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POR – KAMILA CAMILO
Sou Kamila Camilo, empreendedora social, ativista ambiental, fundadora do CreatorsAcademy Brasil e do Instituto Oyá e a partir de agora colunista aqui do Neo Mondo. Gostaria de usar esse primeiro texto para me apresentar! Há mais de uma década, trabalho na interseção entre inovação, sustentabilidade e impacto social, conectando grandes organizações a iniciativas comunitárias para promover soluções que valorizem tanto o conhecimento tradicional quanto as novas tecnologias.
É com enorme alegria que passo a integrar o time de colunistas do Neo Mondo, um espaço que enxerga a ciência, a inovação e a sustentabilidade como pilares para um futuro mais justo. Aqui, quero trazer reflexões sobre um tema que considero urgente: a bioeconomia como ferramenta de inclusão econômica sustentável.
Falar de bioeconomia não é apenas discutir novas formas de exploração sustentável dos recursos naturais. É entender que, em países como o Brasil, a floresta em pé pode e deve ser fonte de renda para milhões de pessoas, especialmente para as populações indígenas, ribeirinhas e tradicionais, que há séculos preservam esses territórios. Mas para que isso aconteça de forma justa, precisamos criar modelos de desenvolvimento que respeitem esses saberes, garantam autonomia e combatam a desigualdade.
Embora seja Gestora Pública de formação, é na Comunicação, especialmente no Marketing de Influência que tenho colocado minhas fichas como aliada super importante na preservação ambiental. Nossos projetos com influenciadores digitais e criadores de conteúdo buscam amplificar vozes da floresta e garantir que o conhecimento tradicional seja valorizado e protegido, assim como chamar atenção de todo o Brasil, e porque não do mundo para as riquezas que a natureza pode oferecer VIVA, como turismo de base comunitária, por exemplo.
Minha trajetória tem me levado a diferentes espaços de debate sobre esses temas, desde aldeias na Amazônia até o Fórum Econômico Mundial, em Davos. O que percebo em todas essas experiências é que há um desejo crescente por soluções sustentáveis, mas ainda enfrentamos desafios estruturais para transformar esse desejo em realidade. O acesso a mercados, a infraestrutura adequada e a tecnologia são apenas algumas das barreiras que impedem que a bioeconomia se torne, de fato, um motor de desenvolvimento inclusivo.
Aqui no Neo Mondo, quero usar este espaço para discutir esses desafios, compartilhar histórias inspiradoras e, sobretudo, mostrar que outro modelo econômico é possível. Um modelo em que desenvolvimento e preservação caminham juntos, onde o conhecimento ancestral dialoga com a inovação e onde sustentabilidade não é apenas um conceito, mas uma prática diária.
Espero que esta coluna seja um ponto de encontro para quem acredita nesse futuro e quer contribuir para torná-lo realidade. Vamos juntos?
Kamila Camilo é uma empreendedora social negra brasileira LGBTIQ+ dedicada a conectar grandes organizações a movimentos de base para impulsionar ações climáticas de impacto. Como fundadora do Instituto Oyá e da iniciativa Creators Academy, ela lidera uma rede de 120 influenciadores que alcançam mais de 12 milhões de pessoas no Brasil. Atualmente, Kamila integra os conselhos dos Institutos Talanoa e Igarapé, promovendo políticas climáticas e estratégias de segurança pública, além de colaborar com a GainForest para impulsionar soluções climáticas baseadas em dados. Finalista da competição XPrize Rainforest com a equipe ETH BiodiX, Kamila continua a defender abordagens inovadoras para a sustentabilidade e a justiça climática.