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POR – OSCAR LOPES, PUBLISHER DE NEO MONDO
No azul profundo do oceano, onde a luz se dissolve em tons de mistério, uma canção ressoa. Grave, melancólica, ancestral. Quem já teve o privilégio de ouvir o canto das baleias sabe que ali existe algo além do som—há memória, há conexão, há um chamado que atravessa o tempo.
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Hoje, no Dia Mundial da Baleia, celebramos esses gigantes marinhos que, há milhões de anos, cruzam as águas do planeta, tecendo histórias entre continentes e estações. Elas são mais do que criaturas majestosas; são guardadoras dos oceanos, mensageiras de um equilíbrio frágil que a humanidade insiste em desafiar.
Os poetas do mar
Baleias não falam nossa língua, mas sua comunicação é pura poesia. Seus cantos viajam por quilômetros, carregando segredos que talvez nunca decifremos. Cada nota emitida por uma jubarte no Atlântico pode ser ouvida por outra a um oceano de distância. Cada salto de uma baleia franca pode ser um grito de resistência, um lembrete de que o mar é seu lar muito antes de ser nosso.
E ainda assim, ao longo dos séculos, as baleias foram caçadas, perseguidas, dizimadas. Seus corpos se tornaram combustível para as cidades, seu canto silenciado por arpões. Mas, como em toda boa história, houve uma reviravolta: quando a humanidade percebeu que estava prestes a perder um de seus maiores tesouros, algo mudou. Santuários foram criados, tratados assinados, vozes levantadas.
As guardiãs da vida
Engana-se quem pensa que as baleias existem apenas para fascinar nossos olhos e ouvidos. Elas são peças fundamentais para a saúde do oceano e do planeta. Seus corpos gigantescos capturam toneladas de carbono, ajudando a regular o clima. Seus mergulhos profundos fazem com que os nutrientes circulem, fertilizando as águas e permitindo que o fitoplâncton—base da vida marinha—floresça.
Proteger as baleias não é apenas um ato de compaixão; é uma necessidade para a sobrevivência da própria humanidade.
Ecos do futuro
Hoje, ao celebrarmos o Dia Mundial da Baleia, é impossível não nos perguntarmos: seremos dignos de compartilhar o planeta com elas?
Seus cânticos continuarão ecoando ou se tornarão apenas um vestígio de um mundo perdido? O destino das baleias está entrelaçado ao nosso. Quando protegemos seus lares, protegemos o mar. E ao salvar o oceano, salvamos a nós mesmos.
Que possamos aprender com elas. Que possamos escutar. Porque no silêncio das águas, quando tudo mais se cala, o oceano ainda canta—e sua melodia pede por respeito, por consciência, por um novo começo.