Aldeia na Amazônia Colombiana – Imagem: Divulgação
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
A 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) debaterá mecanismos de repartição de benefícios pelo uso da biodiversidade e a restauração de ecossistemas, com destaque para as Soluções Baseadas nas Pessoas (SBPs)
Entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro de 2024, Cali, na Colômbia, será sede da 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) e um dos principais temas em discussão será a implementação dos mecanismos de repartição de benefícios pelo uso da biodiversidade, incluindo o acesso a recursos genéticos e conhecimentos tradicionais, conforme previsto no Protocolo de Nagoia.
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Esse acordo estabelece que povos indígenas e comunidades tradicionais sejam remunerados pela utilização de seus recursos genéticos e saberes, promovendo justiça e inclusão social.
Outro tópico central será a implementação do Quadro Global da Biodiversidade, que visa restaurar 30% dos ecossistemas degradados até 2030. A restauração florestal tem desempenhado um papel crucial nas estratégias de mitigação das mudanças climáticas, contribuindo para a captura de gases de efeito estufa e a preservação dos serviços ecossistêmicos. Contudo, um dos principais desafios será garantir a inclusão dos povos locais e tradicionais nesse processo, de forma a maximizar o impacto positivo nas condições de vida das comunidades que habitam essas áreas.
Nesse contexto, as Soluções Baseadas nas Pessoas (SBPs), uma abordagem desenvolvida pela Synergia Socioambiental, ganham relevância. As SBPs partem de uma estratégia territorial, promovendo o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais, ao mesmo tempo em que articulam a preservação da biodiversidade.
“Queremos que o nosso guia de Restauração Florestal na Amazônia seja um convite para todos enxergarem as pessoas como parte essencial da solução. Ao unir os conceitos de soluções baseadas nas pessoas e na natureza, mostramos que cuidar da floresta é, também, cuidar das comunidades que dela dependem”, explica Gabriel Berton Kohlmann, coordenador de projetos da Synergia Socioambiental.
Essa visão propõe um modelo de co-criação com as comunidades locais, onde o desenvolvimento sustentável é construído com a participação ativa dos povos tradicionais, assegurando que eles sejam devidamente recompensados pelos seus esforços na conservação e restauração ambiental.
A COP16, além de ser um espaço para discutir esses avanços, representa uma oportunidade única de promover políticas mais inclusivas, que contemplem tanto os objetivos de preservação da biodiversidade quanto o bem-estar das populações locais, reforçando um futuro mais sustentável e justo.