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Desmatamento da Amazônia em 2022 foi o maior em 15 anos

Escrito por Neo Mondo | 23 de fevereiro de 2023

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Sobrevoo mostrou desmatamento e queimadas em Rondônia em 2022 - Foto:Christian Braga/Greenpeace

POR - IMAZON / NEO MONDO

Região teve o quinto recorde anual consecutivo na derrubada, que chegou aos 10.573 km² (quase 3 mil campos de futebol por dia de floresta) entre janeiro e dezembro do ano passado

A Amazônia sofreu em 2022 com o quinto recorde anual consecutivo no desmatamento, segundo o monitoramento por satélites do Imazon. Entre janeiro e dezembro, foram devastados 10.573 km², a maior destruição em 15 anos — desde que o instituto de pesquisa começou a monitorar a região, em 2008. Isso equivale à derrubada de quase 3 mil campos de futebol por dia de floresta.

Com isso, o desmatamento acumulado nos últimos quatro anos, entre 2019 e 2022, chegou aos 35.193 km². Uma área que supera o tamanho de dois estados: Sergipe e Alagoas, que possuem 21 e 27 mil km², respectivamente. Além de representar um aumento de quase 150% em relação ao quadriênio anterior, entre 2015 e 2018, quando foram devastados 14.424 km².

Veja o infográfico AQUI.

Pará, Amazonas e Mato Grosso seguem os maiores desmatadores

Na análise dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, os que mais desmataram em 2022 foram Pará (3.874 km²), Amazonas (2.575 km²) e Mato Grosso (1.604), com 37%, 24% e 15% de toda a derrubada na região, respectivamente. Colocações que seguem as mesmas desde 2019.

Em 2022, Amazonas e Mato Grosso foram os únicos estados que tiveram aumento na destruição em relação a 2021, tanto em áreas federais quanto em estaduais, sendo os responsáveis pelo fechamento do acumulado da Amazônia em alta. 

O caso mais grave foi do Amazonas, onde a devastação cresceu 24% em comparação com o ano anterior, quando foram derrubados 2.071 km². No estado, a derrubada vem avançando principalmente na divisa com o Acre e Rondônia, na região de expansão agropecuária chamada “Amacro”. É nessa localidade que está o município campeão de desmatamento na Amazônia em 2022: Apuí, com 586 km².

“Estamos alertando sobre o crescimento do desmatamento na Amacro pelo menos desde 2019, porém não foram adotadas políticas públicas eficientes de combate à derrubada na região, assim como em toda a Amazônia, resultando nesses altos números de destruição em 2022”, lamenta Carlos.

Veja o infográfico AQUI.

Embora no ano passado Pará, Rondônia, Acre e Amapá tenham apresentado queda no desmatamento em relação a 2021, na análise por jurisdição todos tiveram alta na derrubada em áreas estaduais. “Isso mostra que os governos dos estados também precisam adotar ações de proteção à floresta, principalmente em relação às áreas protegidas que estão sob suas responsabilidades”, comenta Bianca.

Já Maranhão e Roraima registraram queda no desmate tanto em florestas estaduais quanto federais em 2022, porém é preciso levar em conta o fato de que ambos apresentaram as maiores áreas destruídas das suas séries históricas em 2021. Em Tocantins o desmatamento permaneceu estável nas florestas estaduais e reduziu nas federais.

Devastação nas UCs estaduais teve aumento de 8% em 2023

Em relação às áreas protegidas, as que estiveram em situação mais crítica em 2022 foram as unidades de conservação estaduais. Nesses territórios, a devastação passou de 690 km² em 2021 para 746 km² em 2022, uma alta de 8%.

Apesar de muito pressionadas, as unidades de conservação federais e as terras indígenas registraram queda de 8% e de 21%, respectivamente, na derrubada em 2022. Porém, o desmatamento no ano passado foi o segundo maior em 10 anos nas unidades de conservação federais e o quarto maior da década nas áreas indígenas. Ou seja: a devastação seguiu em patamares altos nesses territórios.

Veja o infográfico AQUI.

Clique aqui para ver os dados de dezembro

Saiba mais sobre o SAD aqui

Veja aqui a previsão de desmatamento para 2023 da PrevisIA

Desmatamento na Amazônia - Foto: Christian Braga




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