Escrito por Neo Mondo | 17 de março de 2025
As algas marinhas, que evoluíram há mais de 70 milhões de anos a partir das ervas terrestres, são um dos ecossistemas marinhos mais diversos e valiosos do planeta - Foto: Unsplash/Benjamin L. Jones
POR - ONU NEWS / NEO MONDO
Astrid Puentes Riaño lembra que o oceano é o maior bioma da Terra cobrindo 70% da sua superfície; degradação dos mares ameaça a humanidade; um terço da população mundial vive a 100 km de uma costa oceânica
A degradação do oceano ameaça comunidades e afeta os direitos humanos em todo o mundo, incluindo o direito a um ambiente saudável.
O alerta foi feito por uma especialista independente da ONU ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.
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Astrid Puentes Riaño, relatora especial sobre o Direito Humano a um Ambiente Limpo, Saudável e Sustentável lembra que o oceano é o maior bioma da Terra e cobre 70% da superfície do planeta.
A saúde dos oceanos afeta diretamente um terço da população mundial ou 2,4 bilhões de pessoas que vivem a 100 km de uma costa oceânica.
Em seu relatório ao Conselho, apresentado nesta sexta-feira, 14 de março, em Genebra, ela enfatizou que a degradação agrava desigualdades e afeta desproporcionalmente as populações marginalizadas.
Segundo Puentes Riaño, existe uma interdependência e a interconexão dos humanos e ecossistemas com o oceano é essencial para entender os impactos atuais neste delicado equilíbrio, mesmo para aqueles que vivem no interior.
Essas ligações incluem sistemas alimentares, ecossistemas saudáveis, um clima seguro e o trabalho dos defensores do oceano.
Para a relatora, apesar de mais de 600 acordos, os ecossistemas marinhos enfrentam ameaças urgentes, incluindo mudanças climáticas, pesca excessiva, extrativismo, poluição e mineração em alto mar. Um problema que afeta povos indígenas, pescadores de pequena escala e comunidades costeiras.
A especialista pediu o fim da violência a defensores dos oceanos e recomendou aos países, setor privado e organizações internacionais que fortaleçam formas de proteger a biodiversidade marinha e as comunidades costeiras com regulações mais estritas.
Sem ação, haverá mais perda desse ecossistema impactando os direitos humanos e as vidas de milhões de pessoas que dependem dos oceanos.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.
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