Projeto Guapiaçu, que restaura a Mata Atlântica em terras antes degradadas, contribuindo para a manutenção dos recursos hídricos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A produção da bebiba Pi Kombucha Tropical é beneficiada pelo reflorestamento do Projeto Guapiaçu, que restaura a Mata Atlântica em terras antes degradadas, contribuindo para a manutenção dos recursos hídricos - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Como a recuperação das áreas degradadas afetou a produção da kombuchá em termos de qualidade e quantidade?

A recuperação das áreas degradadas teve um impacto direto e positivo em nossa produção. A disponibilidade de água aumentou em 40%, permitindo uma produção mais estável e de maior qualidade. Além disso, a presença de um ecossistema mais equilibrado, a influência de opiniões, controla a necessidade de intervenções químicas e garante uma kombucha mais pura e saudável. Em termos de quantidade, conseguimos aumentar nossa produção em 30% nos últimos dois anos, atendendo melhor a demanda do mercado.

Além da produção, quais outros aspectos do seu negócio se beneficiam com o reflorestamento?

Outro grande benefício foi a criação de um ambiente mais agradável e sustentável para nossos colaboradores. Empregamos 8 pessoas, incluindo famílias da região, onde muitos ainda trabalham na mão de obra por cerca de R$ 30-40 por dia, em condições precárias. Além disso, mostramos que é possível aliar a preservação ambiental à produtividade. O que não só fortalece a economia local, mas também promove um ambiente de trabalho mais harmonioso. A recuperação ambiental também melhorou a imagem da nossa marca, destacando nosso compromisso com a sustentabilidade, o que é valorizado por nossos consumidores.

Você aborda a importância da biodiversidade. Poderíamos falar mais sobre isso?

Claro. A biodiversidade é crucial para manter o equilíbrio ecológico da propriedade. Com o reflorestamento, vimos um aumento significativo na presença de polinizadores como abelhas e pássaros, o que melhorou a fertilização das plantas e a produção de frutos. Além disso, a circulação de animais como o tamanduá ajuda na dispersão das sementes, promovendo uma regeneração natural das áreas reflorestadas. Conectar fragmentos florestais é essencial. Isso permite o movimento dos animais, o fluxo gênico e a regeneração natural das áreas. Estamos criando um corredor biológico que já está beneficiando não só nossa propriedade, mas também os vizinhos. Esse ciclo virtuoso não só sustenta a produção da kombucha, mas também contribui para a conservação da fauna local.

Quais desafios vocês enfrentaram durante esse processo de recuperação e como os superaram?

Um dos maiores desafios foi convencer a família a investir na recuperação das áreas degradadas, especialmente após o falecimento do pai do Bruno, Mário Honório Teixeira. Foi necessário mostrar que a sustentabilidade a longo prazo traria mais benefícios do que a manutenção do pasto para gado, que não era rentável. Com a ajuda do Projeto Guapiaçu, conseguimos implementar técnicas de reflorestamento eficazes e demonstrar os benefícios tangíveis, como a recuperação do olho d'água. Outro desafio foi a resistência inicial da comunidade, mas com o tempo, a recuperação ambiental mostrou que traz vantagens para todos, como a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida na região.

O que você diria para outros produtores que ainda resistem ao reflorestamento?

Reflorestar não significa perder terras produtivas, mas sim criar um ciclo virtuoso. A floresta traz benefícios diretos, como água, ar puro e polinizadores, além de ajudar na adequação ambiental da propriedade. É possível integrar a produção agrícola e florestal, gerando ganhos econômicos e ambientais.

Para finalizar, quais são os planos futuros da Pi Kombucha Tropical em relação à sustentabilidade e ao reflorestamento?

Estamos comprometidos em continuar expandindo nosso reflorestamento, esperamos recuperar mais 10 hectares nos próximos três anos. Além disso, queremos criar corredores biológicos conectando nossa propriedade com outras áreas restauradas, facilitando a circulação da fauna e promovendo ainda mais biodiversidade. Também planejamos implementar um banco de sementes para garantir a diversidade genética das plantas reflorestadas e colaborar com universidades e instituições de pesquisa para monitorar e melhorar continuamente nossas práticas sustentáveis. Nosso objetivo é ser um modelo de produção sustentável no setor de bebidas fermentadas, contribuindo para a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico local.

Muito obrigado, Leonardo, por compartilhar sua experiência e visão. Desejamos muito sucesso para a Pi Kombucha Tropical e seus projetos de sustentabilidade.

Eu que agradeço pelo espaço. É sempre importante compartilhar essas iniciativas para inspirar mais pessoas a adotarem práticas sustentáveis.

*Oscar Lopes, publisher de NEO MONDO, viajou para Cachoeiras de Macacu (RJ) a convite da Petrobras

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foto de Leonardo de Mattos, sócio da bebida PI Kombucha tropical
Leonardo de Mattos, sócio produtor da bebiba Pi Kombucha Tropical - Foto: Oscar Lopes/Neo Mondo

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