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Educação pelo Clima: Green Skills podem transformar o futuro dos jovens?

Escrito por Neo Mondo | 13 de junho de 2025

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Foto: Divulgação/Freepik

ARTIGO

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Por - Viviane Jesuz*, para Neo Mondo

Vivemos um momento em que a emergência climática deixou de ser projeção futura e passou a impactar diretamente o cotidiano das novas gerações no Brasil e no mundo. Enchentes no Sul, secas prolongadas na Amazônia, queimadas no Centro-Oeste e ondas de calor no Sudeste já afetam a rotina escolar de milhares de estudantes.

Escolas fechadas, perda de materiais, transporte escolar comprometido e ambientes insalubres de aprendizado são algumas das consequências enfrentadas, especialmente agravadas em 2024. Segundo a UNICEF, entre 2015 e 2023, mais de 3,2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil foram afetados por emergências climáticas que prejudicaram seu acesso à educação.

Em cenários como enchentes, queimadas e deslizamentos, a escola costuma ser o primeiro espaço a fechar e o último a reabrir, ampliando desigualdades já existentes entre populações periféricas, indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Isso nos obriga a repensar os caminhos para o desenvolvimento integral dos alunos.

É nesse contexto que ganham relevância as discussões sobre educação climática e green skills — habilidades sustentáveis. Mais do que um problema estrutural, a crise climática afeta o direito de aprender e o bem-estar emocional de crianças e adolescentes. O aumento da ecoansiedade — medo persistente de colapsos ambientais — é uma realidade.

Uma pesquisa publicada na The Lancet Planetary Health (2021), com 10 mil jovens em 10 países, revelou que 59% se dizem muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas. Na pesquisa, 45% afirmam que essa preocupação afeta negativamente seu dia a dia.

Educação climática e green skills: formar para compreender e agir

Incluir a educação climática na jornada escolar é urgente. Mais do que conteúdos sobre meio ambiente, trata-se de desenvolver o senso crítico e de responsabilidade sobre causas, impactos e soluções da crise. Embora a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) valorize temas como sustentabilidade e cidadania global, é necessário levar essa intenção à prática.

Uma educação climática eficaz promove o pensamento interdisciplinar, incentiva o protagonismo estudantil e cria espaços para reflexão emocional e ação coletiva.

Além do conhecimento, é essencial que os estudantes desenvolvam green skills — um conjunto de competências técnicas, cognitivas e socioemocionais voltadas à sustentabilidade. Entre elas, estão o letramento ambiental e climático, a resolução de problemas com foco socioambiental, a adaptação a cenários adversos, a empatia e o trabalho colaborativo.

Segundo o Global Green Skills Report do LinkedIn (2024), a demanda por profissionais com essas habilidades cresce 5,9% ao ano desde 2021. Estima-se um déficit de 18% desses profissionais até 2030. Isso reforça que todas as áreas — da engenharia à pedagogia, da tecnologia à comunicação — precisarão incorporar práticas sustentáveis. E isso começa na escola.

Integrar essas competências ao currículo e às vivências escolares é formar cidadãos preparados para transformar suas comunidades e lidar com os desafios globais. O mundo exige novas formas de existir — e a educação deve garantir o desenvolvimento integral dos estudantes, em suas dimensões cognitivas, emocionais, sociais e éticas.

*Viviane Jesuz é Coordenadora Acadêmica de experiência do aluno, do Edify Education.

Viviane Jesuz - Foto: Divulgação

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